Talvez seja um pouco prematuro escolher O Parque de Mansfield 2007, até porque nunca li o livro ( falha que vou tentar remediar até ao fim deste ano) mas não gostei de nada desta adaptação. Para começar não achei que fosse Austen, pareceu-me que era alguém a imitar, como se fosse uma sequela ou um reescrever de um dos livros. Posso-vos dizer que não gosto dos últimos dez minutos de Persuasão 2007 e até acho muito pouco provável que o Capitão Wentwhorth tivesse dinheiro para comprar Kelinch Hall, mas tirando esses dois pequenos pormenores gosto muito dessa adaptação e dos actores escolhidos. Mas em O Parque de Mansfield, parece-me que tudo falha, não creio que tenha havido cuidado na forma de adaptar ou mesmo na escolha de actores. Por exemplo, o Blake Ritson que foi um excelente Mr. Elton em Emma 2009, não me convenceu enquanto o herói deste livro, falta-lhe ali qualquer coisa que lhe desse esse ar de ser o herói por quem devemos torcer ou algo assim. As personagens secundárias também me parecem mal exploradas. Os cenários são bons e guarda-roupa também, mas isso não é suficiente para fazer uma boa adaptação.
Como ainda não li este livro, fiquei para este mês com a obrigação de fazer uma review a esta adaptação.
Creio que mencionei que o meu primeiro contacto com Austen foi através da adaptação de Orgulho e Preconceito feita em 1995 pela BBC, que adorei. De resto, posso-vos dizer que todas as outras obras que já li também vi primeiro alguma adaptação. No fundo, para mim funciona como uma espécie de incentivo e nunca fiquei desiludida ao ler o livro ou ao ver estas adaptações e todas as que vi gostei.
Infelizmente, na vida há sempre uma excepção e para mim, essa será esta adaptação da qual não gostei nada. A dada altura pareceu-me era apenas alguém que tentava imitar Austen e não uma adaptação de um dos seus livros. Faltavam ali os personagens que fascinam, que são enigmáticos, que nos fazem salivar por mais.
A Fanny Price pareceu-me uma irmã mais nova da Anne Elliott, mas sem qualquer brilho pessoal ou nada que a recomende, os outros mal tive tempo de entender quem eram, a única que me despertou um interesse genuíno foi a Mary Crawford.
Eu já vi várias adaptações de livros, umas gostei mais que outras, mas nunca fiquei tão desiludida como desta vez, caramba é a querida Jane, esperamos mais, muito mais, tanto a nível da adaptação como dos actores envolvidos.
Lerei o livro e depois farei a minha review, não acredito que a Jane tenha errado tanto com este livro...
Eu já assisti às duas versões de Mansfield Park: a versão de 1999 da Miramax e a versão de 2007 da ITV. Lembro-me que fiquei absolutamente decepcionada com ambas as versões. Lembro-me que vi os filmes no dia imediatamente após ter terminado de ler o livro. Foi um tipo de experiência mais ou menos assim: um livro fantástico e dois filmes que não lhe chegam aos pés. Não me incomoda que um filme somente se inspire num livro e não se prenda aos detalhes da acção. Aliás, há filmes que são melhores do que o livro nos quais se inspiram: o “Paciente Inglês” é exemplo disto. O que me incomoda é que, em ambas versões, há uma fuga da essência do livro. Então, para apreciar estes dois filmes eu tive de fazer um exercício de abstracção e esquecer um pouco o livro. Esquisito, não é? Só assim, eu consegui usufruir de ambos os filmes que, entretanto, já revi várias vezes.
A minha versão preferida é a de 1999, principalmente por causa do elenco. Adoro o facto de ter o James Purefoy a fazer de Tom Bertram – mas isso é um gosto pessoal – e também aprecio as duas actrizes que fizeram as irmãs Bertram. Mas há alguns aspectos em que a versão de 2007 é superior à versão de 1999. No que diz respeito a duas actuações: Blake Ritson (que faz de Edmund) e Hayley Atwell (que faz de Mary Crawford). Penso que Blake Ritson fez um Edmund mais convincente do que Johnny Lee Miller (em 1999); e o mesmo acontece com Hayley Atwell, que desempenha uma Mary Crawford bem mais interessante do que Embeth Davidtz (em 1999). No caso do personagem de Sir Thomas Bertram, penso que nenhum dos dois actores esteve à altura, para grande decepção minha, já que é um personagem que eu aprecio muito. Há outros aspectos, sobre os quais falarei quando referir o papel de Fanny em ambos os filmes.