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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Amazing Grace (2006) #2

 

 

 

Uma pessoa amiga havia recomendado que eu visse este filme. Tinha a certeza de que eu iria gostar. Não é um mistério que eu aprecio literatura de fundo histórico e de época, bem como filmes na mesma linha. Contudo, eu sempre faço uma pesquisa prévia daquilo que vou assistir. As opiniões sobre este filme não eram muito favoráveis e, com franqueza, embora eu tenha ouvido falar dele, não me lembro sequer dele estar presente nas salas de cinema. É possível que tenha estado mas, provavelmente, não teve impacto.

O que é um absurdo.

O filme é excelente. E ser excelente não é pouco.

Comecemos pelo tema. Em traços gerais, trata-se da história de William Wilberforce, que lutou pela causa da abolição da escravatura, no Reino Unido, entre o fim do século XVIII e início do século XIX. Através da carreira parlamentar assumiu esta causa abolicionista perseguindo uma aprovação através da lei. O que vemos no filme é este percurso. Por que o nome do filme é "Amazing Grace"? Porque - e eu não sabia disto, confesso - este hino tão apreciado e cantado em igrejas pelo mundo todo foi criado por John Newton. Este homem, John Newton, foi justamente um traficante de escravos que se arrependeu da sua conduta e se converteu. Ele teve influência na vida e na forma de actuar de William Wilberforce.

O filme tem a assinatura de Michael Apted. É Ioan Gruffudd quem interpreta William Wilberforce. Ele é mais conhecido pelos filmes do "Quarteto Fantástico", mas sinceramente é em filmes destes que se vê qualidade da sua interpretação. Mas este filme possui uma série de actores excelentes: Michael Gambon, Albert Finney, Rufus Sewel, Ciarán Hinds, (a querida) Romola Garai, entre outros.

Tenho de destacar a interpretação destes dois primeiros veteranos que enunciei. A interpretação de Michael Gambon é impecável e o discurso que faz no final do filme é de arrepiar. Por seu lado, Albert Finney que interpreta John Newton é, de igual forma, impecável. A sua angústia de se sentir culpado e pecador é algo palpável; e a sua alegria na redenção também. Há um diálogo, quase na parte final do filme entre William Wilberforce (Ioan Gruffudd) e John Newton (Albert Finney) que não resisto em transcrever:

 

John Newton: Although my memory's fading, I remember two things very clearly. I'm a great sinner and Christ is a great Savior.

(...)

John Newton: [reciting his song] "I once was blind but now I see". Didn't I write that?
William Wilberforce: Yes, you did.

John Newton: Now at last it's true.

 

Para mim, assistir este filme foi uma experiência arrebatadora. Aprecio este tipo de narrativa. Aprecio boas interpretações. Aprecio descrições da luta contra injustiça social. Aprecio ver pessoas nobres que lutam por causas nobres. Aprecio pessoas de convicções. Sobretudo, aprecio ver em tudo isto o reflexo da fé no amor de Deus como transformador de vidas.

 

Por todas estas razões, recomendo "Amazing Grace".

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