Esta é a última chamada para todos os nossos leitores que residem na area do Porto. No próximo domingo esperamos por todos na Livraria Bertrand do Dolce Vita! Com a chuva das últimas semanas tem sabido bem sentar-me a ver as várias adaptações de Orgulho e Preconceito, como sabem esse será o nosso tema. Portanto, se quiserem se juntar a nós, só precisam de aparecer no Dolce Vita, por volta das 15h30m. Até lá deixo-vos aqui dois clips que comparam duas cenas importantes de Orgulho e Preconceito, a conversa em Nettherfield sobre as mulheres prendadas e a visita da Lady Catherine a Longbourn. Os clips são das adaptações de 1940,1995 e 2005.
A nossa querida Romola Garai está de volta aos nossos ecrãs desta vez como protagonista na série "The Hour". No dia 19 de Dezembro sintonizem a Foxlife para ver. Aqui fica o link para mais informações sobre a série: The Hour
A série conta ainda com a Anna Chancellor, a Miss Bingley de Orgulho e Preconceito 1995 e Juliet Stevenson que interpretou a Mrs Elton na versão de Emma protoganizada por Gwyneth Paltrow.
Eu já vi esta série e só posso aconselhar. Aqui fica um pequeno trailer:
De uma maneira geral eu gosto de todas as adaptações que já vi, com excepção de O Parque de Mansfield 2007. Todas as adaptações trazem algo à obra, seja pela forma como dão vida a determinadas cenas cruciais, seja por cenas que acrescentam e não estão no livro. Em geral, estas últimas acrescentam muitas vezes algo à adaptação já que em muitos casos dão vida a determinados aspectos mencionados no livro ou acabam por reforçar ideias do mesmo.
A adaptação que eu mais gosto é a da BBC de Orgulho e Preconceito 1995, talvez porque aqui há uma certa perfeição na recriação das cenas chave do livro e também outras que me parecem adequadas e acabam por enriquecer o livro. Não, não estou a falar da cena da camisa molhada, mas por exemplo aquela em que Elizabeth encontra o Darcy a jogar bilhar, também não deixa de ser refrescante ver os homens a caçar, num livro onde as personagens femininas parecem dominar. Há depois pormenores que nós apreciadoras de filmes de época não podemos deixar de reparar, o guarda-roupa, os cenários, tudo sem falhas. Ah! e claro os actores que parecem que nasceram para dar vida aos nossos personagens favoritos.
Sem qualquer dúvida Colin Firth e o seu Mr. Darcy. A medida perfeita de orgulho e preconceito. A forma como ele olha para todos no inicio, a sua forma de falar nas primeiras conversas com Elizabeth ( altivo e orgulhoso) aquele olhar meigo quando ela está a mudar as folhas do piano para a irmão tocar. Eu podia continuar, mas como quanto mais gostamos menos palavras temos, eu fico-me por aqui.
A minha adaptação preferida da obra de Jane Austen é “Orgulho e Preconceito” de 1995. A série produzida pela BBC é muito bem feita e retrata a história de nossa Lizzy e Mr. Darcy de forma primorosa e emocionante. É tão bom acompanhar o desenrolar da história com os diálogos idênticos aos do livro! Lindo! Até a cena do banho de Colin Firth no lago, que muitos criticam por ser uma ousadia do roteirista, é perdoável. Afinal, quem não suspira com aquela cena!
Adaptação menos preferida
Eu devo ser sincera e destacar que não assisti todas as adaptações realizadas a partir da obra de Jane Austen, por isso a minha avaliação não vai ser justa com todas. Mas, eu não gostei de “Mansfield Park” de 2007, principalmente, devido à atriz (Billie Piper) que interpreta Fanny Price. Apesar da boa interpretação, a atriz não possui as características físicas de Fanny, é tão diferente e destoante. Eu fiquei irritada com esta falta de zelo e preciosismo com o livro e acabei não me deixando envolver pelas emoções que a adaptação se propõe a despertar.
Melhor escolha feminina das adaptações
Eu aprecio muito a atuação de Keira Knightley em “Orgulho e Preconceito” de 2005. Eu sempre imaginei Elisabeth Bennet com aquele olhar misterioso e carregado de significados que a atriz empresta a personagem. Adoro!
