Jane Eyre (1996)
Na sequência do post anterior, achei que, antes de ver a versão mais recente, devia conhecer algumas das adaptações mais actuais, nomeadamente, a versão de 2006 (que já conhecia) e a versão de 1996. E foi o que fiz! (editado: afinal há ainda uma adaptação de 1997 com Ciarán Hinds que vou tentar encontrar).
Jane Eyre 1996 é um filme de 112 minutos, o que obriga à supressão de partes da história, no entanto, quer se tenha lido a obra, quer não, considero que foi um resumo bem feito - o essencial da história está lá. Embora cenas como a fuga de Jane Eyre de Thornfield ou o incêndio do Castelo, ou mesmo o regresso de Jane Eyre estejam muito "tremidas" em relação à obra original, creio que com um certo grau de benevolência é possível aceitar essas falhas.
Confesso que, para mim, a parte mais interessante do filme foi o início, extremamente bem conseguido. Para além disso, achei todo o filme muito mole, pachorrento... o rol de actores é bom: Fiona Shaw (Mrs. Reed), Amanda Root (Miss Temple), Charlotte Gainsbourg (Jane Eyre), Joan Plowright (Mrs. Fairfax), William Hurt (Mr. Rochester)... mas não sei, eu pelo menos terminei o filme com uma sensação de descontentamento.
Mr. Rochester não é "O Mr. Rochester" de Charlotte Bronte, falta-lhe enigma, mistério, aquela ironia mordaz e irritante, não destila charme nem encanto, não passa para nós a sensação de amor/ódio que e inerente a este personagem...e para além disso, não nos solta um sorriso.
Jane Eyre tem uma boa interpretação, não tão profunda como seria de esperar até porque, se não conhecesse a história ainda agora me estaria a perguntar de onde veio o casamento entre aqueles dois, uma vez que no desenrolar do filme, digamos assim, a "química" entre Rochester e Jane fica muito aquém - eu pelo menos, não me apercebi.
Os diálogos seguem praticamente à risca a obra original, algo que gostei particularmente, assim como da interpretação de Adèle bem mais interessante do que da sua sucessora em 2006.
No geral, não seria um filme que aconselhasse caso alguém desejasse ver Jane Eyre adaptado para o ecrã, mais depressa aconselharia uma tarde a ver a magnífica adaptação de 2006 ou até, às cegas, uma ida ao cinema.