Esta é uma excelente altura do ano para comprar livros. Já há algum tempo que há esta tendência das livrarias e das editoras em fazer promoções de livros na época de saldos. Acreditem, não se trata somente daqueles livros que são fracassos editoriais. Pode-se encontrar excelentes títulos a bom preço. E a verdade é que a minha atenção anda sempre desperta para bons preços. Claro que um livro é um bom investimento mas sabemos que neste tempo de crise alguns preços tornam-se, por vezes, proibitivos.
Já que temos estado a falar sobre Fanny Price e "Mansfield Park", devo dizer-vos que se forem ao site da Europa-América, encontram o livro a €14,59.
É um preço excelente porque quando eu comprei o meu exemplar o preço nas livrarias era de €29,90. Na altura, aproveitei uma oportunidade na Feira do Livro para comprar a €22,00. Por isso, se não tiverem o livro trata-se de um oportunidade de o adquirir.
Mas não é o único livro em promoção no site da Europa-América. Também podemos encontrar:
O que eu mais gosto no site da Bertrand é a facilidade com que podemos encontrar alguns títulos em inglês de obras inspiradas e/ou sobre Jane Austen. Alguns obras estão com um desconto aliciante. Quero destacar esta: Sense and Sensibility | Penguin Books 15,87 (preço anterior € 17, 63) Destaco esta edição de S&S pela ilustração da capa, da autoria de Audrey Niffenegger. É linda. Sigam o link e vejam.
Fnac.pt
No que diz respeito a Jane Austen, a Fnac não possui diversidade de títulos.
A semelhança da Bertrand para além da obra de Jane Austen, a Wook tem uma grande variedade de livros inspirados e/ou sobre Jane Austen. Alguns livros, tem 10% de desconto mas não encontrei nenhuma promoção significativa.
Para quem segue o JAPT e nunca leu Jane Austen esta é uma boa oportunidade de aquisição de livros da nossa escritora amada a um bom preço. Principalmente na Bertrand e na Fnac, as promoções referem-se ao site. Contudo, se forem às lojas físicas encontram outras promoções. Este fim-de-semana estive em ambas livrarias e encontrei livros a metade do preço. São boas oportunidades a não perder.
Este local, referido no romance Emma, assume um papel importante no desenrolar da história, não só por representar um dos poucos momentos em que Emma sai do ambiente familiar de Hartfield, mas também porque deste passeio resultam mudanças importantes no comportamento e atitude de Miss Woodhouse.
"They had a very fine day for Box Hill ... Nothing was wanting but to be happy when they got there. Seven miles were travelled in expectation of enjoyment, and every body had a burst of admiration on first arriving"
De acordo com o artigo "Emma: Picnicking on Box Hill" do blogue Jane Austen's World, "os piqueniques tornaram-se muito populares na viragem do século XIX, quando a sensibilidade romântica influenciava a tendência de comer ao ar livre como forma de comungar com a natureza". Desta forma, sabemos que Jane Austen também seguia as tendências! Neste mesmo artigo, percebemos a dificuldade que havia em preparar tais saídas ao ar livre e toda a logística que isso implicava - na versão de 1996 com Kate Beckinsale tudo isso é muito bem demonstrado.
Assim como os piqueniques eram uma tendência na Época da Regência, também o era o local, Box Hill.
Box Hill, existe na realidade em Surrey, Reino Unido, aproximadamente a 30km de distância de Londres. Assim, será de supor que Jane Austen o tenha igualmente visitado. A colina tem este nome em virtude de um antigo bosque situado num declive muito íngreme do lado oeste com vista para o Rio Mole.
As primeiras casas da pequena aldeia de Box Hill datam de 1800, embora grande parte da aldeia tenha sido construida na metade do século XX. Isto significa que a popularidade de Box Hill terá surgido, mais ou menos, na época em que Jane Austen viveu.
Existem duas pinturas que retratam a vista de Box Hill, uma de George Lambert que data de 1733 e se encontra no Tate e outra de William Turner que data de 1796 e que se encontra atualmente no Museu Albert and Victoria em Londres, [constam ambas das imagens iniciais deste artigo, a maior de G. Lambert, a mais pequena de W. Turner) o que acentua mais a ideia de que as qualidades paisagísticas de Box Hill se tornaram mais conhecidas no preciso período de vida de Jane Austen.
Hoje em dia Box Hill integra uma Área Especial de Conservação, o que equivale certamente às nossas Áreas protegidas, implicando igualmente inúmeras restrições quanto a construções e destruição do meio ambiente.
