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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Melhor Cena Criada nas adaptações

  • Emma 2009 Início

 

Esta é uma cena que foi, literalmente, criada pelas adaptações do princípio ao fim. E embora esqueça a solene e conhecida frase que abre a obra "Emma", onde Jane caracteriza a nossa heroína, faz uma introdução totalmente diferente mas, a meu ver, brilhantemente elaborada para que todos compreendam o resto da história, quer sejam ou não leitores de Jane Austen.

 

Iniciar Emma, relatando o início de vida destes três órfãos e da forma que é feito, dá uma visão muito mais esclarecida para todos aqueles que nunca leram Emma para aquilo que se passará de seguida. Mostrando a fortuna e o infortunio de uns e outros ajuda-nos a compreender todo o funcionamento da sociedade em Highbury. E depois, o facto de nos mostarem Emma em pequena, depois adolescente e por fim uma jovem mulher, tem um toque cronológico delicioso! Só lamento que não o tenham estendido a Mr. Knightley, seria divertidíssimo ver um Mr. Knightley nos seus 20 anos.

 

Personagem Feminina Secundária preferida

Apesar de não ter ficado grande fã de "Emma", gostei muito da personagem da "poor Miss Taylor", como dizia Mr Woodhouse, referindo-se à sua governanta e depois Mrs Weston.

 

Mrs Weston é uma espécie de figura materna para Emma, a quem esta recorre para todo o tipo de conselhos. Generosa e inteligente, Mrs Weston dá normalmente bons conselhos, embora o seu apego a Emma a faça muitas vezes distorcer as situações em favor da opinião da sua ex-pupila (tal como as mães tantas vezes fazem!).

 

Como madrasta de Frank Churchill, Mrs Weston esforça-se bastante para que Jane Fairfax se sinta bem-vinda depois que eles anunciam o seu noivado. É ela quem evita o escândalo dessa situação, minimizando a tensão antes que esta se tornasse desagradável.

 

Ela é no fundo o elemento que mantém a sociedade de Highbury junta, no final. Sempre preocupada com Emma e com os outros jovens da história (Jane, Frank) e com a família Bates, ela é quase uma mãe-galinha preocupada em proteger aqueles sobre a sua asa.

 

Top Jane Austen

Melhor "Conquistador"

 

Eu escolho George Wickham de “Orgulho e Preconceito”, pois ao longo da trama, ele seduziu com seu charme e astúcia: as irmãs Bennet, principalmente, Lizzy e depois Lydia; Mary King; Georgiana Darcy, além de toda a sociedade local, incluindo o desconfiado Sr. Bennet. Este sim sabe seduzir as pessoas!

 

Melhor amiga preferida 

 

Eu devo confessar que não gosto da idéia de uma só melhor amiga, eu gosto de várias melhores amigas, pois na minha vida particular eu tenho poucas amigas, mas todas são melhores amigas. Desde modo, eu sugiro que se passearmos pelas obras de Jane Austen poderíamos construir um grupo de amigas preferidas dinâmico, muito rico em diversidade e cumplicidade, que qualquer um de nós gostaria de fazer parte.

 

Eu gosto muito da postura e companheirismo de Lady Russel em “Persuasão”.  Ela é meio rigorosa em relação a convenções sociais, mas é dotada de sensatez e praticidade, qualidades que admiro nas pessoas. Além disso, ela é tão cuidadosa com Anne Elliot, preocupa-se com ela e zela pelo seu bem-estar.

 

Eu admiro muito a relação de Elinor Dashwood e sua irmã Marianne, elas são cúmplices e convivem muito bem com suas diferenças. Eu adoraria ter Elinor como melhor amiga, ela é cuidadosa, empática e excelente conselheira, pois segue o lado racional da questão, condição que me agrada muito e ajuda na resolução de problemas.

 

Outra opção para o nosso grupo seria Charlotte Lucas de “Orgulho e Preconceito”, ela é prática, cúmplice e franca, não esconde nada de sua amiga, justifica todas as suas ações para não haver mal entendido.

 

Não posso me esquecer também de Elinor Tilney de “A Abadia de Northanger” e Mrs. Weston de “Emma”, ambas são tímidas, reservadas, mas boas ouvintes e confidentes.

 

Melhor personagem cômico

 

Mr. Collins de “Orgulho e Preconceito”. Ele é hilário!!! Sua devoção a Lady Catherine é comovente e deprimente, ao mesmo tempo. Como ele consegue ser tão grudento e inoportuno, realmente é um dom admirável, que ele exercita amiúdas vezes.

 

Melhor história de amor secundária 

A história de amor secundária que mais me chamou a atenção foi a de Jane Fairfax e Frank Churchill em “Emma”. Eu acho que a história deles daria uma obra à parte, pois é muito complexa, envolve sentimentos intensos e grandes conflitos que, na minha humilde opinião, poderiam ser mais explorados e garantiriam uma linda história. Jane sofre tanto ao longo da história por este amor secreto, eu sinto pena dela, tão solitária e quieta e ainda com uma tia como Mrs. Bates para ajudar! Coitada! É uma história que me aguçou a curiosidade e esta não foi saciada, ficou a mercê de minha imaginação.

