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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

semelhanças e meras coincidências

Embora eu tenha um misto de compaixão/simpatia por Caroline Bingley, eu reconheço que se ela não domasse a sua arrogância e elitismo, ela poderia vir a ser um futura substituta de Lady Catherine de Bourgh.

Para já, ela não é tão arrogante quanto Lady Catherine, mas a continuar assim, talvez iria ser pior. Ambas são as que depositavam esperanças em Darcy. Ambas antipatizavam com Lizzy. Ambas saíram frustradas. Muitas semelhanças e coincidências. 

Lady Catherine de Bourgh, o cupido involuntário.

"Lady Catherine era uma senhora alta e forte, de feições bem vincadas que, em tempos, poderiam ter sido bonitas. O seu ar não era acolhedor e a maneira como os recebeu tampouco permitiu às suas visitas esquecerem-se da sua inferioridade. Quando em silêncio, nada tinha de terrível, mas tudo o que dizia era pronunciado  num tom autoritário  que denotava a sua presunção"

 

Nesta descrição de Lady Catherine de Bourgh, Jane Austen nos previne quanto à personalidade desta personagem. Ela é autoritária e pouco simpática. Lady Catherine é a imagem da pessoa que tendo título, bens e posição social acha-se acima de todas as outras pessoas. A sua frieza de modos não a torna mal educada mas torna-a, inúmeras vezes, indelicada. Cada frase sua parece destacar a sua relevância em detrimento de qualquer outra pessoa. Na famosa cena em que questiona Lizzy sobre a sua família, vemo-la criticar abertamente as opções de Mrs. Bennet sobre a educação de suas filhas.  A sua insistência em dar conselhos sobre tudo e sobre como todos devem gerir as suas vidas demonstra a presunção de que aquilo que pensa é o correcto e que os seus pensamentos estão acima de qualquer tipo de crítica.

Mas, apesar de tudo isto, Lady Catherine mostra-se uma peça chave no enredo. Ao visitar a amiga Charlotte em Rosings, propriedade de Lady Catherine, Lizzy voltou a contactar com Mr. Darcy, ouviu-lhe a declaração de amor, recebeu a fantástica carta em que Darcy admite que aconselhou o amigo Bingley a partir de Netherfield (e afastar-se de Jane) e onde também revela toda a verdade sobre Mr. Wickham. Muitas revelações aconteceram em Rosings. Considero este um dos pontos fulcrais da história. Se Lizzy fica revoltada com o facto de Darcy admitir o seu papel em relação ao amigo, por outro lado, é a partir daqui que as primeiras - erróneas - impressões começam a serem desfeitas.

Também é Lady Catherine de Bourgh quem dá o mote para a aproximação final entre Lizzy e Darcy. Quando Lady Catherine vai até Longbourn procurar Lizzy para esclarecer se ela estaria noiva do seu sobrinho, a sua intenção era nitidamente evitar que isso acontecesse. Aos olhos de Lady Catherine, Darcy era noivo de sua filha e somente à ela estaria destinado. Mas ao fazer isso, ao procurar Lizzy, o efeito foi exactamente o contrário: acabou por uni-los e tornou-se um cupido involuntário. Lizzy tornou-se mais convicta do que nunca dos seus sentimentos e Darcy ganhou esperanças para (re)conquistar Lizzy. Este diálogo entre Lady Catherine e Lizzy é um dos trechos de que mais gosto e onde Lady Catherine, sem a capa de uma superficial civilidade revela toda a sua arrogância e autoritarismo.

 

As "Megeras" em Jane Austen

Não são vilãs, mas são personagens que fazem tudo de tudo para destruir a felicidade das nossas heroínas.

 

  • Sensibilidade e Bom Senso

 

 

Creio que é legítimo afirmar que Mrs. Ferrars é a grande "megera" do romance, embora a sua filha, Fanny Dashwood lhe siga as pisadas.

  • Orgulho e Preconceito

 

 

Obviamente, Lady Catherine De Bourgh

  • Emma

(?)

  • O Parque de Mansfield

 

 

Mrs. Norris, aquela tia odiosa de Fanny Price.

  • Persuasão

(?)

  • Abadia de Northanger

 

 

Neste romance não é uma personagem feminina, antes masculina, General Tilney.