Tem livre acesso ao público que pode optar por fazer um percurso pedestre de cerca de 1 km para Sul chamado “Pilgrims Ways” (Caminho do Peregrino); visitar o miradouro (Salomons Memorial) onde terá uma ampla paisagem, permitindo inclusivé que se veja a cidade mais próxima, Dorking; visitar o Forte, que só foi construído em 1890, portanto, ainda não exisitia à data em que foi escrita “Emma”; Broadwoods Folly, uma pequena torre circular construída em 1820; A Zig Zag Road, que data de 1869, um caminho muito íngreme com cerca de 2.5 km que já foi por muitos comparado aos Alpes Franceses; e ainda um pequeno percurso de pedras sobre o rio no fundo da colina junto ao Rio Mole.
Box Hill mantém a sua popularidade e, quem sabe, se Jane Austen, através de Emma, não teve grande influência nisso!
Ao longo dos tempos, a televisão e o cinema têm nos brindado com as mais diversas adaptações das obras de Jane Austen. Menos frequentes tem sido as adaptações que colocam os personagens do universo austeniano no nosso tempo. Dada a actualidade da obra de Jane Austen, estas adaptações são mais ou menos bem sucedidas na adaptação e cabe ao espectador gostar delas ou não, consoante as liberdades que são tomadas.
As Meninas de Beverly Hills, Clueless no original, adapta Emma, colocando-a em Beverly Hills. Tendo em conta que o filme é de 1995, esta opção não é de estranhar, na altura o local era bastante conhecido por causa da série de Beverly Hills 90210.
Comecei a ver o filme sem muitas expectativas, creio que já o tinha visto na altura em que passou na televisão pela primeira vez, mas já pouco ou nada me lembrava.
Surpreendi-me esperava um argumento mais infantil e para adolescentes e que tivessem tornado a Emma, numa rapariga mais mimada do que ela é e bastante fútil. Nada disso aconteceu, certo que a Emma ou melhor a Cher é mimada, fútil q.b, mas não é irritante e o argumento está longe de ser idiota como nos últimos tempo parece ser o adágio nos filmes mais recentes para adolescentes, mas isso não surpreende já que o filme é de 1995 e nessa altura ainda havia um esforço neste campo.
O filme consegue seguir, dentro dos possíveis, o livro de Jane Austen e é a na personagem da Tai, a Harriet Smith desta versão que o argumento mais se aproxima do original.
Neste tipo de filmes é melhor o espectador ser surpreendido e por isso nada direi, apenas acrescento que vale bem os cinco euros que custa actualmente na Fnac.
Para terminar apenas chamo a vossa atenção para a foto, onde quase todos os personagens estão a falar ao telemóvel naquela altura quem tinha um telemovel era rico, hoje a riqueza distingue-se pelo tipo de coisas que o dito telemovel consegue fazer. Pessoalmente achei um pormenor delicioso e que só a passagem do tempo consegue captar.
Se Jane Austen podia ter criado uma cena em que Frank conta tudo a Mrs Weston ou a Emma, então porque razão não o fez? Foi esta a pergunta que fiz quando me foi dado como trabalho falar sobre esta carta. Pensando noutras cartas do universo Austen quase todas elas são justificáveis, talvez a de Willoughby devesse ter dito aquilo que diz na sua carta a Marianne de viva voz, talvez tivesse sido menos cobarde. Ah! É isso!! Willoughby é feito da mesma massa que Frank Churchill e ambos partilham várias coisas e uma delas é serem cobardes e talvez por isso as cartas que escrevem existam para reforçar a verdadeira natureza deles. Se bem que Frank, ao contrário de Willoughby tem uma índole boa ou pelo menos acredito que sim.
Lendo e relendo a sua carta tenho para mim que ele não merece a bondade e o perdão do pai, de Mrs Weston e de todos em geral. O comportamento dele é absolutamente injustificável! Até percebo o compromisso secreto com a Miss Fairfaix, por causa das circunstâncias mas a forma descarada e sem rodeios com que faz a corte a Emma, não têm perdão!! E se Emma se apaixonasse por ele??? Frank iria magoar alguém sem necessidade nenhuma e o estrago que faria seria irremediável. Emma teria o coração destroçado à semelhança do que acontece com Marianne.
