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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

A Carta de Frank Churchill

Se Jane Austen podia ter criado uma cena em que Frank conta tudo a Mrs Weston ou a Emma, então porque razão não o fez? Foi esta a pergunta que fiz quando me foi dado como trabalho falar sobre esta carta. Pensando noutras cartas do universo Austen quase todas elas são justificáveis, talvez a de Willoughby devesse ter dito aquilo que diz na sua carta a Marianne de viva voz, talvez tivesse sido menos cobarde. Ah! É isso!! Willoughby é feito da mesma massa que Frank Churchill e ambos partilham várias coisas e uma delas é serem cobardes e talvez por isso as cartas que escrevem existam para reforçar a verdadeira natureza deles. Se bem que Frank, ao contrário de Willoughby tem uma índole boa ou pelo menos acredito que sim.

 

Lendo e relendo a sua carta tenho para mim que ele não merece a bondade e o perdão do pai, de Mrs Weston e de todos em geral. O comportamento dele é absolutamente injustificável! Até percebo o compromisso secreto com a Miss Fairfaix, por causa das circunstâncias mas a forma descarada e sem rodeios com que faz a corte a Emma, não têm perdão!! E se Emma se apaixonasse por ele??? Frank iria magoar alguém sem necessidade nenhuma e o estrago que faria seria irremediável. Emma teria o coração destroçado à semelhança do que acontece com Marianne.

Mas Frank não pensa assim acha Emma incapaz de retribuir tal sentimento e até julga que ela percebe o que se passa entre ele e Miss Fairfaix. Logo Emma que apesar de querer casar todos à sua volta é incapaz de ver que Elton gosta dela, que Harriett se interessa pelo Mr Knighltey e que este está apaixonado por ela. Não é de todo a pessoa mais perspicaz para ver um sentimento secreto.

Na minha opinião ele acredita nisso porque lhe convém.

 

De resto, a carta acaba por revelar motivos para alguns acontecimentos que achamos normais ou inocentes: a má disposição com que Frank chega a Abbey Mill, o silencio constante de Jane Fairfaix e o facto de ela ter aceite o cargo de preceptora de repente.

 

Se Frank Churchill se redime com a carta que escreve? Sim até porque todos o perdoam e acabam por compreendê-lo. Até o Mr. Knightley parece-me no fim mais condescendente com ele, embora julgo que não tenha ficado a morrer de amores por ele.

Carta de Frank Churchill a Mrs. Weston e a Emma

 

A Carta De Frank Churchill é na minha opinião uma carta de pedido de perdão e um modo de ao justificar o seu comportamento manter a boa opinião que as pessoas faziam de si.

Frank Churchill não é uma pessoa má, contudo não tem a superioridade de caráter de Jane Fairfax, assim durantea maior parte do tempo que decorre a acção do romance Frank é uma pessoa sedutora, que usa a boa opinião que as pessoas para se esconder na sua singularidade e genuinidade. Este torna-se amigo de Emma, e apesar destes laçoes fraternos que foram estabelecidos, abusa da proximidade com Emma cortejando-a apenas para que se mantenha escondido o seu romance com Jane. Emma, não fica indiferente a Frank, mas também não se apaixona. Nisto tudo apenas o seu orgulho se eleva para a seguir ser diminuido, sentindo até um pouco de vergonha por toda a antipatia que sentia por Jane. Através desta carta entende-se que tal como Emma sentia uma pontinha de inveja e ciúmes a miss Jane Farifax, pela admiração (exposta de forma exagerada) por Mr Knightley, esta sentia de Emma, pela proximidade com Frank.

Frank usa a carta para explicar que a amizade que sentia por Emma e a sua aparente indiferença e bom humor às suas respostas justificam o seu comportamento.

Esta carta serve não só como justificativo do comportamento de Frank, mas também nos dá a conhecer Jane, Um personagem reservada que ao longo de toda a História conhecemos muito mais através dos olhos e ouvidos dos outros personagens que dela mesma. Quem é a verdadeira Jane? Talvez seja esta que nos é apresentada pelos olhos do amado Frank.

Uma união diferente em fortuna entre Frank e Jane é na realidade mais desigual entre a nobreza de carácter de Jane e Frank. As censuras que poderiam ser evitadas com uma reserva natural que servia no fundo de protecção do seu caráter aconteceram pelo comportamento exibicionista de Frank. Jane não sabia mesmo que o piano que lhe foi oferecido o havida sido por Frank, sendo esta revelação feita aos leitores na mesma carta.

