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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Os Pilares da Terra - 3

 

 

 

 

Esta mini-série,  baseada no livro homónimo de Ken Follett, mostra-nos no seu primeiro episódio quase que uma "apresentação" dos personagens e no que vai constituir toda a trama. O enredo da história agrada-me. De um lado, todos os jogos de poder que envolvem a sucessão e posse do trono da Inglaterra; de outro lado, o movimentação da Igreja Católica em busca dos seus interesses. Em meio a tudo isto, vemos algumas personagens íntegras que - a meu ver - irão fazer a diferença em todo o percurso da história.

 

Rufus Sewell (Tom, o Pedreiro),  Donald Sutherland (Bartolomeu) e Matthew Macfadyen (Prior Philip) não decepcionam nas suas actuações - como seria de esperar. Mas é, sem dúvida, Tom o Pedreiro que mais me chamou a atenção. Ele descreve, neste episódio, o sonho dele de construir uma catedral. Achei muito interessante este aspecto.

 

Para já, este primeiro episódio de "Os Pilares da Terra" não desapontou. Pelo contrário. Tão logo começou, acabou; e eu perguntei a mim própria "Já?". A história e a vida dos personagens nos envolvem de tal forma que o tempo pareceu voar e deixou um gosto de "quero ver mais!".

 

Como já vos disse, há algum tempo que tenho curiosidade em ler este livro de Ken Follett. Porque gosto de histórias de época e porque nunca li  nada sobre escrito por ele. Tenho pesquisado opiniões sobre este livro e sobre este escritor. Pode-se dizer que não há meias medidas:  as pessoas ou detestam ou amam. O que aumenta a minha curiosidade. Só formarei uma opinião após ler o livro. É ponto assente que as produções seja para televisão seja para cinema, muitas vezes, usam as obras literárias somente como inspiração.  Um livro aproxima-nos do pensamento do autor e dos seus personagens. Um filme acaba por ser apenas um ponto de vista sobre um livro.

 

Deixo-vos a questão: alguém já leu este livro ou algum livro de Ken Follett?

Amazing Grace (2006) #2

 

 

 

Uma pessoa amiga havia recomendado que eu visse este filme. Tinha a certeza de que eu iria gostar. Não é um mistério que eu aprecio literatura de fundo histórico e de época, bem como filmes na mesma linha. Contudo, eu sempre faço uma pesquisa prévia daquilo que vou assistir. As opiniões sobre este filme não eram muito favoráveis e, com franqueza, embora eu tenha ouvido falar dele, não me lembro sequer dele estar presente nas salas de cinema. É possível que tenha estado mas, provavelmente, não teve impacto.

O que é um absurdo.

O filme é excelente. E ser excelente não é pouco.

Comecemos pelo tema. Em traços gerais, trata-se da história de William Wilberforce, que lutou pela causa da abolição da escravatura, no Reino Unido, entre o fim do século XVIII e início do século XIX. Através da carreira parlamentar assumiu esta causa abolicionista perseguindo uma aprovação através da lei. O que vemos no filme é este percurso. Por que o nome do filme é "Amazing Grace"? Porque - e eu não sabia disto, confesso - este hino tão apreciado e cantado em igrejas pelo mundo todo foi criado por John Newton. Este homem, John Newton, foi justamente um traficante de escravos que se arrependeu da sua conduta e se converteu. Ele teve influência na vida e na forma de actuar de William Wilberforce.

O filme tem a assinatura de Michael Apted. É Ioan Gruffudd quem interpreta William Wilberforce. Ele é mais conhecido pelos filmes do "Quarteto Fantástico", mas sinceramente é em filmes destes que se vê qualidade da sua interpretação. Mas este filme possui uma série de actores excelentes: Michael Gambon, Albert Finney, Rufus Sewel, Ciarán Hinds, (a querida) Romola Garai, entre outros.

Tenho de destacar a interpretação destes dois primeiros veteranos que enunciei. A interpretação de Michael Gambon é impecável e o discurso que faz no final do filme é de arrepiar. Por seu lado, Albert Finney que interpreta John Newton é, de igual forma, impecável. A sua angústia de se sentir culpado e pecador é algo palpável; e a sua alegria na redenção também. Há um diálogo, quase na parte final do filme entre William Wilberforce (Ioan Gruffudd) e John Newton (Albert Finney) que não resisto em transcrever:

 

John Newton: Although my memory's fading, I remember two things very clearly. I'm a great sinner and Christ is a great Savior.

(...)

John Newton: [reciting his song] "I once was blind but now I see". Didn't I write that?
William Wilberforce: Yes, you did.

John Newton: Now at last it's true.

 

Para mim, assistir este filme foi uma experiência arrebatadora. Aprecio este tipo de narrativa. Aprecio boas interpretações. Aprecio descrições da luta contra injustiça social. Aprecio ver pessoas nobres que lutam por causas nobres. Aprecio pessoas de convicções. Sobretudo, aprecio ver em tudo isto o reflexo da fé no amor de Deus como transformador de vidas.

 

Por todas estas razões, recomendo "Amazing Grace".