O projecto Vamos Editar os Clássicos já terminou a sua votação, neste momento estamos a juntar a informação necessária para posteriormente enviarmos e-mails às editoras.
Hoje ao visitar o blogue Marcador de Livros, deparei-me com mais uma divulgação, mais precisamente esta: Marcador de Livros
A Civilização Editora vai publicar a partir de 24 de Outubro, vários clássicos, um deles Orgulho e Preconceito. De acordo com a informação do blogue os livros são de capa dura e o preço é abaixo dos dez euros, não sei se serão novas traduções ou apenas re-edições, também gostaria de salientar que a maioria dos livros já foi editado por outras editoras, no entanto como fervorosa adepta de clássicos felicito a editora pela iniciativa.
Quanto ao nosso projecto, até ao fim do mês conto ter tudo ok para os contactos necessários.
Quando lancei a ideia às colegas do blogue e posteriormente comecei a fazer posts sobre este projecto nunca pensei que as votações seriam tão boas! Esperava conseguir pelo menos 100 votos, um número modesto mas realista e de certa forma baseado naquilo que vou percebendo serem os gostos literários de quem anda na blogosfera.
Contudo e para bem deste projecto temos neste momento 321 votos, com uma clara preferência para as Obras Inacabadas e Juventude de Jane Austen, seguido de North and South de Elizabeth Gaskell que foi inicialmente o mais votado.
Já há alguns dias que queria fazer um post e de certa forma agradecer a todos os que votaram. A minha ideia era oferecer aos nossos leitores uma imagem ou um video pelo entusiasmo com que aderiram a esta ideia.
Hoje vi pela primeira vez o trailer para a mais recente adaptação de Charles Dickens e decidi que esse seria o meu "presente" para vocês. Se os trailers podem nos fazer querer ver um filme ou não nos entusiasmar, posso dizer-vos que este entusiasmou-me e muito! No Natal passado, a BBC deu-nos uma adaptação deste livro de Charles Dickens, mas parece-me que o filme vai ser muito melhor, é um bocado leviano julgar apenas pelo trailer, mas eu espero não estar errada :)
O filme estreará no Festival Internacional de Toronto no próximo mês e no Reino Unido mais lá para o fim do ano, ainda não há datas para Portugal... Esperemos que a espera seja curta.
Há dias escrevi aqui que este livro, mundialmente famoso e que tem gerado muitos posts por essa internet fora tinha dado origem a uma nova ideia de integrar cenas de sexo nos clássicos.
Mas nem tudo são más noticias para os amantes da literatura clássica, de acordo com o jornal inglês The Guardian, o livro é apontado como responsável pelo aumento das vendas do livro Tess of d'Urbervilles de Thomas Hardy. Podem ler tudo sobre o assunto: aqui
Isto é uma boa noticia, apesar de ser apenas sobre leitores ingleses. Com o sucesso que este livro está a ter por cá, é número 1 nos tops das várias livrarias portuguesas, quem sabe se as editoras não publicam o livro em questão?
Há uns tempos com o sucesso da saga Twilight, algumas editoras portuguesas publicaram o livro de Emily Brontë, O Monte dos Vendavais. Nos livros criados por Stephanie Meyer, o livro é apontado como o favorito dos protagonistas, uma das edições mencionava na capa isso. Além disso a imagem escohida tinha uma clara influência da saga em questão.
Por isso é de esperar que o mesmo aconteça a Tess. Thomas Hardy não faz parte da nossa votação mas está entre os melhores escritores ingleses, ainda que não agrade a gregos e troianos. Se o livro for publicado isso pode significar um impulso à literatura clássica e ao nosso projecto, resta-nos esperar que tudo corra pelo melhor.
Já devia ter escrito este post há alguns dias, mas estive uns dias fora e entre preparar a viagem e outros afazeres mais urgentes, não tive tempo para escrever. Como adivinham pelo título a votação para a edição dos clássicos vai continuar. Inicialmente iria terminar no fim de Junho, mas a votação tem corrido tão bem e os números são tão bons que decidimos continuar. Além disso com este bom tempo e os meses de Julho e Agosto a terem tantas pessoas de férias, com certeza que a nossa abordagem às editoras podia não ser sequer ouvida.
Por isso, preparem-se porque apesar do calor, mais posts sobre este assunto vão surgir.
O JAPT agradece a vossa colaboração neste projecto que não é só nosso é vosso também.
