Quando a cidade dorme, o vilão ainda está acordado, ele planeia o seu próximo golpe. O vilão, num livro ou filme é aquele que fará tudo para no fim triunfar, que não olha a meios para atingir os seus fins. Ele planeia separar o casal apaixonado mas muitas vezes não o faz porque tem interesse na rapariga, mas porque isso lhe dá prazer. Ficar rico ás custas das suas acções também é muitas vezes o seu objectivo. De uma forma geral pudemos dizer que é alguém que pratica um sem fim de actos para no fim da trama triunfar.
Jane Austen criou uma série de personagens que são desprezíveis, mas na maioria dos casos, elas não cometem actos deliberados para infernizar a vida dos nossos heróis e heroínas, apenas incomodam quando falam ou com algum acto de indelicadeza, falta de educação...
Contudo, há sempre alguém que está mais próximo da definição clássica de vilão, para mim esse é George Wickham.
Sedutor como convém a um bom vilão, ao chegar logo tenta conquistar simpatias, não se inibindo de contar mentiras que mais tarde são descobertas. Mas isso, não lhe diria o estatuto de vilão, porque quantos não são aqueles que contam estórias para atrair pessoas à sua causa? Se fosse só isto Wickham, era apenas um mentiroso, mas ter fugido com Lydia, embora saibamos que ela era suficientemente tola para se deixar ir, e ter antes tentado fazê-lo com Georgiana, com o único objectivo de apossar-se da sua fortuna e vingar-se do Mr. Darcy, são motivos mais do que suficientes para lhe dar o titulo, sem dúvida, merecido, do melhor vilão.
E quem é no universo de Austen é a mais má das mulheres? Para mim, a Miss Bingley, ela não se inibe de tratar mal a Elizabeth,simplesmente porque ela atraiu o afecto de Darcy. Ela não arquitecta nada para os separar, mas não se inibe de diminuir Elizabeth aos olhos de Darcy em diversas ocasiões, estes actos são para mim maldade pura.
Não existem vilões no sentido clássico do termo em Austen. Mas estes dois bem que podiam ser considerados aprendizes de feiticeiro!
O belo Wickham faz suspirar as mulheres, com a sua beleza e charme pessoal, mal entra em cena. As suas maneiras conquistam e até chegamos a ter pena da forma como foi tratado por Darcy. Se Charlotte Lucas é o oposto de Lizzie na questão do casamento, eu atrevo-me a dizer que Wickham é o de Darcy. Não sendo um vilão, aliás acho que não existem vilões nos livros de Jane, Wickham ao contrário de Darcy rapidamente cai nas boas graças da boa sociedade de Merython, principalmente nas de Lizzie. Todos gostam dele e todos detestam Darcy. Wickham começa então a pregar a sua estória já que sabe que isso ajudará a que seja visto ainda de forma mais favorável, como ninguém o conhece todos acreditam.
Darcy começa então a ser mais detestado, eventualmente a verdade é descoberta, mas até isso acontecer ainda algum tempo irá passar.
Wickham representa todos aqueles que conseguem enganar seduzir os outros. A verdade é que o ser humano é muitas vezes enganado por pessoas como ele, que se mostram atenciosas, simpáticas e amigas do seu amigo.
Se eu gosto dele? Sim, até acho que têm um certo charme, que eu talvez não resistisse e acho que o seu casamento com Lídia, um castigo merecido. Não há nada pior do que um casamento sem amor.
Se é uma entusiasta de Austen, estará certamente familiarizada com Elizabeth Bennet e o seu cavalheiro, Mar. Darcy. Os personagens de Orgulho e Preconceito são, sem sombra de dúvida, um dos pares mais conhecidos da literatura e certamente o par mais famoso da escritora. Mas o que dizer acerca dos outros homens que giram no círculo de Lizzie e que se esforçaram por lhe ser agradáveis ao longo do romance? Embora a acção da história envolva muitos jovens, particularmente a milícia em Meryton, os meus pensamentos estão canalizados em George Wickham e Coronel Fitzwilliam, dois esbeltos e agradáveis homens que se tornam diferentes à medida que a história avança, ou não.
