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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Os Cenários de Donwell 1996 BBC

Trago-vos hoje a história dos locais de filmagem de Donwell Abbey na adaptação para o ecrã de Emma, em 1996 com Kate Beckinsale.
As cenas filmadas em Donwell tiveram como cenário, três locais diferentes: Salão de Donwell Abbey (Great Hall), foi filmada em Broughton Castle, Banbury, Oxfordshire, England, UK. Os Exteriores de Donwell Abbey, em Sudeley Castle, Sudeley, Gloucestershire, England, UK. E Donwell Abbey,  foi filmada em Stanway House, Stow-on-the-Wold, Gloucestershire, England, UK.
É destes três locais que me vou ocupar, falando-vos da história destas casas que não são nenhumas estreantes no que respeita a castings!

 

É muito curioso, ao fazer a pesquisa para este artigo, dei de caras com casas particulares, porque é disso que se trata - todas estas mansões são atualmente habitadas ainda por descendentes dos proprietários originais. Não obstante, todas elas estão abertas ao público para visitas, um pouco à semelhança da visita de Lizzie com os tios a Pemberley. Atualmente esse tipo de turismo mantém-se em Inglaterra, sendo deveras interessante. Em Portugal julgo não haver sequer essa tradição, embora tenhamos igualmente casas e propriedades de tal splendor - esse tipo de casas já não é, maioritariamente, habitado, menos ainda por descendentes da família que a criou ou lhe deu história. Temos de ter em conta que Inglaterra mantém uma Monarquia e todos os títulos que daí advêm, pemritindo que, ainda que “falidos”, os Barões, Condes e Sirs, mantenham as propriedades de família… embora hoje em dia recorram a uma espécie de casa-museu, tirando receitas da sua própria história. Imagino que só habitem uma parte da casa que não estará, certamente, aberta ao público.

Cá em Portugal, este tipo de casas estará atualmente ou abandonadas, fechadas à espera de partilhas de heranças, a servir de hotéis de charme—há um turismo crescente de hotéis-solares muito interessante - ou pura e simplesmente como casas-museu. 

 

Broughton Castle

 


O Castelo de Broughton é uma casa senhorial do período medieval localizada na aldeia de Broughton que está a cerca de 3 km do sudoeste de Banbury em Oxfordshire, Inglaterra. Foi construída em 1300 d.C. mas só em 1550 adquiriu os traços estilísticos da Era Tudor.

Está localizado numa espécie de “ilha” pois está rodeado por cerca de 3 acres com um fosso para proteger a Fortaleza.

No século 17, este local teve um papel importante pois foi a “sede secreta” para os oponentes do rei Carlos que pretendia governar sem o Parlamento.

Pertence à família Fiennes desde 1451, com quem se mantém até hoje e na qual reside um dos descendentes.

No filme “Emma” de 1996 da BBC, o Castelo de Broughton serviu como cenário para o interior de Donwell Abbey. Mas não se julgue que esta foi a sua estreia! Já serviu de cenário para filmes como a mais recente adaptação de “Jane Eyre” (2011), “A Paixão de Shakespeare” (1998), “Padrinho... Mas Pouco” (2008), “The Scarlet Pimpernel” (1982), “The Virgin Queen” (2005), entre outros.

 

Broughton Castle está aberto ao público, podendo este usufruir de uma visita à Entrada, aos jardins e parque, à Igreja St. Mary’s, ao Salão, à Galeria, ao “Quarto do Rei”, ao “Quarto da Rainha Anne”, Sala do Conselho [dos opositores], Sala de Jantar, Sala de Carvalho, Capela e à Grande Sala de Estar.

 

 

Todas as informações disponíveis em: broughtoncastle.com

 

Como já disse, o “Great Hall” de Emma 1996 da BBC foi filmado nesta propriedade. O Salão mantém a traça medieval original que remonta a 1300. No filme, vemos o interior do Salão de Broughton Castle durante a cena final dos festejos do casamento de Mr. Knightley e Emma.