Os olhos mais atentos terão reparado que no cartaz do filme Anna Karenina que revelamos há uns dias aparece a seguinte frase: "An Epic Story of Love". É possível que quando for apresentado a tradução para português, nos deiam algo como: uma história de amor épica, quando na realidade se fala não de uma história de amor mas de uma sobre o amor. São estas coisas que ficam perdidas na tradução.
Todos os livros falam de amor, uns dão mais enfase à relação amorosa do que outros, mas não há livros onde o tema não apareça. Uma biografia não será campo fértil para o romance, mas ele aparece por lá quando se fala dos amores, casamentos e paixões que a pessoa sobre qual foi feita a biografia viveu. Não há como negá-lo o amor é uma força na nossa vida.
Dada a importância do tema, é pertinente perguntar: há alguma boa história de amor nos livros apresentados? Claro que sim, há muitas e eu diria que as há para todos os gostos. Como perderia uma tarde inteira a falar sobre isso, falarei apenas de algumas.
Começando logo por Great Expectations, onde conhecemos Miss Havisham, uma mulher que foi abandonada no altar, o desgosto marcou-a de tal forma que deambula pela casa com o seu vestido de noiva, assemelhando-se mais a um fantasma do que a uma pessoa. O desgosto provoca nela um desejo de vingança e por isso educa Estella, a sua filha adoptiva, para magoar todos os homens que ousem se apaixonar por ela. Poderia Miss Havisham se comportar de outra forma? Sim, eu acho que sim. Ela podia adoptar a atitude de Mr. Thorton, o protagonista masculino que conhecemos em North and South. Rejeitado pela mulher que ama, Thorton decide que continuará a amar, até porque até aí nunca amará, ocupado em fazer a sua fortuna.
A maioria das histórias de amor centram-se na mulher, já que a nossa natureza romântica está mais visível, nós queremos as flores, os doces e os gestos românticos. Contudo, em The Age of the Inocence, Edith Wharton centra a sua narrativa em Newland e no seu dilema: ama uma mulher, mas está casado com outra, o mesmo dilema de Anna Karenina. Ainda hoje muitos lutarão contra este mesmo dilema, apesar do divórcio ser mais simples e não tão mal visto pela sociedade, ainda é dificil deixar tudo para trás por um grande amor.
Afinal, a vida não mudou assim tanto e os nossos problemas, dilemas, preocupações são, na maioria das vezes, semelhantes aos dos nossos antepassados. Daí, mais uma vez se reforça a ideia do quanto é importante ler estes livros para que muitas vezes possamos lidar melhor com os nosso problemas e desafios diários.
Há umas semanas lia um artigo sobre a série Downton Abbey e o autor, um homem, explicava como a série o ajudara a ultrapassar um desgosto amoroso, precisamente por se focar também em personagens masculinas e ele não encontrar na ficção actual algo semelhante. Uma ideia que dá que pensar...
Embora pareça apenas um livro, na realidade Senhora, Luciola e Diva são três livros. José Alencar não é um nome conhecido do público português. Talvez por isso os livros não estejam editados entre nós. Por serem do século XIX estas obras estão já no domínio público e podem ser facilmente encontradas na internet. Contudo para quem não tem um Kindle ou um leitor semelhante se quiser ler terá de fazê-lo no monitor do PC ou imprimir. Quem está mais atento ao mercado dos livros, com certeza já terá percebido que um Kindle não é um bom investimento pelo menos para quem ler apenas em português. Os e-books, são invariavelmente mais caros que as versões de bolso e com uma diferença pouco significativa do livro.Mas isso seria tema para outro post.
Falando dos livros parecem ser livros interessantes e que merecem, com certeza um lugar na prateleira das livrarias. Aqui ficam as sinopses tiradas da wikipédia, poderá conter spoilers
Senhora:
Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira e órfã de pai, apaixona-se por Fernando Seixas – homem ambicioso - a quem namorou. Este, porém, desfaz a relação, movido pela vontade de se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral, e pelo dote ao qual teria direito de receber.
Passado algum tempo, Aurélia, já órfã de mãe também, recebe uma grande herança do avô e ascende socialmente.Passa, pois, a ser figura de destaque nos eventos da sociedade da época.