 

Personagem masculina secundária preferida

 

São vários os bons exemplos de personalidades masculinas construídas por Jane Austen em seus romances, não posso deixar de mencionar: Mr. Bennet e Coronel Fitzwilliam de “Orgulho e Preconceito”; Comandante Harville e o Almirante Croft de “Persusão”; William Price de “Mansfield Park”; Mr.Weston de “Emma”.

 

Personagem masculina secundária menos preferida  

 

Há vários personagens secundários masculinos com os quais eu não me simpatizo, mas o mais chato e cansativo é John Thorpe de “A Abadia de Northanger”. Que sujeito mais presunçoso e arrogante! Além de ser enfadonho, ele atrapalha demais a vida de Catherine Morland, tomando decisões por ela e forçando-a ter um relacionamento com ele. Infelizmente, creio eu, nos dias de hoje ainda encontramos vários deste tipo no nosso cotidiano e, definitivamente, não é fácil conviver com eles!

 

Personagem feminina secundária preferida 

 

Eu estou muito dividida neste tópico. Eu prefiro não ser enfática e escolher apenas uma, vou citar várias, assim eu faço justiça a todas: Mary Bennet e Charlotte Lucas de “Orgulho e Preconceito”; Mrs. Jennings de “Razão e Sensibilidade”; Lady Russel de “Persuasão”; Mrs. Weston de “Emma” e Elinor Tilney de “A Abadia de Northanger”. São mulheres simpáticas, suaves, sinceras, bem resolvidas consigo mesmas e sensíveis aos sentimentos e dificuldades de nossas heroínas.

 

Personagem feminina secundária menos preferida 

 

Eu também tenho várias escolhas para personagem secundária menos preferida, não me simpatizo nenhum pouco com: Caroline Bingley de “Orgulho e Preconceito”; Mary Crawford e Mary Bertram de “Mansfield Park”; Fanny Dashwood (odeio!) e Lucy Steele de “Razão e Sensibilidade”; Elisabeth Elliot de “Persuasão”; Isabela Thorpe de “A Abadia de Northanger”; Mrs. Elton de “Emma”. São todas invejosas, mesquinhas, manipuladoras, vislumbradas com status social e fortuna, arrogantes. Eca!  

 

Relação de família  preferida

 

Eu adoro ler e acompanhar as relações entre as irmãs Bennet de “Orgulho e Preconceito”, pois são muito alegres e divertidas; e também a relação entre as irmãs Dashwood em “Razão e Sensibilidade”, que é marcada pelo companheirismo e cumplicidade.

 

Mais frustrante relação de família

 

A relação de Anne Elliot com seu pai e sua irmã Elisabeth em “Persuasão”. É terrível “presenciar” a forma como eles a tratam e são insensíveis as suas necessidades e sentimentos.

 

Melhor proposta recusada

 

Com certeza,  a recusa de Elisabeth Bennet à proposta de casamento feita por Mr. Collins em “Orgulho e Preconceito”. É muito engraçado as justificativas dele para ela aceitar seu pedido e as desculpas que ele inventa por ela não aceitar esta proposta irresistível de casamento. Eu me diverti muito!

Casal favorito

Eu sei que Emma e o Mr. Knigthley é uma escolha improvável, mas eu aprecio a dinâmica deles. Gosto das conversas deles e da infinita paciência que o Knigthley tem com ela, outro qualquer cansava-se das criancices dela em três tempos. Depois, eles acabam por ser o casal mais improvável de Austen, já que nenhum dos dois dá sintomas ao longo do livro de estar apaixonado e não é só isso, ninguém à volta deles parece ter essa ideia. São amigos e ninguém faz suposições nesse sentido, o que não deixa de ser de certa forma cómico, lembrem-se que naquela altura as pessoas pensavam muito em casamento. Afinal porque é que nunca ninguém viu que Emma e Knigthley tinham sido feitos um para o outro?? :)

 

 

Obra Favorita

  • Emma

 

Pensei muito, muito sobre esta questão... e embora admita a dificuldade de escolher, só "Emma" me pareceu a escolha mais sincera. É uma obra muitíssimo divertida e é por isso que a destaco... em Emma acho que Jane Austen esteve sublime na crítica à sociedade da sua época. Não podemos ficar indiferentes a figuras como Mrs. Elton, Miss Bates, Mr. Woodhouse. Não podemos, acima de tudo, porque são caricaturas de personagens com quem nos cruzamos na vida real.

 

Não referi propositadamente Emma na lista de personagens que apresentei acima. Emma, é fabulosa por ter todos os defeitos que tem. Jane leva-nos a conhecer Emma profundamente, sabemos por várias vezes tudo o que lhe vai na mente, até os desejos menos benévolos, como quando ela deseja que Miss Smith nunca lhe tivesse aparecido à frente... enquanto leitoras somos obrigadas a criticar este sentimento, mas simultaneamente, compreendêmo-lo tão bem! E Emma suscita-me constantemente esta sensação, criticar certas atitudes, mas ao mesmo tempo, compreende-las.

Se gostava de ser uma "Emma"? Não sei, mas se isso fosse sinónimo de ser amada por alguém semelhante a Mr. Knightley, não hesitaria.

 

É por isto que gosto tanto desta obra, em Emma assistimos a uma gigante evolução, acompanhamos o crescimento da nossa heroína e, juntamente com ela, melhoramos um pouco também, porque Emma é o espelho de muitos dos nossos defeitos e das nossas qualidades.