Mas Frank não pensa assim acha Emma incapaz de retribuir tal sentimento e até julga que ela percebe o que se passa entre ele e Miss Fairfaix. Logo Emma que apesar de querer casar todos à sua volta é incapaz de ver que Elton gosta dela, que Harriett se interessa pelo Mr Knighltey e que este está apaixonado por ela. Não é de todo a pessoa mais perspicaz para ver um sentimento secreto.
Na minha opinião ele acredita nisso porque lhe convém.
De resto, a carta acaba por revelar motivos para alguns acontecimentos que achamos normais ou inocentes: a má disposição com que Frank chega a Abbey Mill, o silencio constante de Jane Fairfaix e o facto de ela ter aceite o cargo de preceptora de repente.
Se Frank Churchill se redime com a carta que escreve? Sim até porque todos o perdoam e acabam por compreendê-lo. Até o Mr. Knightley parece-me no fim mais condescendente com ele, embora julgo que não tenha ficado a morrer de amores por ele.
A Carta De Frank Churchill é na minha opinião uma carta de pedido de perdão e um modo de ao justificar o seu comportamento manter a boa opinião que as pessoas faziam de si.
Frank Churchill não é uma pessoa má, contudo não tem a superioridade de caráter de Jane Fairfax, assim durantea maior parte do tempo que decorre a acção do romance Frank é uma pessoa sedutora, que usa a boa opinião que as pessoas para se esconder na sua singularidade e genuinidade. Este torna-se amigo de Emma, e apesar destes laçoes fraternos que foram estabelecidos, abusa da proximidade com Emma cortejando-a apenas para que se mantenha escondido o seu romance com Jane. Emma, não fica indiferente a Frank, mas também não se apaixona. Nisto tudo apenas o seu orgulho se eleva para a seguir ser diminuido, sentindo até um pouco de vergonha por toda a antipatia que sentia por Jane. Através desta carta entende-se que tal como Emma sentia uma pontinha de inveja e ciúmes a miss Jane Farifax, pela admiração (exposta de forma exagerada) por Mr Knightley, esta sentia de Emma, pela proximidade com Frank.
Frank usa a carta para explicar que a amizade que sentia por Emma e a sua aparente indiferença e bom humor às suas respostas justificam o seu comportamento.
Esta carta serve não só como justificativo do comportamento de Frank, mas também nos dá a conhecer Jane, Um personagem reservada que ao longo de toda a História conhecemos muito mais através dos olhos e ouvidos dos outros personagens que dela mesma. Quem é a verdadeira Jane? Talvez seja esta que nos é apresentada pelos olhos do amado Frank.
Uma união diferente em fortuna entre Frank e Jane é na realidade mais desigual entre a nobreza de carácter de Jane e Frank. As censuras que poderiam ser evitadas com uma reserva natural que servia no fundo de protecção do seu caráter aconteceram pelo comportamento exibicionista de Frank. Jane não sabia mesmo que o piano que lhe foi oferecido o havida sido por Frank, sendo esta revelação feita aos leitores na mesma carta.
Enquanto lia as várias obras de Jane Austen, havia um pormenor que me incomodava e que, simultaneamente, me deixava curiosa, que se prende com a comida. A ideia que tenho é a de que Jane Austen não fala muito dos pratos típicos do seu tempo ou da sua classe. Ou não fala de todo. Por isso, foi com um misto de surpresa e de alegria que leio sobre um "repasto" em casa de Emma. Nesta cena é descrita uma refeição e os personagens falam de comida, o que muito me agradou. Fala-se então papas de aveia, que eram muito do agrado de Mr. Woodhouse, sendo que a refeição era constítuida por picado de galinhas, ostras recheadas, ovos cozidos, torta de maçã. Creio que é o único livro de Jane Austen que fala de pratos típicos da sua época.
Eu gosto muito da Mrs. Weston, acho-a uma boa amiga. Ela passa facilmente de preceptora de Emma a melhor amiga, à medida que Emma vai crescendo. Apesar do seu casamento, ela continua a ser uma amiga leal. Creio que o seu carinho por Emma faz com que ela muitas vezes a deixe fazer aquilo que ela quer, mas isso é um bocado o defeito de muitas mães. A Mrs. Weston, é um pouco de tudo para Emma, amiga, mãe e claro a sua professora. Penso que Emma não confia ou sente tanta afinidade com mais ninguém a não ser com ela e talvez o Mr. Knigthley, contudo serão sempre relações diferentes até porque determinados assuntos naqueles tempos ela não falaria com o Mr. Knithley.
Ela tem um dos melhores caracteres na obra de Jane, por isso também é uma minha personagem feminina secundária preferida.