 

Sudeley Castle

 


O Castelo de Sudeley está localizado perto de Winchcombe em Gloucestershire, Inglaterra. A estrutura atual foi construída no século 15 pelo Barão Sudeley com a fortuna que tinha criado durante a Guerra dos Cem Anos e acredita-se que foi feita a partir de uma ruína de um castelo que data do século 12. Na sua capela podemos encontrar o túmulo de uma das mulheres do rei Henrique VIII, Catherine Parr (a sexta e última mulher) que esteve perdido durante alguns anos por causa da Guerra Civil.

 

Há, em relação a ela, uma história curiosa – Catherine Parr, depois da morte do rei, contraiu novo casamento com o Barão de Sudeley de quem teve uma filha. Veio, contudo, a falecer aos 35 anos poucos dias depois de dar à luz a pequena Mary. Segundo alguns, o Castelo está assombrado por ela, que vagueia pelos corredores e jardins do Castelo. Por curiosidade, a filha, que depois da morte da mãe foi abandonada pelo pai, foi criada por uma amiga da mãe, chamada Catherine Willoughby (quem sabe... uma ascendente de John Willoughby!). Este ano, celebra-se o 500º aniversário do nascimento de Catherine Parr e muitos são os projetos a decorrer no Castelo.

 

O castelo de Sudeley é dos poucos em Inglaterra que se mantêm como residência e por isso, embora com visitas ao público estas são feitas em datas específicas resguardando algumas divisões da casa. Podemos encontrar mais informações em www.sudeleycastle.co.uk

Serviu de cenário a outras adaptações conhecidas, uma delas muito recente, tess of D’Urbervilles de 2008.

 

Em Emma 1996 da BBC, este castelo de Sudeley serviu como cenário para o exterior de Donwell e podemos vê-lo durante a cena da visita a Donwell Abbey com a apanha de morangos!

 

Stanway House

 

 

Stanway é um exemplar perfeito de uma casa senhorial da época de Jaime I. Graças à sua localização, no cimo de uma encosta, Stanway tem sido protegida das mudanças do século 20.

Stanway House é notável pela sua delicada e pacífica atmosfera, gerada pela sua “idade”, pois a sua construção terminou na década anterior à Guerra Civil, pela sua estrutura de pedra, pela sua arquitetura, pela sua mobília e pela sua localização.  O seu interior dá a impressão de se estar a viver dentro de um museu.

 

Foi cenário em “A Feira das Vaidades” (2004), The Buccaneer (1995), entre outros. Em Emma 1996 da BBC podemos encontrá-la como cenário, julgo eu, no final do filme, quando Mr. e Mrs. Elton chegam a Donwell Abbey para os festejos do casamento de Mr. Knightley e Emma. 

 

Pior escolha feminina nas adaptações

Toni Collete como Harriet em Emma de 1996.

Não tenho nada contra esta actriz. Pelo contrário, acho-a uma excelente profissional e até bonita.

Todavia, não é a Harriet que eu imagino quando leio a história. Parece-me demasiado velha e matrona para o papel. Não duvido que consiga expressar a personalidade de Harriet mas fisicamente não me parece adequada.

 

as faces em Emma #13 | Mr. George Knightley

 

Começo por dizer o meu preferido dentre os três actores que deram vida ao Mr. Knightley: Jeremy Northam, versão 1996. 

 

Na interpretação de Mark Strong, versão 1997, predominou a faceta paternalista de Mr. Knightley. Ele surge, aos meus olhos, demasiadamente servero e sério.  No caso de Jonny Lee Miller - que é um actor de quem eu eu gosto bastante - eu não consigo ver nele Mr. Knightley. Quando digo isto, não estou sequer recriminar a actuação dele. É uma boa interpretação. Não sei explicar bem... As falas de Mr. Knightley têm um misto de firmeza com um certo humor. Ele tem um humor peculiar e, em relação à Emma, ele usa o seu humor para, muitas vezes, espicaçá-la. Algo que não encontrei em Jonny Lee Miller. Ele incorpora mais o lado racional de Mr. Knightley.

