Jane Eyre - tradução em português
Para as nossas leitoras que queiram ler esta obra traduzida para português (caída em domínio público), fica aqui o link.
A tradução corresponde à obra integral. Espero que desfrutem da leitura.
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Para as nossas leitoras que queiram ler esta obra traduzida para português (caída em domínio público), fica aqui o link.
A tradução corresponde à obra integral. Espero que desfrutem da leitura.
Para quem estiver interessado, e como a Vera o referiu há pouco tempo, deixo aqui disponível o link que permite a leitura online e dawnload gratuito e legal desta obra em inglês.
Um pequeno "biju" para todas nós que gostamos de Jane Austen mas que ainda não conhecemos bem a sua biografia. Além disso, encontramos também algumas curiosidades acerca das suas obras.
Acabei de ver no A Origem das Espécies a indicação de um blogue de leilões de livros usados, e é referido que "o valor das vendas resultante dos leilões reverterá, na sua totalidade e de forma directa, para a APPT21 (Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21) e para o Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças."
Como eu gosto de livros usados e como se trata de uma boa causa fui dar uma espiadela. É muito interessante.
Para quem estiver interessado é o Déjà Lu.
Encontram-se disponíveis online as obras integrais de Jane Austen em lingua portuguesa. Deixo aqui os links, pelo que vi, as traduções não são das mais eloquentes, no entanto, servem bem o propósito.
Camilla, Fanny Burney
Decidi criar um novo sub-projecto aqui no blogue para dar a conhecer outras obras para além das obras de Jane Austen. Vou pegar apenas em clássicos e obras contemporâneas de Jane Austen. Espero que gostem. Dentro do possível procurarei saber se existem edições portuguesas.
Há pouco tempo falei aqui desta obra a propósito da "Defesa do Romance" em Northanger Abbey. Aqui fica um review da obra retirado do site Girlebooks, um dos melhores sites de sempre.
Publicado em 1796, o terceiro romance de Burney gira em torno das preocupações económicas e matrimoniais de Camilla Tyrold e da sua família. A história leva-nos por muitas dificuldades na família Tyrold, muitas causadas por mal-entendidos que vão sucedendo durante a busca pelo verdadeiro amor e solvência.
Depois de um começo lento, com todos os personagens introduzidos e prontos a interagir, Burney apresenta-nos uma história cativante. (...) A personagem de Camilla está longe de ser perfeita em beleza e inteligência. Nem é grande possuidora de senso comum. Camilla é uma figura nervosa todo o romance, mas as suas falhas são tão humanas que não conseguimos evitar encantarmo-nos por ela. A sua irmã deformada, Eugenia, é uma pequena coisa querida. O seu irmão Lionel faz-nos rir tal é o seu comportamento disparatado. O seu pretendente. Edgar Mandlebert - talvez um dos personagens que nos enfurecem mais ao longo do romance - acaba por ser desculpado por fazer algum bem no meio de tanto mal. (...) Ficará satisfeita com "Camilla" se for uma fã de Jane Austen e estiver curiosa sobre as suas influências: é o caso de Camilla que foi mencionada no romance de Jane Austen "A Abadia de Northanger".
After a slow start, once all the characters are introduced and start to interact, Burney weaves a captivating story. Unlike her previous novels, Evelina and Cecilia, Camilla's titular character is far from perfect in both beauty and intelligence. She does not lay claim to much common sense either. Camilla is a nervous wreck throughout most of the novel, but her failings are so human that we can't help being enchanted by her. Her deformed sister, Eugenia, is a dear little thing. Her brother Lionel makes us laugh and cringe at his antics. Her sometime suitor, Edgar Mandlebert--perhaps one of the more infuriating characters of the novel--redeems himself by doing some good brooding in dark corners. And there are some well-rounded villains to keep us on our toes including the overbearing governess, Miss Margland, and the equally overbearing Mrs. Mittin who may mean well but leaves disaster in her wake.
While I'm not as fond of Camilla as Burney's other novels (Evelina was my particular favorite), there is some merit to this one. The resemblance to Jane Austen's writing style and plot construction is more apparent in Camilla than Burney's other novels. Sir Sedley Clarendel, who seems a most lethargic and unpromising young chap at the start, turns out a wonderfully complex character. I see hints of him in Henry Crawford from Austen's Mansfield Park. Edgar Mandlebert reminds me of Mr Knightly from Emma in his many exhortations on propriety to Camilla, though Camilla deserves such exhortations much less than Emma did.