Lucíola:
Lucíola é um dos romances do escritor brasileiro José de Alencar. Foi publicado em 1862. José de Alencar narra pelo personagem-narrador Paulo o amor deste por Maria da Glória, de apelido Lúcia. Com longas metáforas e seu modo de escrever peculiar, José de Alencar critica o Rio de Janeiro imperial e os costumes da sociedade brasileira. Suas críticas à sociedade da segunda metade do século XIX renderam ao autor diversas críticas negativas na época.
Diva:
Diva narra a história de Emília Duarte. O narrador, em primeira pessoa, é o homem que a ama, Augusto Amaral. Emília é uma adolescente muito retraída e tem aversão a que estranhos a toquem. Uma enfermidade a leva quase à morte. É chamado um médico recém-formado, colega de seu irmão, Dr. Augusto Amaral. Augusto dedica-se a Emília, mas ela se recusa a ser tocada e não o deixa sequer entrar no quarto. Apesar de tudo, Augusto consegue salvar a moça, o que faz com que ela o odeie, temendo que ele exija sua amizade como recompensa. Seguem-se várias discussões e brigas entre os dois, onde se revela o caráter de Emília, extremamente instável e voluntariosa. Augusto acaba apaixonando-se por Emília, mas as atitudes dela são tão incertas que acabam por levá-lo ao desespero. Ao final tudo se reequilibra e termina bem, quando Emília revela seu amor pelo médico. No final do Capitulo III, a personagem Emília é comparada a uma Vênus moderna, a diva dos salões, explicando assim o título do livro: Diva.
Já foi exibida entre nós uma novela brasileira que era inspirada nestas três obras e tinha o título de "Essas Mulheres". Pessoalmente, acho o livro Senhora aquele que tem o enredo mais apelativo e o que eu certamente compraria em caso de edição.
Por mais estranho que possa parecer aos olhos dos estrangeiros, Portugal afirma-se como um país de poetas, embora os portugueses leiam muito pouca poesia.
Daí ser dificil escrever qualquer coisa que incentive as pessoas a votarem neste poeta. Com um pouco de imaginação e um pouco de sorte consegui encontrar a forma perfeita, colocar aqui um vídeo do actor Benedict Cumberbatch a dizer um dos poemas de Keats. Deixem-se levar pela beleza das palavras deste poema Ode to a Nightingale. Um passarinho contou-me que é o preferido do Benedict Cumberbatch parece-me a informação perfeita para colocar na capa da edição dos poemas...
Descobri há dias que o livro de Elizabeth Gaskell tem edição portuguesa, com o estranho título A Cidade Sem História. Esta informação foi dada por uma leitora do nosso blogue num post e podem ver aqui: Cranford
Pelas imagens eu diria que o estado de conversação é muito bom, apesar do livro ter sido editado em 1943, o que faz dele um livro já na terceira idade, uma altura em que devia descansar na prateleira, sendo aberto ocasionalmente para recordar a quem o leu todas as suas virtudes e a magia da escrita da Senhora Gaskell.
Não me interpretem mal, eu adoro livros antigos, mas não tenho dinheiro nem espaço para me dedicar a coleccioná-los, daí a minha ideia de vê-los sossegados nas prateleiras ou mesmo na internet nos sites dos alfarrabistas. Para mim os livros antigos e em segunda mão tem uma magia própria e se isto fosse um blogue de livros, um dia faria um post sobre o assunto.
Mas voltando ao que interessa, a informação dada pela nossa leitora, mais uma vez vem confirmar que é urgente editar os clássicos que os livros se estão a perder para dar lugar a outros que ninguém vai falar. Na edição deste mês da revista Ler, Inês Pedrosa falava de Camilo Castelo Branco como o homem que levaria para uma ilha deserta, preferindo-o a Eça de Queiroz... Preferências não se discutem, mas o que mais retive daquilo que ela escreveu foi a afirmação que no Brasil, ele era mais amado e estudado do que aqui. Um mal comum a outros escritores.
Por isso se estes escritores não forem editados ou reeditados daqui por uns anos, acabaram esquecidos...
Quanto à nossa votação, tenho a dizer-vos que neste momento as obras inacabadas e da juventude de Jane Austen estão a ganhar. Desde o inicio que havia uma luta entre North and South e os livros da nossa Jane, nos últimos dias a diferença tornou-se maior. Cranford, Little Dorrit e Anne of Green Gables disputavam o segundo lugar, mas neste momento a Anne tomou a liderança.