Embora Austen não nos dê grandes informações sobre o primo de Darcy, diz o suficiente para nos encher de curiosidade. Em relação a Wickham, temos uma melhor ideia do seu carácter, o que é natural, sendo ele o antagonista. Ainda assim, não posso deixar de comparar estes dois homens, uma vez que ambos se esforçam por ganhar o respeito e afecto de Lizzie, para terem um pequeno benefício e ambos têm o impacto significativo na vida dela.
Desconhecemos os particulares do crescimento de Coronel Fitzwilliam, mas podemos adivinhar que sendo ele o filho mais novo de um Conde, teve uma vida muito confortável. Em tal posição ele não herdaria o património, ele teve de tomar uma profissão para poder construir o seu caminho. Enquanto o seu pai (ou irmão mais velho) suplantaram a sua renda, Coronel Fitzwilliam tem uma certa falta de independência que não teria se fosse o herdeiro.
Pelo lado de Wickham, não havia assim tanto dinheiro. Ele é o filho de um advogado respeitável tornado curador de Pemberley e da sua mulher extravagante. Obviamente ele desconhece o estatuto de filho mais novo, contudo, foi criado juntamente com Fitzwilliam Darcy e Mr. Darcy (pai) gostava imenso do seu enteado, o suficiente para lhe providenciar um lugar na Igreja, desejando que ele escolhesse essa profissão; o que Wickham faria caso fosse, de facto, o seu filho mais novo. Não tendo dinheiro, propriedade ou título para herdar, tanto o Coronel Fitzwilliam com Wickham não têm total independência – incluindo a liberdade de poder casar com quem desejasse, uma vez que o desejo de fortuna e hábitos de gasto impunham que casasse com uma mulher de alguma fortuna.
Coronel Fitzwilliam é o oposto da relação Wickham/Darcy se bem de que uma forma moderada. Ambos (Wickham e Coronel Fitzwilliam) são potenciais rivais pelo afecto de Lizzie e através de conversas – Wickham contando a sua história pessoal e Fitzwilliam contando o triunfo do primo no que respeita a Bingley – fornecem a Lizzie informações que a viram contra Mr. Darcy. Tal como com Wickham, sentimos uma espécie de leve ressentimento do Coronel para com o primo, no seguimento da conversa com Elizabeth sobre a iminente partida para Kent (de ambos).
“ Ele gosta de fazer as coisas à sua maneira, disse Coronel Fitzwilliam. – Mas isso todos gostamos. Mas a verdade é que ele tem melhores meios de o conseguir do que os outros, por ser rico, e muitos dos outros são pobres. Eu falo com sentimento. Um filho mais novo, sabe bem, deve conformar-se com a dependência”.
Mas certamente o seu ressentimento é trivial e ele será mais amigo do que rival do seu primo, comparando com o que Wickham é para Darcy.
Concluindo, acredito que a sociedade onde estes homens foram criados determinou as suas similitudes. Eles são ambos dois homens esbeltos e agradáveis, embora Wickham mais do que o Coronel, mas isso é compreensível, para poder contrastar com Mr. Darcy, cuja graça geral do convívio em sociedade não era o que deveria ter sido. Tanto Wickham como Coronel Fitzwilliam são um exemplo perfeito de que “quem vê caras, não vê corações”.
Título Original: Criteria for Rating Heroes Retirado do site: Pemberley
Autor do Artigo: Ellen Moody
Traduzido e Adaptado por Clara Ferreira
Vou aproveitar a pergunta sobre "porquê que gostamos mais de alguns heróis de Jane Austen do que de outros?". Eu penso que não é apenas uma questão de não ter nada para os perdoar, porque algumas coisas são mais fáceis de perdoar que outras, e quando decidimos o que achamos mais fácil de perdoar estamos a dizer mais sobre a nossa própria moralidade do que à de Austen.
