Cranford (2007)
Que gosto de série, extremamente divertida. No início tudo me pareceu um grupo de senhoras maduras em busca de cusquices que alimentassem o vazio das suas vidas, mas aos poucos o "gossip" de Cranford transformou-se numa excelente companhia e mostrou-se uma história muito mais densa e profunda do que aquilo que tão erradamente esperava.
Cranford baseia-se na obra homónima de Elizabeth Gaskell - foi curioso encontrar muitos pontos comuns com outra adaptação da obra desta autora (Wives and Daughters) como por exemplo, a ênfase dada aos médicos, a existência de duas irmãs solteironas... - está dividida em cinco episódios. Basicamente, Cranford é uma pequena aldeia inglesa dos inícios de 1840 repleta de mulheres de meia idade umas solteiras outras viúvas que possuem uma certa tendência para as cusquices e uma certa aversão a tudo quanto vai contra certos costumes e tradições - Deborah Jenkyns é o claro exemplo disso. A história inicia-se com a chegada de uma visitante a casa das irmãs Jenkyns, Mary Smith que foge das "garras casamenteiras - é uma personagem curiosa, que inicialmente julgamos ser a grande heroína que se apaixona pelo "principe" perfeito, mas não, pelo contrário, Mary não tem desejos de casar, no entanto, é das personagens cruciais ao longo da história, e muito sensata. Na mesma altura, chega também um novo e jovem médico que vai atrair as atenções da aldeia e de muitas solteiras e viúvas, algo que lhe vai criar uma série de mal entendidos também. A série relata também a mudança dos tempos, a chegada do comboio a Cranford, a ideia da educação para todos independentemente da classe, uma certa emancipação da mulher (muito bem retratada com Miss Galindo e Miss Mary Smith).
Há ainda uma sequela, baseada na obra de Gaskell mas já não da sua autoria, chamada Return to Cranford, que espero ver dentro em breve.