Melhor história de amor secundária

  • Frank Churchill/Jane Fairfax

 

Este casal é uma tremenda incógnita... saber como Jane Fairfax se apaixonou por Frank Churchill tira-me noites de sono (certo, certo, é só uma forma de expressão), mas a verdade, é que dava tudo e mais alguma coisa para que Jane Austen nos tivesse explicado um pouco melhor a estranha relação deste casal.

 

Não tive dificuldades nesta categoria porque desde de sempre, Jane e Frank, suscitaram-me imensa curiosidade, acima de tudo Jane... quem não gostaria de saber o que vai naquele coração...?!

 

Jane Fairfax: uma mulher reservada

 

Jane é a única self-made woman neste romance de Jane Austen. Ficou orfã muito jovem e por isso rapidamente descobriu que tinha de cuidar de si mesma. Rapariga prendada, canta, toca piano, costura e está prestes a iniciar-se no ensino como perceptora/governanta; ou seja, faz tudo (e muito bem…)o que uma mulher de bem deve fazer no seu tempo. Pode mesmo afirmar-se que Emma não gosta de Jane exactamente por tudo isto, pela sua perfeição feminina, e especialmente quando Mr Knightley expressa o seu agrado perante  a postura de Jane.

 

Jane está quase a tornar-se numa perceptora num mundo onde cuidar de crianças  pode parecer algo muito altruísta mas também desagradável (crianças mal-cheirosas, chorosas, mimadas). No mundo de Highbury, as mulheres assumem esta posição apenas porque não são ricas ou não encontraram marido (veja-se o caso da Miss Taylor que quando passa a Mrs Weston deixa de ser governanta dos Woodhouse). E, apesar de poderem ainda ser consideradas mulheres de respeito não deixam de pertencer a um estrato social mais baixo. Talvez seja por isso que Mrs Elton se sinta na responsabilidade (irritante…) de apadrinhar Jane.

 

Quando chega a Highbury, Jane Fairfax está secretamente envolvida com Frank Churchill apesar de Emma parecer querer roubá-lo mesmo à frente dos seus olhos. Emma só muito tarde compreende que Jane não está envolvida com Mr Dixon como Frank a quer fazer acreditar. E essa é a razão pela qual ambos se divertem às custas da secreta amada dele. Jane não quer confessar ainda o seu envolvimento com Frank e, por isso, ele alinha na brincadeira (o que não me parece muito cavalheiresco, mas enfim… também nunca fui grande fã dele).

 

Jane Fairfax é uma rapariga resoluta mas calma, cujo comportamento indica que transporta consigo uma tristeza secreta. A sua beleza destaca-a mas a sua reserva torna-a desinteressante. Tal como Emma observa:

 

 “there was no getting at her real opinion. Wrapt up in a cloak of politeness, she seemed determined to hazard nothing. She was disgustingly, was suspiciously reserved.”

 

Não será talvez uma avaliação muito justa mas é bastante correcta no que diz respeito à reserva de Jane.

 

O contraste entre a delicada decência e moralidade de Jane e a natureza apaixonada dos seus sentimentos é muito mais dramático que qualquer um dos conflitos que Emma experiencia na história. A sua situação é bem mais complicada que a da outra personagem uma vez que, não possuindo riqueza, o seu futuro será como governanta, enquanto que Emma sempre será rica e parte de um elevado estrato social.

 

 

O narrador dá pouco mais importância a Jane do que aquela que dá a Isabella Knightley, mas este facto parece acontecer por razões diferentes. Isabella não lhe ocupa muito tempo apenas porque não há muito a dizer sobre ela. Jane, por seu lado, não recebe muita atenção porque ela mesma assim o deseja. Afinal, um segredo para ocultar e um narrador curioso podiam  interferir nos seus planos. Por outro lado, talvez não nos seja dada a oportunidade de saber mais sobre Jane Fairfax porque Emma não quer saber das qualidades dela e o nosso narrador tende a seguir a perspectiva de Emma. Apenas quando o segredo de Jane e Frank é revelado, só aí nos é dada a oportunidade de aprender mais sobre Jane como pessoa.

