A minha adaptação preferida da obra de Jane Austen é “Orgulho e Preconceito” de 1995. A série produzida pela BBC é muito bem feita e retrata a história de nossa Lizzy e Mr. Darcy de forma primorosa e emocionante. É tão bom acompanhar o desenrolar da história com os diálogos idênticos aos do livro! Lindo! Até a cena do banho de Colin Firth no lago, que muitos criticam por ser uma ousadia do roteirista, é perdoável. Afinal, quem não suspira com aquela cena!
Adaptação menos preferida
Eu devo ser sincera e destacar que não assisti todas as adaptações realizadas a partir da obra de Jane Austen, por isso a minha avaliação não vai ser justa com todas. Mas, eu não gostei de “Mansfield Park” de 2007, principalmente, devido à atriz (Billie Piper) que interpreta Fanny Price. Apesar da boa interpretação, a atriz não possui as características físicas de Fanny, é tão diferente e destoante. Eu fiquei irritada com esta falta de zelo e preciosismo com o livro e acabei não me deixando envolver pelas emoções que a adaptação se propõe a despertar.
Melhor escolha feminina das adaptações
Eu aprecio muito a atuação de Keira Knightley em “Orgulho e Preconceito” de 2005. Eu sempre imaginei Elisabeth Bennet com aquele olhar misterioso e carregado de significados que a atriz empresta a personagem. Adoro!
Pior Escolha feminina nas adaptações
Sinceramente, eu fiquei tão surpresa com a escolha da atriz (Toni Collete) que interpretou Harriet Smith em “Emma” (1996), como assim? O que ela tem em comum com a personagem? Em minha opinião: nada! Péssima escolha, pois a atriz é mais velha, madura e com muita presença de cena. Muito diferente da descrição que Jane Austen faz de Harriet ou pelo menos da que imaginei!
Melhor Escolha masculina das adaptações
Colin Firth como Mr. Darcy em “Orgulho e Preconceito” de 1995. Perfeito! Seus olhares apaixonados para Elisabeth são dignos de um Oscar de tão intensos e verdadeiros. Lindo! O Mr. Darcy dos meus sonhos!
Pior Escolha masculina nas adaptações
Eu não gosto nenhum pouco da escolha de Hugh Grant para o papel de Edward Ferrars em “Razão e Sensibilidade” de 1995 e eu observei que não sou a única. Eu imagino Edward um rapaz tímido, gentil e cavalheiro, mas Hugh Grant me passa a imagem de um sedutor nato, bonito demais para o personagem!
Momento preferido dos filmes
A primeira declaração de amor de Mr. Darcy para Lizzy em “Orgulho e Preconceito” de 2005. Tudo é lindo: o local, a intensidade dos sentimentos, a discussão calorosa, a chuva, o quase beijo...
Melhor casting de personagem secundário
Os atores escolhidos para interpretar a família Bennet em “Orgulho e Preconceito” de 2005 e 1995. São ótimos, admiro e me divirto com todos! Principalmente, com as Mrs. Bennet e Mr. Collins.
Confissão de amor preferida das adaptações
Foi repetir meu argumento do tópico “Momento preferido dos filmes”: A primeira declaração de amor de Mr. Darcy para Lizzy em “Orgulho e Preconceito” de 2005. Tudo é lindo: o local, a intensidade dos sentimentos, a discussão calorosa, a chuva, o quase beijo...
Começo pelos tópicos cuja resposta encontrei sem hesitar...
Sem dúvida nenhuma: O Baile em Netherfield, “O&P” 2005. Desde o início ao fim. Há uma dinâmica a envolver os personagens, em que seguimos a câmera como se fosse o olhar de uma pessoa também a caminhar no baile. Durante este percurso acompanhamos os personagens e a sua conduta. É, talvez, a altura em Elizabeth dá-se conta de uma certa falta de bons modos da sua família. Depois segue-se a sequência em que Elizabeth e Darcy dançam a esgrimar palavras e olhares como se estivessem completamente a sós no salão do baile. Pessoalmente, acho perfeito. Impecável.
