Hoje dei conta de um pormenor que partilho aqui convosco. Na adaptação de 1996 de Emma, com Gwyneth Paltrow, sempre me perguntei onde teriam ido buscar a ideia de colocar Emma a lançar o arco - numa cena em que ela e M. Knightley discutem a propósito da recusa de Miss Smith à proposta de casamento de Mr. Martin. Julguei, desde então, que seria provável que fosse uma atividade comum na época - mas hoje encontrei outra possível inspiração, refiro-me à cena de Orgulho e Preconceito 1940 que é bastante semelhante. Vejam por vocês!
Esta é a última chamada para todos os nossos leitores que residem na area do Porto. No próximo domingo esperamos por todos na Livraria Bertrand do Dolce Vita! Com a chuva das últimas semanas tem sabido bem sentar-me a ver as várias adaptações de Orgulho e Preconceito, como sabem esse será o nosso tema. Portanto, se quiserem se juntar a nós, só precisam de aparecer no Dolce Vita, por volta das 15h30m. Até lá deixo-vos aqui dois clips que comparam duas cenas importantes de Orgulho e Preconceito, a conversa em Nettherfield sobre as mulheres prendadas e a visita da Lady Catherine a Longbourn. Os clips são das adaptações de 1940,1995 e 2005.
Se conhecem todas as adaptações de Orgulho e Preconceito, sabem que o senhor da foto é Lawrence Olivier. Em 1940, este actor inglês representou o Mr. Darcy, esta foi a primeira adaptação para cinema do nosso amado livro. Na próxima sessão do Clube de Leitura Jane Austen que terá lugar no dia 21 na Bertrand do Dolce Vita Porto, iremos falar um pouco sobre esta adaptação.
Não conheço todas as adaptações existentes das obras de Jane Austen. Por isso, de entre as que já vi destaco talvez Orgulho e Preconceito de 1940 com Greer Garson e Lawrence Olivier.
Acho o guarda-roupa demasiado exagerado e fora de época; Vêem-se lá vestidos que davam verdadeiras tendas de campismo e as mangas são tão exageradas que parece que as mulheres vão levantar voo a qualquer instante. Sei que são roupas que foram reaproveitadas do filme "E tudo o vento levou", filmado mais ou menos na mesma altura, dado que este O&P era um filme de baixo orçamento. Mas, mesmo assim, não gostei. Podiam ter adaptado as roupas para dar mais realismo e fidelidade à história original. Costureiras não deviam faltar por lá.
As idades dos actores também não me parecem adequadas. Todas as personagens aparecem como muito mais velhas e maduras do que são originalmente no livro. Mas penso que isso é uma característica dos filmes mais antigos.
Depois, são as interpretações. Sei que, nos filmes mais antigos, as interpretações tendem a ser mais teatrais especialmente se tem actores com formação e experiência maioritariamente teatral; todavia, acho exagerado; Os diálogos, as posturas,... e então aquela primeira declaração de Mr Darcy a Lizzy! Credo, que coisa tão sem sal, tão pouco romântica, tão pouco emocional...
Badly done, very badly donne... (como diria Mr Knightley).
Aqui fica um vídeo sobre as diferentes cenas da visita de Lady De Bourgh de que vos falei ontem a propósito da alteração de cena da adaptação de 1940, para que possam comparar.
A adaptação de 1940 de Orgulho e Preconceito foi a primeira adaptação de uma obra de Jane Austen para o cinema. Embora siga à risca a obra original (à excepção de uma ou outra cena, como a da visita de Lady De Bourgh a Lizzie, que foi totalmente alterada), o período de tempo em que decorre a acção é posterior àquele sobre o qual Jane Austen escreveu, tudo isso por razões de cenário e guarda-roupa - para que fosse mais apelativo aos espectadores.
Um filme que conta com as interpretações de Greer Garson e Laurence Olivier nos papéis principais.