Pior Escolha feminina nas adaptações
Sinceramente, eu fiquei tão surpresa com a escolha da atriz (Toni Collete) que interpretou Harriet Smith em “Emma” (1996), como assim? O que ela tem em comum com a personagem? Em minha opinião: nada! Péssima escolha, pois a atriz é mais velha, madura e com muita presença de cena. Muito diferente da descrição que Jane Austen faz de Harriet ou pelo menos da que imaginei!
Melhor Escolha masculina das adaptações
Colin Firth como Mr. Darcy em “Orgulho e Preconceito” de 1995. Perfeito! Seus olhares apaixonados para Elisabeth são dignos de um Oscar de tão intensos e verdadeiros. Lindo! O Mr. Darcy dos meus sonhos!
Pior Escolha masculina nas adaptações
Eu não gosto nenhum pouco da escolha de Hugh Grant para o papel de Edward Ferrars em “Razão e Sensibilidade” de 1995 e eu observei que não sou a única. Eu imagino Edward um rapaz tímido, gentil e cavalheiro, mas Hugh Grant me passa a imagem de um sedutor nato, bonito demais para o personagem!
Momento preferido dos filmes
A primeira declaração de amor de Mr. Darcy para Lizzy em “Orgulho e Preconceito” de 2005. Tudo é lindo: o local, a intensidade dos sentimentos, a discussão calorosa, a chuva, o quase beijo...
Melhor casting de personagem secundário
Os atores escolhidos para interpretar a família Bennet em “Orgulho e Preconceito” de 2005 e 1995. São ótimos, admiro e me divirto com todos! Principalmente, com as Mrs. Bennet e Mr. Collins.
Confissão de amor preferida das adaptações
Foi repetir meu argumento do tópico “Momento preferido dos filmes”: A primeira declaração de amor de Mr. Darcy para Lizzy em “Orgulho e Preconceito” de 2005. Tudo é lindo: o local, a intensidade dos sentimentos, a discussão calorosa, a chuva, o quase beijo...
Até hoje gostei de todas as interpretações de Mr. Collins pois todas captam a essência do ridículo de tal personagem, caricaturando ao máximo todas as situações.
Todavia, David Bamber é único neste papel, desenvolvendo por completo e na perfeição o carácter de tão singular personagem de Jane Austen. Ele é em espírito e em corpo o verdadeiro Mr. Collins!
Adaptada pelo argumentista Andrew Davies, teve uma vantagem em relação à versão cinematográfica de 2005: mais tempo, dado tratar-se de uma série para televisão (6 episódios com 55 minutos cada). Exceptuando talvez a cena do lago (que não acho assim muita piada, verdade seja dita, por mais sexy que possa parecer!) a história basea-se quase integralmente na obra de Jane Austen.
Protagonizada por Jennifer Ehle e Colin Firth, a minissérie, transmitida pela BBC, fez história e, além de ter sido bastante premiada, chegou a obrigar o parlamento inglês a terminar mais cedo as suas sessões, para que os deputados não perdessem os episódios de Orgulho e preconceito.
Não pude fazer de outra forma, tive de escolher estas duas. Ambas seguem à risca as cenas e diálogos de Jane Austen. Se bem que a cena do lago em O&P esteja longe daquilo que Jane alguma vez poderia ter escrito! Mas ainda assim pareceu-me injusto excluir O&P 95 desta lista só por causa disso.
Quem assistir a Mansfield Park 1983 terá a grande surpresa de se ver frente a frente com a obra de Jane Austen. Se bem que os cenários sejam antigos, idem idem o guarda-roupa e os diálogos pareçam demasiado teatrais... depois de nos habituar-mos a tudo isso, começamos a usufruir da verdadeira obra de Jane Austen e podemos conhecer a sua heroína Fanny Price tal e qual Jane a criou. Não é uma adaptação que delicie qualquer um, é necessário admirar Jane Austen e é necessário gostar de Mansfield Park, caso contrário, imagino que se torne muito aborrecido.
Já O&P 95 não padece desse problema, pelo menos generalizando. É das mais connhecidas adaptações de Jane Austen, se não a mais. E consegue juntar numa só série excelentes interpretações, diálogos linha por linha iguais à obra, cenários muito "british" e apesar dos 16 anos que já tem, consegue ver-se com facilidade, não é preciso ser uma fã acérrima de Austen para suportar algum desajuste temporal.