Os heróis que têm normalmente menos fãs, são aqueles que são profundamente morais; deixem-me chamá-los de tipo Ashley Wilkes (de "E Tudo o Vento Levou"): sensíveis, bons, leais, com um comportamento impecável, tacto, gentis e altruístas e muito convencionais no que toca ao sentido que têm sobre como deve ser um "gentleman"; Austen, claro, engana-nos e adiciona a estas características a reserva, utilizada para proteger o próprio (como vemos em Knightley no seu comportamento com Emma), também o ser acanhado, muito pouco alegre numa festa - características/defeitos muitas vezes apontados e aos quais os leitores não perdoam a Edmund Bertram, Edward Ferrars, Coronel Brandon e George Knightley. Tal como Rhett Butler diz, eles são cavalheiros apanhados num mundo que idolatra a beleza, suavidade e a liderança. Edward Ferrars e Coronel Brandon são fracos nessa batalha de domínio entre pessoas, o que talvez seja a essência da vida. Heróis deste género são patetas, pedantes e empertigados, epítetos comuns atirados contra alguns tipos de heróis em Jane Austen, não? Mas Austen crê que estes homens quando são também inteligentes, queridos e constantes (com devido rendimento), fazem as mulheres felizes, especialmente quando a natureza e gostos de ambos são similares, exemplo disso são Elinor Dashwood e Edward Ferrars ou Fanny Price e Edmund Bertram. Diria que Knightley não assenta bem aqui, uma vez que não é fraco na batalha da liderança, ela apenas partilha de algumas qualidades de Edward Ferrars, Edmund Bertram e Coronel Brandon, pelas quais alguns leitores tiveram muito tempo até lhes perdoar. Eu sou fã de Edward Ferrars e Edmund Bertram, embora não me quisesse casar com eles, eles aborrecem-me até às lágrimas; e para ser sincera, eu não acredito totalmente no Coronel Brandon. Ele é um evadido de uma ficção gótica, fantástica, teatral, afectiva mas não totalmente persuasiva; nem o casaco de flanela consegue esconder a origem.
Agora os heróis que são também vilões aos quais podemos chamar de tipo Rhett Butler. Para ser menos anacronista e estar mais próxima do arquétipo fundamental temos os nossos subtis libertinos: Willoughby, Wickham, Henry Crawford, Frank Churchill e talvez William Walter Elliot. Estes são homens sedutores, sedutores precisamente porque são perigosos, engraçados de estar, divertidos, bonitos. O que +e que temos para perdoar aqui? Deslealdade, ter tido sexo com outra mulher, indiferente, despreocupado, egoísmo, a habilidade de estar infinitamente inactivo e mais importante, a incapacidade de olhar para eles próprios e ver o que está mal e mudar, porque eles não podem sentir o tipo de alegria que surge com o amor intenso e tudo o que vem com ele. Parece que Austen sugere que, enquanto grupo, estes homens são pouco profundos nas suas emoções, porque a estes "libertinos" dos romances é dada uma intensidade de emoção em demasiada escala. Austen não permite isso; isso é o delicioso veneno que bebemos para a nossa própria destruição. Eu diria que muitas pessoas não teria assim tão grandes problemas em perdoar as falhas acima citadas, mas Austen considera esse tipo de homem um mau material para maridos; e eu sugiro que a única qualidade que ela seria incapaz de perdoar a estes homens é a sua insensibilidade e inconstância. No entanto, sejamos justos, são géneros divertidos, nunca um momento aborrecido com Willoughby - embora lendo com cuidado, podemos afirmar que ele pode ser visto como pouco profundo e egoísta. É o tipo de rapaz que não se arrepende de ter passado um bom bocado, mas terrivelmente arrependido de não ter conseguido o seu doce no fim. E a Henry Crawford são dadas possibilidades, somos levados a achar que ele pode ter-se transformado no 3º tipo, embora eu duvide.
