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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Remar contra a maré #2

 

 

Adoro esta sequência em que Anne afirma ao Capitão Wentworth que não tem qualquer compromisso com Mr. Elliot, em que ela lê a carta de Frederick e quando o reencontra na rua. Confesso que chego a sentir a tontura e o quase desespero com que Anne percorre as ruas da Bath a tentar encontrar o Capitão Wentworth antes que ele desapareça. Como se fosse uma segunda oportunidade que ela não podia permitir que lhe escapasse entre os dedos. Confirmo que, afinal, Anne não é tão submissa e de tão fácil persuasão, porque contra todas as expectativas ela foi em busca da sua felicidade. 

 

 

 

Quando Anne o encontra, as vozes à sua volta desaparecem e tudo parece parar no tempo. Parece que só existem eles dois no mundo. Parece que o tempo e a espera dissiparam todo o sofrimento e fez surgir a esperança do sentimento afirmado.

 

Ela remou contra a maré.

 

 

Remar contra a maré

 

 

Até hoje ainda só consegui assistir a versão de 1995 e a de 2007 de Persuasão. Apesar de saber que a preferência geral vai para a versão de 1995, eu remo contra a maré: gosto mais da versão de 2007.

 

Do meu ponto de vista,  Sally Hawkins consegue criar uma Anne Elliot completa. Ela consegue transmitir a resignação, a tristeza, a solidão da personagem num só olhar. Para além disso, ela  personifica a doçura e a suavidade de carácter de Anne.  De igual forma, Sir Walter Elliot e Miss Elizabeth Elliot parecem-me ser melhor retratados nesta versão, principalmente no que diz respeito à frieza e ao egocentrismo que os caracterizam.

 

Eu sei que neste filme de 2007 algumas cenas afastam-se da obra literária em si mas, confesso, que esta versão fala mais ao meu coração. O desenho dos personagens, a fotografia, o guarda-roupa e a banda sonora criam na minha mente todo o cenário e percurso da nossa heroína. Se repararem, o filme tem uma tonalidade sombria e cinzenta; aspecto que é muito criticado sobre este filme. Mas esta subtileza ressalta e reforça como era a vida de Anne e de Frederick separados: fria, cinzenta e triste. Um detalhe acrescentado à história que a enriquece são os momentos em que Anne Elliot aparece a escrever numa espécie de diário. Se, por um lado, permite que se conheça os pensamentos e sentimentos de Anne; por outro lado, leva-nos a identificar Anne Elliot como a própria Jane Austen. Entenda-se que a minha afirmação resulta da minha opinião e interpretação pessoal.

 

 

 

Jane Austen e Uma Outra Educação

Vi recentemente o filme "Uma Outra Educação" que valeu a Carey Mulligan a nomeação para Oscar de Melhor Actriz. Gostei muitíssimo do filme e foi um prazer encontrar uma série de caras conhecidas das adaptações das obras de Jane Austen neste filme.

 

 

  • Emma Thompson que interpretou Elinor Dashwood em Sensibilidade e Bom Senso (1995)
  • Rosamund Pike que interpretou Jane Bennet em Orgulho e Preconceito (2005)
  • Dominic Cooper que interpretou john Willoughby em Sensibilidade e Bom Senso (2008)
  • Carey Mulligan que interpretou Kitty Bennet em Orgulho e Preconceito (2005) e Isabella Thorpe em Abadia de Northanger (2007)

Anne Elliot

 

Ann Kronheimer Paper Dolls

 

Anne Elliot é a personagem principal de Persuasão.

É a personagem mais velha de Jane Austen, com 27 anos.

Se Marianne Dashwood representa a "felicidade alternativa", Anne é a "felicidade da segunda oportunidade".

 

O seu bom senso e inteligência são bem descritos no livro. A sua doçura tem algo de comovente e cativante.

Anne faz parte de uma das famílias mais estranhas criadas por Jane Austen, com duas irmãs neuróticas e um pai narcisista, Anne não podia estar melhor rodeada!

As primeiras páginas apresentam-nos uma Anne triste e infeliz, mas conformada. A família está a abandonar Kellynch e isso é muito doloroso para Anne,

 

A história fala-nos do reencontro entre Anne e aquele a quem havia recusado casamento oito anos anos, impelida a tal pela sua amiga Lady Russel, ou melhor dizendo, persuadida.

 

O reencontro é frio. Muitos sentimentos se misturam, tristeza, amargura, rancor, saudade, constrangimento. As dúvidas de Anne são mais que muitas e demoram a terminar. Dessa mistura de sentimentos acaba por re-surgir outro, que afinal, nunca deixou de existir e que renasce agora mais forte que nunca.

 

O livro com a carta mais maravilhosa de sempre, com a personagem mais madura e completa de Jane Austen.

 

Esta é a história da segunda oportunidade, do amor que persiste ligado a esperança mais ténue. Na minha opinião, esta a história de amor mais linda e profunda de Jane Austen e cuja obra, muitos crêem estar incompleta.

 

Anne foi levada para os ecrãs com as actrizes:

 

  • Ann Firbank (1971)

  • Amanda Root (1995)

  • Sally Hawkins (2007)