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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

DESAFIO | Bicentenário "Sense and Sensibility" #27

- Sensibilidade e Bom Senso (2008) | 4 -

- Andrew Davies: O Roteiro e a Discórdia, Parte III -

 

 

 

Eu encontrei esta entrevista com Andrew Davies e com Anne Pivcevic (produtora da mini-série) em que eles falam sobre esta adaptação específica de 2008 de Sensibilidade Bom Senso. A entrevista está repartida em três partes, cada uma de 10 de minutos de duração. Se gostas desta produção, vale a pena perder meia hora a seguir os vídeos. 

Devo dizer que foi muito bom ouvir Andrew Davies falar sobre a sua visão sobre a história e a explicar o porquê de muitas das suas opções. Acabei por confirmar algumas das minhas opiniões e, por outro lado, passei a entender detalhes que não estavam tão evidentes ao meu olhar. Será natural que eu venha a referir, algumas vezes, algo dito neste entrevista.

 

 

DESAFIO | Bicentenário "Sense and Sensibility" #26

- Sensibilidade e Bom Senso (2008) | 3 -

- Andrew Davies: O Roteiro e a Discórdia, Parte II -

 

 

"It is sometimes puritanically claimed that the true purpose of screen versions of the classics is to send you back to the original texts. This opening certainly sent me back to my Penguin Austen. What we had witnessed, I worked out, was the deflowering of Colonel Brandon’s foster daughter Eliza Williams by none other than the plausible Willoughby of Allenham. Willoughby impregnated Eliza and abandoned her “in a situation of utmost distress”.


A meu ver, a cena inicial causa apenas confusão. É verdade que não estamos propriamente à espera de ver uma cena sensual numa história “austeniana”. Não podemos negar, se pensarmos bem, que há alguns episódios de cariz sexual na obra de Austen mas estes são referidos ao de leve, sem muito desenvolvimento. Servem quase como um enquadramento e colocados na acção de forma indirecta. Não há muita descrição. Georgiana Darcy é seduzida por Wickham (Orgulho e Preconceito), Maria Bertram estabelece uma relação extra-conjugal com Henry Crawford (Mansfield Park), Isabella Thorpe deixa-se iludir pelo Cpt. Tilney (A Abadia de Northanger) e Eliza Williams é seduzida e abandonada grávida por Willoughby (Sensibilidade e Bom Senso). Por vezes, estamos tão concentrados no percurso dos personagens que nos apaixonam que esquecemos estes episódios. Ficam quase que à sombra da acção principal. Contudo, eles existem e têm muita influência no desenrolar do enredo.

 

Parece-me que a intenção de Andrew Davies foi trazer uma acção secundária para capa do filme. Ele próprio afirma que "People forget that. The under-age sex is back-story and I want to bring that to the fore more. " . Assim, a atenção inicial é totalmente deslocada das Dashwood para a cena de sedução feita por Willoughby, sem ainda ser muito claro que é ele quem está presente na cena. Ao mesmo tempo que desloca a atenção também a prende. Ficámos na expectativa do que vem a seguir. Portanto, em resumo, podemos afirmar que: causa expectativa, prende a curiosidade e retira (algum) protagonismo às irmãs Dashwood.

 

Os homens de Sensibilidade e Bom Senso (2008), a medida que o enredo progride, ganham uma relevância e uma presença que não tiveram na versão anterior. 

 

 

 

 

Os Três Mosqueteiros - 3D (2011) - 2

Fica aqui também o trailer oficial do filme. Já conseguimos ver, no que diz respeito aos efeitos especiais, um estilo meio de fusão entre Matrix e Resident Evil.