 

A revelação do envolvimento secreto de Jane com Frank torna-a numa pessoa mais humana, assim como a humanidade de Mr. Knightley é influenciada pelo seu amor por Emma. Na verdade, assim que o seu segredo é revelado, Jane torna-se numa nova mulher. Ri e faz amizade com Emma e Mrs Weston (a sua sogra). E se conseguir fazer de Frank Churchill um homem  decente, será uma Mrs Churchill muito feliz!

 

 

as faces em Emma #10 | Frank Churchill

Estes três senhores fizeram um belíssimo trabalho. Todos os três preenchem-me o imaginário do que seria o Mr. Frank Churchill. Todos os três são joviais, alegres e bonitos. Se me perguntarem dos três actores qual é o que eu mais gosto, eu direi sem pensar Ewan McGregor. Para mim, ele é excelente em tudo; mas, enquanto Mr. Churchill ele peca num aspecto: é extremamente bonzinho. Os outros dois actores, versão 1997 e 2009, captaram melhor a faceta manipuladora e o toque de malícia do personagem. Destes dois, acho que inclino pelo Raymond Coulthard (Emma 1997). Ele chega a ser maquiavélico...

Frank Churchill, o playboy "ambíguo"

Fonte: 123nonstop

Frank Churcill é para mim o playboy mais ambíguo da obra de Jane Austen. Com as suas maneiras astutas, consegue deliciar todos os que estão à sua volta, desde o pai, a madrasta (um pouco mais reticente no início), Emma, as pessoas das suas relações sociais. Exceptuam-se Mr.Knightley e Jane Fairfax. O primeiro, não obstante do seu sentido de perspicácia constante, parece revelar ciúmes por Frank flirtar com Emma. A segunda, numa aparente indiferença, tenta esconder os laços que os unem, isto é, o noivado secreto que escondem das suas famílias e amigos.

Destaco dois pontos na dualidade desta personagem, que embora dispares em termos avaliativos, revelam o carácter deste jovem. O primeiro é de índole negativo. Mr.Churchill alimenta especulações negativas quanto aos sentimentos e às acções de Miss Fairfax. Quando lhe é oferecido um piano, quiça de um “admirador secreto”, é ele próprio que explora um possível relacionamento entre Jane e Mr.Dixon, o marido da sua amiga de infância e criação. Ora uma suspeita deste género seria passível de arruinar o bom-nome de qualquer jovem, em especial daquela órfã cuja situação pessoal e profissional era particularmente frágil. Mesmo com todos os motivos que pudesse invocar (desviar o seu alvo amoroso das atenções públicas, pressionar de qualquer forma Jane a tomar uma decisão quanto ao seu futuro…), foi de facto uma leviandade imensa. Assim como flirtar com Emma, embora neste caso não sei até que ponto a imaginação casamenteira da protagonista e a pressão da família Weston não teriam fomentado tal situação irreal.

Mas por outro lado há um segundo factor que me faz “reabilitar” o carácter de Frank Churchill, e que é a forma delicada como trata Miss Bates e a sua mãe. Note-se que no final do filme “Emma” (1996) aparece representado em pintura (numa indicação de futuro), de braço dado com Jane Fairfax e Miss/Mrs.Bates. Mostra que, apesar de tudo, é alguém com bons sentimentos, que estima e protege a frágil tia e avó da sua amada.

Penso que Frank é um jovem que não é mau por natureza, e tem uma boa relação com a fortuna, pois casa com uma jovem sem herança, mostrando que preza o amor acima do dinheiro. E não sei se de facto se pode considerar um vilão, no pleno sentido do termo. Comparar Mr.Churchill a Mr.Willoughby, como já li algures, não faz grande sentido, a menos que se queira partir do carácter playboy das personagens, derivando o primeiro para os bons sentimentos e o segundo para os maus. Talvez Jane nos tenha querido mostrar que, partindo desta mesma base, cada personagem, cada pessoa é livre de escolher o seu próprio caminho, daí os dois exemplos apresentados. Pessoalmente simpatizo com Frank Churchill, um jovem obstinado que brinca com os jogos sociais e a imaginação fértil da sociedade da época, e se diverte muito a confundir as pessoas. Apesar de tudo, é um bom rapaz.

