Os Vilões de Jane Austen
Título original: The Bad Boys of Austen
Qualquer heroína de Jane Austen, antes de trazer para casa o marido certo para a Mãe ou Pai, traz sempre o errado! Os libertinos, aqueles que seduzem todas as mulheres da família até um certo ponto. Será que Austen tinha alguma obsessão por libertinos? É que, de facto, eles são muito mais interessantes que os seus heróis "bons rapazes" clérigos. Isto sou eu apenas a falar. Estes homens não são bons para o resto da vida, mas eu acho que ela sentia o seu charme. E claro, qual o melhor vilão do que aquele que pode destruir a nossa vida?
Por isso, apresento aqui a lista dos galãs de Jane Austen. (...)
Mr. Willoughby: Um clássico, a sério, Mr. Willoughby recita poesia, cavalga para salvar uma donzela, e seduz inocentes e jovens raparigas. É divertido, irreverente e, para mais, acabamos por descobrir que ele amou verdadeiramente Marianne. Sem este toque de sentimento, não acredito que as audiências modernas pensassem nele mais do que uma vez, mas lembrem-se, no livro Colonel Brandon é verdadeiramente enfadonho. Foi preciso que Alan Rickman desse tudo de sim para o transformar numa figura romântica misteriosa e satisfazer-nos com o facto de ele ser a alma gémea para Marianne. Com o arrependimento de Willoughby, fico sempre com a sensação irrequieta de que Marianne nunca será feliz sem Willoughby.
Mr. Wickham: Conversador, lisonjeador, esquivo. Ele chega a Lizzie fazendo-a entrar no seu segredo e fazendo-a sentir inteligente e especial. Todas nós podemos cair nisso de tempo a tempo. Depois de ser desmascarado, ele torna-se tão irritante que acho inacreditável como é que pude gostar dele no início! (Lydia, claro, fugiria com quem quer que fosse!).
Henry Crawford: Eu apaixono-me sempre por Henry Crawfor, e lamento o seu destino. Ele é o oposto de Wickham - ele começa como mau, obviamente e orgulhosamente mau, e gradualmente torna-se bom. Eu acho que a própria Jane Austen gostava dele, e coseguiu transformá-lo de tal forma que ela própria não soube o que fazer dele no fim para além da fuga com Mrs. Rushworth. Eu acredito que ele faria uma coisa dessas? Nunca terei a certeza, esse é o problema.
Mr. Eliot: Ele é um "bad boy" como deve ser, mas Anne nunca está em perigo eminente. O seu Capitão Wentworth é fogoso o suficiente para satisfazer tudo isso. Mais do que nos outros casos, com Mr. Eliot, Jane Austen parece apontar e alertar para como uma pessoa pode dizer todas as coisas acertadas e parecer decente e não sentir uma única das palavras que diz. Mr. ELiot é suave e elogia a inteligência e aparência de Anne, mas ele nunca me convenceu. Tal como Jane, eu gosto de homens que à vezes, agem sem pensar. Mr. Eliot mede tudo e todos - e é o mais vilão de todos eles.
Iniciados: Não incluí John Thorpe, Mr. Elton ou Frank Churchill.
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A autora não incluiu este últimos, mas eu incluo!
John Thorpe: Deplorável, triste e de mau carácter... confesso que desde início nunca fui com ele. Já com a irmã, iludi-me. Mas a gota de água foi a grande mentira que disse a Catherine para ela ir andar de carroça com ele. Não, acho que Catherine também nunca foi muito na conversa dele, apesar de toda a sua ingenuidade. E creio que também nunca fez sombra a Tilney, esse esteve sempre bem mais alto!
Mr. Elton: Não é propriamente um vilão. Não o considero como tal... talvez mais um interesseiro e um vaidoso do que outra coisa.
Frank Churchill: Nunca percebi muito bem qual a sua ideia. Mas tal como os Westons, perdoei-o. Ele brincou muito e em demasia com o fogo. Ele faz lembrar Willoughby, também ele dependente de uma tia rica, no entanto, Churchill tem a virtude de, mesmo assim, permanecer comprometido com a mulher que ama (ainda que em segredo), embora pareça estar constantemente a magoá-la com as atitudes que toma e que, ao mesmo tempo, achamos imperdoáveis. Ele é muito confuso e a sua relação com Jane Fairfax é estranhíssima. Mas no fundo no fundo, não acho que seja um "mau rapaz".
Frederick Tilney: Acrescento ainda este, mesmo que não se tenha "metido" com nenhuma das nossas heroínas. Tal como Mr. Eliot, considero-o um verdadeiro "vilão", um libertino de primeiro grau. Mesmo não gostando de Isabella Thorpe (no fim) senti pena dela, embora ela também tenha culpas no cartório.