[ Claro que a voz off que narra o trailer só podia ser de Matthew Macfadyen  (que voz...) ]

 

 

 

 

Os Três Mosqueteiros - 3D (2011)

 

 

 

 

Para além de Jane Eyre e Anna Karenina teremos outra estreia. Trata-se de um filme que aguardo também com muito ansiedade: Os Três Mosqueteiros- 3D

 

Este filme tem a direcção de Paul W.S. Anderson (conhecido por conduzir a saga “Resident Evil”) e  Andrew Davies (o mesmo de "Sensibilidade e Bom Senso 2008") como um dos responsáveis pelo argumento. No elenco podemos contar com nomes conhecidos e dentre estes os (meus) queridos Matthew Macfadyen e Orlando Bloom. Uma curiosidade é que o elenco é diversificado no que diz respeito às nacionalidades, o que deverá também proporcionar um resultado interessante. 

 

Nutro um grande e longo amor por esta história de Alexandre Dumas. Desde criança que as aventuras de D’Artagnan, Athos, Porthos e Aramis preenchem o meu imaginário. Para além disto, este livro transpira valores que aprecio: fraternidade, amizade, honra e rectidão. Espero que, para além do cuidado com a imagem, fotografia e efeitos especiais (que pode-se notar no trailer oficial do filme) também exista de igual forma algum zelo por estes valores que referi. Vamos aguardar pelo que Andrew Davies fez em relação a isto...

 

Dentre os vários sites que consultei não consegui uma certeza sobre a estreia deste filme em Portugal, mas nos EUA será a 14 de Outubro.

 

Aguardemos então...

DESAFIO | Bicentenário "Sense and Sensibility" #25

 

- Sensibilidade e Bom Senso (2008) | 2 -

- Andrew Davies: O Roteiro e a Discórdia, Parte I - 

 

 (imagem retirada daqui)

 

Andrew Davies desenvolveu roteiros para uma longa lista de filmes e mini-séries  televisivas. Algumas dessas produções são bem conhecidas por todos nós: Orgulho e Preconceito (1995), Emma (1996), Wives and Daughters (1999), O Diário de Bridget Jones (2001), A Abadia de Northanger (2007), entre outros.

Nomeado para alguns prémios e vencedor de alguns, chegou mesmo a receber dois Emmys: um por “House of Cards” (1990) e outro por "Little Dorrit" (2009) (esta série inclusive conseguiu conquistar 7 Emmys dentre as 11 nomeações que recebeu).

De uma breve leitura de artigos da imprensa – a propósito de Sensibilidade e Bom Senso em 2008 – constata-se que as opiniões dividem-se. Surgiram algumas críticas em relação às opções do seu roteiro e, por outro lado, alguns elogios. Já em 1995, quando ele escreveu a adaptação de “Orgulho e Preconceito” aconteceu o mesmo. A famosa cena em que Mr. Darcy (Colin Firth) mergulha no lago e aparece com a camisa branca molhada em Pemberley rendeu muitos suspiros às fãs de Colin Firth mas ruidosos protestos de quem considerou isto uma alteração desnecessária da obra original. 

No caso de Sensibilidade e Bom Senso (2008), a crítica principal é apontada para a cena de abertura. O primeiro episódio inicia com uma cena de dois amantes com grande carga sexual. Isto causou algum espanto e alguma recepção negativa em parte da audiência. Talvez o facto de uma adaptação ser aguardada com ansiedade seja um dos motivos desta reacção. Também por se tratar de uma adaptação de uma obra de Jane Austen, os seus fãs mais puristas não tenham achada graça à abertura... Acontece que, no decorrer dos três episódios da mini-série, não voltamos a ter uma cena desta natureza.

Andrew Davies, inquirido sobre esta opção, afirma:The novel is as much about sex and money as social conventions. This drama is more overtly sexual than most previous Austen adaptations seen on screen and gets to grips with the dark underbelly of the book.". Esta afirmação, por si só, demonstra algum distanciamento de Sensibilidade e Bom Senso (1995). Será um distanciamento previamente planeado? Intencional ou não, a abertura marca um novo olhar sobre o percurso das Dashwood.