Temos agora o 3º tipo, no qual eu sugiro que Henry Tilney entra. De certa maneira, Jane Austen foi a inventora deste tipo e por isso lhe chamarei o tipo de Frederick Wentworth. O que temos para lhes perdoar é aquilo que temos de perdoar a qualquer ser humano que é fundamentalmente decente e querido e inteligente e também capaz de ter uma conversa interessante - o tempo e as circunstâncias é que não estiveram sempre do seu lado. Isso acontece com Darcy - Darcy tem sido objecto de sincopacia continuada, demasiada indulgência e possuidor de um coração frio e repleto do orgulho materialístico de todas as Ladies De Bourgh deste mundo. Ele precisa de olhar para o seu coração para poder mudar. E fá-lo. Temos de lhe desculpar as reprimendas, a arrogância, o pessimismo em relação à natureza humana, uma certa frieza (...). Este grupo inclui Wentworth o meu herói favorito (...). Henry Tilney também não tem tudo do seu lado - tenhamos como exemplo o seu pai tirano; mas a sua mãe parece ter sido muito boa pessoa (tal como a mãe de Anne Elliot) e o rapaz tem a felicidade de possuir rendimento e garantir a sua independência. Na verdade, não havendo nada para perdoar, talvez por ser ainda tão jovem e alegre e tão humano, e por isso o coloco neste 3º tipo inventado por Jane Austen, os cavalheiros que têm tudo, tudo o que encanta uma mulher e que fazem deles um partido. Deixem-me terminar com George Knightley, porque ele sofre da falha que tem Tilney - não há nada a perdoar - mas neste caso, pobre homem, não podemos perdoar-lhe a perfeição, porque ao contrário do tipo 1, ele não é fraco nem pedante, nem acanhado (embora, tal como ele diz, não saiba muito bem expressar-se no que toca aos sentimentos do coração). Mas, lembremo-nos, conhecemos Knightley apenas pelo ponto de vista de Emma e talvez seja por isso que ele nos pareça tão perfeito. Mas eu amo Knightley, de verdade. Adoro o seu tacto, a cortesia, o cavalheirismo, o seu pensamento sempre acertado, nem me importa o seu pensamento moral por vezes exagerado. (...)
Continuando a ideia do post anterior, artigo que gostei muito de ler, gostava de realçar alguns pormenores.
Em Sensibilidade e Bom Senso temos John Willoughby.
Em S&S a grande vítima é Marianne Dashwood, embora ele também tenha iludido Mrs. Dashwood. Contudo, Elinor teve sempre "uma pulga atrás da orelha" em relação a ele. E ela, é a única das heroínas de Jane Austen que não caí das artimanhas de nenhum galã (se não estou enganada).
Em Orgulho e Preconceito temos Mr. Wickham.
Em O&P toda a família Bennet se apaixona por Wickham, diria ainda toda a Meryton. Mas as grandes vítimas são Lizzie e Lydia, por razões diferentes, é certo.
Em Emma temos Mr. Elton e Frank Churchill.
Em Emma, a nossa Miss Woodhouse nunca se sente genuinamente apaixonada por Frank Churchill. Contudo, foi errado da parte dela receber algumas das atenções que ele lhe concedia, e viu-se envolvida em dois circulos amorosos do qual não fazia sentido estar metida mas onde ela prórpia caiu e contribui para - falo de Churchiil-Emma-Fairfax; e Elton-Emma-Miss Smith.
Em O Parque de Mansfield temos Henry Crawford.
Em O Parque de Mansfield, Fanny é como Elinor, teve sempre alguma coisa contra Crawford, mas ainda assim, deixa-se levar durante uns tempos, cai inconscientemente na artimanha.
Em A Abadia de Northanger temos John Thorpe e Frederick Tilney.
Em Abadia de Northanger, creio que a nossa adorada Catherine nunca gostou genuinamente de Thorpe, o menino dos seus olhos foi sempre Henry Tilney. Frederick entra em cena para corromper a já de si corrupta Isabella.
Em Persuasão temos Mr. Eliot.
Em Persuasão, Anne guardou sempre reservas quanto a Mr. Eliot e não se deixou persuadir, embora saibamos que ela própria se imaginou como Mrs. Eliot a ocupar o lugar da mãe, no entanto, o seu coração nunca deixou de bater por Wentworth e não houve Lady Russel que lhe valesse, ela agora sabia o que fazer.
Qualquer heroína de Jane Austen, antes de trazer para casa o marido certo para a Mãe ou Pai, traz sempre o errado! Os libertinos, aqueles que seduzem todas as mulheres da família até um certo ponto. Será que Austen tinha alguma obsessão por libertinos? É que, de facto, eles são muito mais interessantes que os seus heróis "bons rapazes" clérigos. Isto sou eu apenas a falar. Estes homens não são bons para o resto da vida, mas eu acho que ela sentia o seu charme. E claro, qual o melhor vilão do que aquele que pode destruir a nossa vida?