If you have enjoyed Evelina and Cecilia and are hungering for more Burney, Camilla will satisfy you. You also will be satisfied if you are a Jane Austen fan and are curious about her influences. For instance, Camilla was mentioned in Austen's Northanger Abbey by its heroine in the following effusion:
"Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora as ambas as palavras sejam utilizadas como sinónimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. Orgulho está mais relacionado com a nossa opinião sobre nós próprios, vaidade, pelo contrário, está relacionada com aquilo que desejamos que os outros pensem de nós."
De início (ainda em rascunho) este livro chamava-se "First Impressions". É por muitos, considerado a obra prima de Jane Austen.
Repleto de um humor muito próprio da autora e composto por duas personagens brilhantes: Elizabeth Bennet e Mr. Darcy.
Posso dizer que é uma história de amor que foge, por completo, à ilusão do amor à primeira vista.
A família Bennet é uma das melhores criações de Jane Austen, na minha opinião. Um pai cínico e repleto daquele humor tipicamente British, uma mãe totalmente histérica, cinco filhas que não podiam ser mais diferentes umas das outras. Ler as cenas do livro que mostram a convivência desta família é delicioso!
Mas, contudo, a história centra-se na personagem de Lizzy que nos vai relatando as suas impressões de Mr. Darcy, as suas conversas com outras personagens que só contribuem para aumentar o seu "ódio" a Mr. Darcy, como o "magnífico" Wickam, que se revela, mais tarde, como possuidor de um carácter ultrajante.
É engraçado ver como o sentimento de Lizzy para com Darcy vai evoluindo ao longo da história, e é interessantíssimo verificar a quantidade de "preconceitos" criados em torno de Mr. Darcy por Lizzy, pelas tais primeiras impressões, juízos de valor, no fundo, situações em que todos caímos.
Uma das alturas mais intensas do livro e uma das minhas preferidas é, tal como na série da BBC de 1995 a altura em que Mr. Darcy faz a proposta a Lizzy e esta rejeita da forma mais eloquente e cruel (ao mesmo tempo) que seria possível.
Fiquei fã de Mr. Bennet, o pai de Lizzy é simplesmente genial, foi a personagem que mais me divirtiu, tirando, talvez, a parte do livro em que Lizzy e Darcy se conhecem pela primeira vez, que é extremamente divertida.
Outra personagem curiosa, que não mencionei aqui foi Mr. Collins, um primo que herdará toda a fortuna Bennet, uma vez que não existem descendentes homens. Mr. Collins é uma personagem "melosa", ridícula e mesquinha que nos causa repulsa logo no primeiro instante, mas que nos brinda, com as cartas mais mirambolantes durante a história.
Este livro, tal como o título indica, fala não só de preconceito, como também de orgulho, coisa que tanto Lizzy como Darcy têm para dar e vender.
Se nunca leram Jane Austen, esta é sem dúvida, a obra com que se devem estrear. Não foi o meu caso, mas esta é a obra mais afamada e conhecida da autora e é, também na minha opinião, a mais genial, pela forma como as personagens interagem entre elas cativando-nos de tal forma que quase nos sentimos mebros da família Bennet.
"And among the merits and the happiness of Elinor and Marianne, let it not be ranked as the least considerable, that, though sisters, and living almost within sight of each other, they could live without disagreement between themselves, or producing coolness between their husbands"
Publicado em 1811, foi o primeiro romance de Jane Austen a ser publicado, sob o pseudónimo de " A Lady".
Jane Austen escreveu o primeiro rascunho desta obra em 1795, quando tinha cerca de 19 anos. Primeiramente chamado "Elinor and Marianne" e depois, definitivamente "Sense and Sensibility".
O meu livro preferido de Jane Austen; aquele que contém lá dentro a minha personagem preferida de sempre - Elinor Dashwood.
À semelhança de "Persuasion" este livro é totalmente absorvente, são tantas as desgraças que acontecem à família Dashwood que vivemos a história como se fôssemos uma das irmãs. O livro, fala-nos da possibilidade de amar uma segunda vez, tão fortemente como se ama a primeira vez.
A história possui duas personagens principais: Elinor e Marianne Dashwood (duas irmãs). O contraste entre ambas é enorme. Elinor revela um enorme bom senso e Marianne representa a emoção do seu maior esplendor. Acredita-se que estas duas irmãs foram criadas a partir de Jane Austen e da sua irmã Cassandra.
Tudo começa quando o pai de Elinor, Marianne e Margarett morre. Toda a sua fortuna passa para as mãos do filho do primeiro casamento (meio irmão de Elinor, Marianne e Margarett). As irmãs e a sua mãe ficam com uma pequena renda anual. O irmão e a sua mulher acabam por vir residir para Norland - a morada do pai, madrasta e meias-irmãs.
