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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

A importância das Governantas na educação na época da Regência

Em primeiro lugar, convém distinguir, dentro do termo 'governantas', aquele que define a mulher que tratava da educação das crianças e aquele, surgido mais tarde, que tratava não só das crianças (mais o bem estar pessoal que a educação) mas também da casa. Este último termo é o que actualmente mais conhecemos, dado que as governantas na educação passaram a ser as professoras propriamente ditas e as escolas.

 

No entanto, na época da regência, as governantas (governess) eram mulheres que se dedicavam exclusivamente à educação dos filhos de famílias ricas e principalmente das meninas dado que só os homens frequentavam as universidades. Daí podemos afirmar que a educação das meninas dependia largamente da perspicácia e sorte com que os pais escolhiam as suas governantas.

 

Por norma, as governantas eram mulheres de nascimento gentil, com um nível aceitável de educação, boas maneiras e um conhecimento da sociedade e seu funcionamento que lhes permitia, muitas das vezes, serem tratadas como membros da família. Não era incomum encontrar jovens senhoras amplamente instruídas a ocupar estes cargos (veja-se por exemplo o caso de Miss Taylor/Mrs Weston na obra de Jane Austen 'Emma' ou ainda Jane Eyre na obra de Charlotte Bronte). Mas encontravam-se também algumas que eram apenas competentes e dedicadas ao ensino. Não podemos, no entanto, esquecer que esta função era exercida normalmente porque estas mulheres vinham de famílias com poucos recursos e com necessidade de obterem meios para se sustentarem.

 

As funções das governantas na educação das crianças passavam pelo ensino da escrita e leitura, estudo de línguas (o francês por norma), bordar (caso das meninas), música, diálogos racionais e instrutivos e ainda o hábito de exercícios saudáveis. Estas actividades eram organizadas e definidas pela própria governanta, tendo em conta evidentemente os desejos dos pais. A elas cabia ainda a função de dar conselhos adequados e saudáveis.

 

As governantas eram normalmente tratadas como membros das famílias onde se empregavam, algumas eram bastante queridas pelos seus alunos e algumas chegavam mesmo a viver para sempre com essas famílias, isto quando não lhes era dada uma pensão para a sua aposentação. No entanto, havia também aquelas que viviam uma vida de solidão, preenchendo as suas horas de folga da melhor maneira possível e que não eram tão queridas pelos seus alunos ou familiares destes; por norma, estas eram consideradas apenas como mais uma criada apesar de o seu nível de instrução ser, muitas vezes, superior ao dos seus empregadores.