Por isso, apresento aqui a lista dos galãs de Jane Austen. (...)
Mr. Willoughby: Um clássico, a sério, Mr. Willoughby recita poesia, cavalga para salvar uma donzela, e seduz inocentes e jovens raparigas. É divertido, irreverente e, para mais, acabamos por descobrir que ele amou verdadeiramente Marianne. Sem este toque de sentimento, não acredito que as audiências modernas pensassem nele mais do que uma vez, mas lembrem-se, no livro Colonel Brandon é verdadeiramente enfadonho. Foi preciso que Alan Rickman desse tudo de sim para o transformar numa figura romântica misteriosa e satisfazer-nos com o facto de ele ser a alma gémea para Marianne. Com o arrependimento de Willoughby, fico sempre com a sensação irrequieta de que Marianne nunca será feliz sem Willoughby.
Mr. Wickham: Conversador, lisonjeador, esquivo. Ele chega a Lizzie fazendo-a entrar no seu segredo e fazendo-a sentir inteligente e especial. Todas nós podemos cair nisso de tempo a tempo. Depois de ser desmascarado, ele torna-se tão irritante que acho inacreditável como é que pude gostar dele no início! (Lydia, claro, fugiria com quem quer que fosse!).
Henry Crawford: Eu apaixono-me sempre por Henry Crawfor, e lamento o seu destino. Ele é o oposto de Wickham - ele começa como mau, obviamente e orgulhosamente mau, e gradualmente torna-se bom. Eu acho que a própria Jane Austen gostava dele, e coseguiu transformá-lo de tal forma que ela própria não soube o que fazer dele no fim para além da fuga com Mrs. Rushworth. Eu acredito que ele faria uma coisa dessas? Nunca terei a certeza, esse é o problema.
Mr. Eliot: Ele é um "bad boy" como deve ser, mas Anne nunca está em perigo eminente. O seu Capitão Wentworth é fogoso o suficiente para satisfazer tudo isso. Mais do que nos outros casos, com Mr. Eliot, Jane Austen parece apontar e alertar para como uma pessoa pode dizer todas as coisas acertadas e parecer decente e não sentir uma única das palavras que diz. Mr. ELiot é suave e elogia a inteligência e aparência de Anne, mas ele nunca me convenceu. Tal como Jane, eu gosto de homens que à vezes, agem sem pensar. Mr. Eliot mede tudo e todos - e é o mais vilão de todos eles.
Iniciados: Não incluí John Thorpe, Mr. Elton ou Frank Churchill.
__________________________
A autora não incluiu este últimos, mas eu incluo!
John Thorpe: Deplorável, triste e de mau carácter... confesso que desde início nunca fui com ele. Já com a irmã, iludi-me. Mas a gota de água foi a grande mentira que disse a Catherine para ela ir andar de carroça com ele. Não, acho que Catherine também nunca foi muito na conversa dele, apesar de toda a sua ingenuidade. E creio que também nunca fez sombra a Tilney, esse esteve sempre bem mais alto!
Mr. Elton: Não é propriamente um vilão. Não o considero como tal... talvez mais um interesseiro e um vaidoso do que outra coisa.
Frank Churchill: Nunca percebi muito bem qual a sua ideia. Mas tal como os Westons, perdoei-o. Ele brincou muito e em demasia com o fogo. Ele faz lembrar Willoughby, também ele dependente de uma tia rica, no entanto, Churchill tem a virtude de, mesmo assim, permanecer comprometido com a mulher que ama (ainda que em segredo), embora pareça estar constantemente a magoá-la com as atitudes que toma e que, ao mesmo tempo, achamos imperdoáveis. Ele é muito confuso e a sua relação com Jane Fairfax é estranhíssima. Mas no fundo no fundo, não acho que seja um "mau rapaz".
Frederick Tilney: Acrescento ainda este, mesmo que não se tenha "metido" com nenhuma das nossas heroínas. Tal como Mr. Eliot, considero-o um verdadeiro "vilão", um libertino de primeiro grau. Mesmo não gostando de Isabella Thorpe (no fim) senti pena dela, embora ela também tenha culpas no cartório.