 

Com Jeremy Northam, eu confesso, não lhe consigo encontrar defeitos. Acho-o divinal. Acho-o a encarnação humana de Mr. Knightley. Ele conjuga o lado racional e disciplinador com o humor e a ironia. Aliás, penso que ele e Gwyneth Paltrow encarnam os dois o melhor casal Mr. Knightley/Emma, ambos transmitem muita química e a questão da diferença de idades é credível. Na versão 2009, penso que Romola e Jonny parecem ter a mesma idade, não se nota muito a diferença. E, finalmente, no casal 1997, Mark Strong e Kate Beckinsale, a diferença é demasiadamente acentuada. 

 

Jeremy Northam... yes indeed!

 

as faces em Emma #12 | Miss Bates

 

Eu devo confessar: eu gosto muito de Miss Bates. Não sei explicar bem o porquê. Será da sua condição socialmente frágil? Será da sua amabilidade? Será da sua solidão? Não sei... Esta é uma das personagens em que nas três versões foi desenvolvida de formas diferentes. Contrariamente ao que se poderia esperar de uma personagem aparentemente tão simples. Eu gosto muito dos desempenhos de ambas actrizes das versões de 1996 e de 2009. A primeira apostou no lado cômico e simples de Miss Bates, já a segunda actriz apostou numa leitura mais contida e séria. Acreditem, eu dou gargalhadas sonoras quando vejo a versão miramax, mas há algo que me fascina na Miss Bates da versão 2009. Tamsin Greig torna Miss Bates alguém que tem um sorriso mas sempre uma sombra. Enxergo-lhe muita solidão. Um dos momentos altos, na versão 2009, é protagonizado por ela: quando em Box Hill Emma ridiculariza-a à frente de todos. O olhar de mágoa e espanto dela é fabuloso. E, quando Emma procura-a o mesmo olhar de mágoa e espanto ganha o brilho do perdão. Ela é a minha preferida.

 

as faces em Emma #10 | Frank Churchill

Estes três senhores fizeram um belíssimo trabalho. Todos os três preenchem-me o imaginário do que seria o Mr. Frank Churchill. Todos os três são joviais, alegres e bonitos. Se me perguntarem dos três actores qual é o que eu mais gosto, eu direi sem pensar Ewan McGregor. Para mim, ele é excelente em tudo; mas, enquanto Mr. Churchill ele peca num aspecto: é extremamente bonzinho. Os outros dois actores, versão 1997 e 2009, captaram melhor a faceta manipuladora e o toque de malícia do personagem. Destes dois, acho que inclino pelo Raymond Coulthard (Emma 1997). Ele chega a ser maquiavélico...

"Badly Done, Emma!"

Esta é uma das minhas cenas preferidas de sempre. Já aqui falei sobre isso uma vez.

Em Emma o que mais me fascina são as discussões de igual para igual entre Emma e Knightley... não sei, adoro ler e ver a luta de argumentos de um e outro... é precisamente aí que mais gosto de Knightley e onde mais respeito Emma (pela sua inteligência, nem sempre bem canalizada, é verdade). Cliquem nas imagens para verem em tamanho maior.

 

Mera Invenção?! #2

No seguimento deste post, avanço com a cena equivalente na adaptação de 1997 da BBC. Aqui, de facto, não há "pré" encontro com Frank Churchill mas, curiosamente, existe uma cena que Jane Austen não escreveu mas que esta adaptação inclui: aqui, Emma Woodhouse, aquando da visita de Natal aos Weston fica "encantada" por um retrato de Mr. Frank Churchill. 

 

No post anterior, a Cátia disse que estas cenas muito criativas serviam para "dar uma aura de mistério a Frank Churchill" e de facto, acho que é precisamente isso: forçar a ideia de amor inevitável entre Emma e Frank.