A banda sonora e a fotografia de um filme/série são dois tópicos que eu valorizo muito. Na minha preferência pessoal, a banda sonora de Sensibilidade e Bom Senso 1995 é algo de extremamente especial. Acho-a lindíssima e perfeita. Para além da direcção, interpretações e fotografia impecáveis, questiono-me - muitas vezes - se este filme seria tão especial caso a banda sonora fosse outra. Apesar de tudo isto, também tenho de referir outro nome: Martin Phipps, nos casos específicos de Sensibilidade e Bom Senso 2008 e de Persuasão 2007. Martin Phipps é, a meu ver, genial. O primeiro trabalho que me recordo dele foi o North & South, cuja banda sonora também acho formidável. Ele faz com que a música se torne quase que uma extensão da personalidade dos personagens.
Destaco Moonlight Sonata de Beethoven, uma constante nas cenas de melancolia de Anne Elliot:
Sou suspeita pois sou grande fã deste actor. No entanto, acho que o Capitão Frederick Wentworth por ele interpretado é muito bom. E a química com Sally Hawkins é muito bem conseguida.
Por outro lado, acho que ele expressa muito bem os sentimentos (reprimidos) que ainda tem por Anne Elliot e, quando na presença dela, sente-se que as coisas são mesmo como ele diz: "...você baixa a voz, mas eu consigo ouvir os seus tons, mesmo que eles escapem aos outros..." Tudo nele indica que está sempre atento às reacções e movimentos de Anne, sempre muito discretamente.
Gosto muito desta escolha e dificilmente outro actor conseguirá suplantar esta actuação como protagonista de Persuasão.
Não tenho nada contra esta actriz. Pelo contrário, acho-a uma excelente profissional e até bonita.
Todavia, não é a Harriet que eu imagino quando leio a história. Parece-me demasiado velha e matrona para o papel. Não duvido que consiga expressar a personalidade de Harriet mas fisicamente não me parece adequada.
A maneira como os actores parecem deslizar enquanto dançam como se tivessem uma plataforma rolante debaixo dos pés, dá um encanto muito próprio ao baile e à trama. Depois, o facto de vermos Darcy e Lizzy a dançar sozinhos, como se não houvesse mais ninguém na sala de baile é fabulosa.
Talvez seja um pouco prematuro escolher O Parque de Mansfield 2007, até porque nunca li o livro ( falha que vou tentar remediar até ao fim deste ano) mas não gostei de nada desta adaptação. Para começar não achei que fosse Austen, pareceu-me que era alguém a imitar, como se fosse uma sequela ou um reescrever de um dos livros. Posso-vos dizer que não gosto dos últimos dez minutos de Persuasão 2007 e até acho muito pouco provável que o Capitão Wentwhorth tivesse dinheiro para comprar Kelinch Hall, mas tirando esses dois pequenos pormenores gosto muito dessa adaptação e dos actores escolhidos. Mas em O Parque de Mansfield, parece-me que tudo falha, não creio que tenha havido cuidado na forma de adaptar ou mesmo na escolha de actores. Por exemplo, o Blake Ritson que foi um excelente Mr. Elton em Emma 2009, não me convenceu enquanto o herói deste livro, falta-lhe ali qualquer coisa que lhe desse esse ar de ser o herói por quem devemos torcer ou algo assim. As personagens secundárias também me parecem mal exploradas. Os cenários são bons e guarda-roupa também, mas isso não é suficiente para fazer uma boa adaptação.
E se Hugh Grant foi uma má escolha para o papel de Edward Ferrars a verdade é que a escolha de Kate Winslet para Marianne Dashwood não podia ter sido mais acertada. Kate conseguiu transmitir toda a personalidade de Marianne: a dor pela descoberta do canalha que é o Willoughby e a paixão pouco oculta por ele, a indiferença pelo Coronel Brandon, a ansiedade por saber noticias de Willougby. Enfim todas as emoções que caracterizam a personagem são tão bem representadas por Kate Winslet, que não é surpresa a sua nomeação para o Óscar por este papel.