Classificação dos Heróis em Jane Austen

Título Original: Criteria for Rating Heroes
Retirado do site: Pemberley

Autor do Artigo: Ellen Moody

Traduzido e Adaptado por Clara Ferreira

 

 

Vou aproveitar a pergunta sobre "porquê que gostamos mais de alguns heróis de Jane Austen do que de outros?". Eu penso que não é apenas uma questão de não ter nada para os perdoar, porque algumas coisas são mais fáceis de perdoar que outras, e quando decidimos o que achamos mais fácil de perdoar estamos a dizer mais sobre a nossa própria moralidade do que à de Austen.

 

  • Os heróis que têm normalmente menos fãs, são aqueles que são profundamente morais; deixem-me chamá-los de tipo Ashley Wilkes (de "E Tudo o Vento Levou"): sensíveis, bons, leais, com um comportamento impecável, tacto, gentis e altruístas e muito convencionais no que toca ao sentido que têm sobre como deve ser um "gentleman"; Austen, claro, engana-nos e adiciona a estas características a reserva, utilizada para proteger o próprio (como vemos em Knightley no seu comportamento com Emma), também o ser acanhado, muito pouco alegre numa festa - características/defeitos muitas vezes apontados e aos quais os leitores não perdoam a Edmund Bertram, Edward Ferrars, Coronel Brandon e George Knightley. Tal como Rhett Butler diz, eles são cavalheiros apanhados num mundo que idolatra a beleza, suavidade e a liderança. Edward Ferrars e Coronel Brandon são fracos nessa batalha de domínio entre pessoas, o que talvez seja a essência da vida. Heróis deste género são patetas, pedantes e empertigados, epítetos comuns atirados contra alguns tipos de heróis em Jane Austen, não? Mas Austen crê que estes homens quando são também inteligentes, queridos e constantes (com devido rendimento), fazem as mulheres felizes, especialmente quando a natureza e gostos de ambos são similares, exemplo disso são Elinor Dashwood e Edward Ferrars ou Fanny Price e Edmund Bertram. Diria que Knightley não assenta bem aqui, uma vez que não é fraco na batalha da liderança, ela apenas partilha de algumas qualidades de Edward Ferrars, Edmund Bertram e Coronel Brandon, pelas quais alguns leitores tiveram muito tempo até lhes perdoar. Eu sou fã de Edward Ferrars e Edmund Bertram, embora não me quisesse casar com eles, eles aborrecem-me até às lágrimas; e para ser sincera, eu não acredito totalmente no Coronel Brandon. Ele é um evadido de uma ficção gótica, fantástica, teatral, afectiva mas não totalmente persuasiva; nem o casaco de flanela consegue esconder a origem.

 

    • Agora os heróis que são também vilões aos quais podemos chamar de tipo Rhett Butler. Para ser menos anacronista e estar mais próxima do arquétipo fundamental temos os nossos subtis libertinos: Willoughby, Wickham, Henry Crawford, Frank Churchill e talvez William Walter Elliot. Estes são homens sedutores, sedutores precisamente porque são perigosos, engraçados de estar, divertidos, bonitos. O que +e que temos para perdoar aqui? Deslealdade, ter tido sexo com outra mulher, indiferente, despreocupado, egoísmo, a habilidade de estar infinitamente inactivo e mais importante, a incapacidade de olhar para eles próprios e ver o que está mal e mudar, porque eles não podem sentir o tipo de alegria que surge com o amor intenso e tudo o que vem com ele. Parece que Austen sugere que, enquanto grupo, estes homens são pouco profundos nas suas emoções, porque a estes "libertinos" dos romances é dada uma intensidade de emoção em demasiada escala. Austen não permite isso; isso é o delicioso veneno que bebemos para a nossa própria destruição. Eu diria que muitas pessoas não teria assim tão grandes problemas em perdoar as falhas acima citadas, mas Austen considera esse tipo de homem um mau material para maridos; e eu sugiro que a única qualidade que ela seria incapaz de perdoar a estes homens é a sua insensibilidade e inconstância. No entanto, sejamos justos, são géneros divertidos, nunca um momento aborrecido com Willoughby - embora lendo com cuidado, podemos afirmar que ele pode ser visto como pouco profundo e egoísta. É o tipo de rapaz que não se arrepende de ter passado um bom bocado, mas terrivelmente arrependido de não ter conseguido o seu doce no fim. E a Henry Crawford são dadas possibilidades, somos levados a achar que ele pode ter-se transformado no 3º tipo, embora eu duvide.