Mrs. Dashwood começa a procurar uma casa para poder ir viver com as suas filhas, um primo oferece-lhe uma pequena casa de campo em Barton e aí se acabam por estabelecer.
Elinor, razoável, sensata, prudente e com um enorme bom senso é o oposto da sua irmã, que vive tudo com a emoção à flor da pele, que não suporta ficar calada quando julga que algo está mal, que pouco que lhe importa o que os outros pensam das suas acções - Marianne é a eterna romântica que apenas acredita no único amor e que ninguém consegue amar novamente depois de ter encontrado o "amor da sua vida".
Muito acontece entretanto... Elinor, que pode por vezes parecer indiferente e fria, pois nada do que sente se reflecte (exageradamente) para fora, embora sinta tudo e de uma forma muito profunda, acaba por se apaixonar por Edward Ferrars, irmão da sua cunhada. Uma relação manifestamente impossível perante os olhos da família de Edward.
Marianne, apaixona-se por Willoughby... e também nós (leitores), a relação deles é claramente aquele "amor perfeito" em que acreditamos fielmente. No entanto, esta personagem acaba por nos decepcionar a todos, porque, afinal de contas, não era tão perfeito assim.
Há um capítulo, já no fim, em que Willoughby tem uma conversa com Elinor, onde se justifica ou explica as suas acções... e até eu, que lhe fiquei com um enorme "pó" depois do que ele fez à Marianne, consegui desculpá-lo, de certa forma.
O fim do livro é ao mesmo tempo fantástico e ao mesmo tempo de um certo desapontamento... fiquei muito feliz com Elinor pois acabou por se casar com Edward (o "amor da sua vida"), mas o destino de Marianne é, embora feliz, um destino alternativo, pois ela não acaba com o "amor da sua vida", eu senti que, ao casar-se com o Colonel Brandon, casou-se primeiramente pela grande amizade que tinham e que, acabou por se tornar em amor... o que não deixa de ser irónico, dado que era ela a "eterna romântica".
Deixo aqui um trecho do último capítulo que explica a situação de Marianne, em tudo diferente dos finais a que Jane Austen nos habituou, pois o de Marianne, aproxima-se mais da realidade da vida e não da felicidade eterna.
"Marianne Dashwood was born to an extraordinary fate. She was born to discover the falsehood of her own opinions, and to counteract, by her conduct, her most favourite maxims. She was born to overcome an affection formed so late in life as at seventeen, and with no sentiment superior to strong esteem and lively friendship, voluntarily to give her hand to another! (...)
But so it was. Instead of falling a sacrifice to an irresistible passion, (...) she found herself at nineteen submitting to new attachments, entering on new duties, placed in a new home, a wife, the mistress of a family, and the patroness of a village.
(...) and that Marianne found her own happiness in forming his, was equally the persuasion and delight of each observing friend. Marianne could never love by halves; and her whole heart became, in time, as much devoted to her husband as it had once been to Willoughby."
A série mais recente da BBC (2008) está muito bem adaptada, embora nem sempre de acordo com o livro, transmite muito bem a obra.
"Também conhecido por Areia e Sanditon, este romance inacabado foi escrito em 1817, no último ano de vida de Jane Austen. O Romance acaba no capítulo 11, depois de uma introdução prometedora sobre Sanditon, uma aldeia junto ao mar, algumas personagens principais e bastantes personagens secundárias deveras intrigantes"
É assim que está descrito este livro numa das suas folhas iniciais.
Esta obra, inicialmente intitulada "The Brothers", ficou inacabada devido à debilidade provocada pela doença de Jane Austen nos seus últimos meses de vida.
Uma vez que não tem fim, fiquei um pouco triste por não poder saber qual o resultado de tantas relações entre os personagens, penso que uma sobrinha de Jane Austen fez uma conclusão para este livro, mas não tenho a certeza.
Não vos sei dizer muito bem em quem a história se foca mais, Charlotte Heywood, talvez (mas só talvez) seja a personagem principal. No entanto, ficamos a conhecer as irmãs Parker que, a meu ver, são "ligeiramente" hipocondríacas.
A aldeia de Sanditon é-nos muito descrita e, na minha mente, a sua imagem é extremamente bonita, ali à beira mar... enfim, não há muito a dizer, os 11 capítulos que compõem este livro, são simplesmente o início do que seria, absolutamente, uma obra sensacional, uma vez que as personagens apresentadas são deveras interessantes, e quem sabe que jogos de relações as esperavam...
Este livro, traz também outras histórias escritas por Jane Austen, alguns títulos inacabados da Juvenília. "The Watsons", "Lady Susan", "Frederic and Elfrida", "Love and Friendship", "Lesley Castle", "The History of England".