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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Persuasão 1995

Esta não é a primeira adaptação daquele que é o último livro de Jane Austen, antes desta houveram duas: uma em 1960 e outra em 1971.

Mas esta é com certeza a adaptação que mais pessoas têm na memória. Foi exibido pela BBC e posteriormente foi estreado nos cinemas um pouco por todo o mundo.

Fiel à obra de Jane Austen esta é uma adaptação que não desilude mesmo aqueles mais puristas que não suportam qualquer alteração em relação ao livro.

Todos sabemos o quanto isso é dificil, já que a linguagem do cinema e dos livros é diferente e por isso a adaptação é sempre dificil. Quantas vezes não vemos um filme e depois ao ler um livro acabamos desiludidos? Ou vice-versa? Isso não acontece aqui.

Tal como no livro depressa percebemos como Anne é querida pela familia Musgrove e desprezada pela sua, a vaidade do Sir Walter, a influência que Lady Russel tem sobre aa familia, especialmente sobre Anne, entre outras coisas igualmente importantes.

Quanto às actuações dos actores acho-os a todos perfeitos tanto os principais protagonistas: Amanda Root e Ciaran Hinds como todos os secundários, é formidavel a forma como o rosto de Anne muda, parecendo pálida e triste no inicio e mais luminoso e bonito no fim. Talvez aqui a maquilhagem tenha ajudado um pouco, mas mesmo assim Amanda Root consegue exprimir a doçura de caracter de Anne e a sua aflição quando reencontra o Capitão Wentworth. O mesmo digo de Ciáran Hinds que consegue ser frio no inicio e muito doce a partir do encontro na pastelaria em Bath. Ainda sobre o elenco acrescento que a Mary Musgrove é interpretada por Sophie Thompson, irmã de Emma Thompson.

Para terminar deixo-vos o link para a página do Imdb, onde está o trailer do filme: Persuasão 1995

 

 

 

 

Amazing Grace (2006) #2

 

 

 

Uma pessoa amiga havia recomendado que eu visse este filme. Tinha a certeza de que eu iria gostar. Não é um mistério que eu aprecio literatura de fundo histórico e de época, bem como filmes na mesma linha. Contudo, eu sempre faço uma pesquisa prévia daquilo que vou assistir. As opiniões sobre este filme não eram muito favoráveis e, com franqueza, embora eu tenha ouvido falar dele, não me lembro sequer dele estar presente nas salas de cinema. É possível que tenha estado mas, provavelmente, não teve impacto.

O que é um absurdo.

O filme é excelente. E ser excelente não é pouco.

Comecemos pelo tema. Em traços gerais, trata-se da história de William Wilberforce, que lutou pela causa da abolição da escravatura, no Reino Unido, entre o fim do século XVIII e início do século XIX. Através da carreira parlamentar assumiu esta causa abolicionista perseguindo uma aprovação através da lei. O que vemos no filme é este percurso. Por que o nome do filme é "Amazing Grace"? Porque - e eu não sabia disto, confesso - este hino tão apreciado e cantado em igrejas pelo mundo todo foi criado por John Newton. Este homem, John Newton, foi justamente um traficante de escravos que se arrependeu da sua conduta e se converteu. Ele teve influência na vida e na forma de actuar de William Wilberforce.

O filme tem a assinatura de Michael Apted. É Ioan Gruffudd quem interpreta William Wilberforce. Ele é mais conhecido pelos filmes do "Quarteto Fantástico", mas sinceramente é em filmes destes que se vê qualidade da sua interpretação. Mas este filme possui uma série de actores excelentes: Michael Gambon, Albert Finney, Rufus Sewel, Ciarán Hinds, (a querida) Romola Garai, entre outros.

Tenho de destacar a interpretação destes dois primeiros veteranos que enunciei. A interpretação de Michael Gambon é impecável e o discurso que faz no final do filme é de arrepiar. Por seu lado, Albert Finney que interpreta John Newton é, de igual forma, impecável. A sua angústia de se sentir culpado e pecador é algo palpável; e a sua alegria na redenção também. Há um diálogo, quase na parte final do filme entre William Wilberforce (Ioan Gruffudd) e John Newton (Albert Finney) que não resisto em transcrever:

 

John Newton: Although my memory's fading, I remember two things very clearly. I'm a great sinner and Christ is a great Savior.

(...)

John Newton: [reciting his song] "I once was blind but now I see". Didn't I write that?
William Wilberforce: Yes, you did.

John Newton: Now at last it's true.

 

Para mim, assistir este filme foi uma experiência arrebatadora. Aprecio este tipo de narrativa. Aprecio boas interpretações. Aprecio descrições da luta contra injustiça social. Aprecio ver pessoas nobres que lutam por causas nobres. Aprecio pessoas de convicções. Sobretudo, aprecio ver em tudo isto o reflexo da fé no amor de Deus como transformador de vidas.

 

Por todas estas razões, recomendo "Amazing Grace".