     

    • Temos agora o 3º tipo, no qual eu sugiro que Henry Tilney entra. De certa maneira, Jane Austen foi a inventora deste tipo e por isso lhe chamarei o tipo de Frederick Wentworth. O que temos para lhes perdoar é aquilo que temos de perdoar a qualquer ser humano que é fundamentalmente decente e querido e inteligente e também capaz de ter uma conversa interessante - o tempo e as circunstâncias é que não estiveram sempre do seu lado. Isso acontece com Darcy - Darcy tem sido objecto de sincopacia continuada, demasiada indulgência e possuidor de um coração frio e repleto do orgulho materialístico de todas as Ladies De Bourgh deste mundo. Ele precisa de olhar para o seu coração para poder mudar. E fá-lo. Temos de lhe desculpar as reprimendas, a arrogância, o pessimismo em relação à natureza humana, uma certa frieza (...). Este grupo inclui Wentworth o meu herói favorito (...). Henry Tilney também não tem tudo do seu lado - tenhamos como exemplo o seu pai tirano; mas a sua mãe parece ter sido muito boa pessoa (tal como a mãe de Anne Elliot) e o rapaz tem a felicidade de possuir rendimento e garantir a sua independência. Na verdade, não havendo nada para perdoar, talvez por ser ainda tão jovem e alegre e tão humano, e por isso o coloco neste 3º tipo inventado por Jane Austen, os cavalheiros que têm tudo, tudo o que encanta uma mulher e que fazem deles um partido. Deixem-me terminar com George Knightley, porque ele sofre da falha que tem Tilney - não há nada a perdoar - mas neste caso, pobre homem, não podemos perdoar-lhe a perfeição, porque ao contrário do tipo 1, ele não é fraco nem pedante, nem acanhado (embora, tal como ele diz, não saiba muito bem expressar-se no que toca aos sentimentos do coração). Mas, lembremo-nos, conhecemos Knightley apenas pelo ponto de vista de Emma e talvez seja por isso que ele nos pareça tão perfeito. Mas eu amo Knightley, de verdade. Adoro o seu tacto, a cortesia, o cavalheirismo, o seu pensamento sempre acertado, nem me importa o seu pensamento moral por vezes exagerado. (...)

    Heroínas vs Vilões

    Continuando a ideia do post anterior, artigo que gostei muito de ler, gostava de realçar alguns pormenores.

     

    • Em Sensibilidade e Bom Senso temos John Willoughby.

    Em S&S a grande vítima é Marianne Dashwood, embora ele também tenha iludido Mrs. Dashwood. Contudo, Elinor teve sempre "uma pulga atrás da orelha" em relação a ele. E ela, é a única das heroínas de Jane Austen que não caí das artimanhas de nenhum galã (se não estou enganada).

    • Em Orgulho e Preconceito temos Mr. Wickham.

    Em O&P toda a família Bennet se apaixona por Wickham, diria ainda toda a Meryton. Mas as grandes vítimas são Lizzie e Lydia, por razões diferentes, é certo.

    • Em Emma temos Mr. Elton e Frank Churchill.

    Em Emma, a nossa Miss Woodhouse nunca se sente genuinamente apaixonada por Frank Churchill. Contudo, foi errado da parte dela receber algumas das atenções que ele lhe concedia, e viu-se envolvida em dois circulos amorosos do qual não fazia sentido estar metida mas onde ela prórpia caiu e contribui para - falo de Churchiil-Emma-Fairfax; e Elton-Emma-Miss Smith.

    • Em O Parque de Mansfield temos Henry Crawford.

    Em O Parque de Mansfield, Fanny é como Elinor, teve sempre alguma coisa contra Crawford, mas ainda assim, deixa-se levar durante uns tempos, cai inconscientemente na artimanha.

    • Em A Abadia de Northanger temos John Thorpe e Frederick Tilney.

    Em Abadia de Northanger, creio que a nossa adorada Catherine nunca gostou genuinamente de Thorpe, o menino dos seus olhos foi sempre Henry Tilney. Frederick entra em cena para corromper a já de si corrupta Isabella.

    • Em Persuasão temos Mr. Eliot.

    Em Persuasão, Anne guardou sempre reservas quanto a Mr. Eliot e não se deixou persuadir, embora saibamos que ela própria se imaginou como Mrs. Eliot a ocupar o lugar da mãe, no entanto, o seu coração nunca deixou de bater por Wentworth e não houve Lady Russel que lhe valesse, ela agora sabia o que fazer.