Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

O Parque de Mansfield - a minha opinião

Quando no ano passado dedicamos um mês à análise do Parque de Mansfield como ainda não tinha lido o livro fiquei encarregue de fazer uma pequena review da adaptação de 2007.

De todas as  adaptações que já vi e aqui também incluo as que não pertencem aos livros de Jane Austen, foi a que mais detestei. Isso fez com que fosse adiando a leitura deste livro, além de outros comentários menos favoraveis ao livro.

Há umas semanas, encontrei a adaptação de 1999 no youtube e gostei muito mais do que da outra. Neste mês de Maio, o clube de leitura Jane Austen, a nossa parceria com as Livrarias Bertrand, que vocês tão bem conhecem, o livro a discutir era precisamente O Parque de Mansfield.

 

Tudo isto foram motivos para ler o livro porque se não fosse pelo clube talvez eu adiasse um pouco mais. Este livro surpreendeu-me muito pela positiva, o inicio é lento, mas à medida que vamos conhecendo melhor os personagens o interesse aumenta e torna-se ainda maior quando Sir Thomas regressa da Antigua.

Outra coisa que salta à vista é que há um maior aprofundamento das personagens; a exploração dos seus actos e maneira de ser é mais minuciosa que nas obras anteriores, Sensibilidade e Bom Senso e Orgulho e Preconceito. Além disso, ouvimos mais falar personagens secundários em dialógos que não participam os personagens principais.

A Fanny é muitas vezes apontada como uma desilusão enquanto heróina e não posso dizer que tenha gostado muito dela, mas achei que o facto de ela estar de certa forma á parte no seio familiar permite-lhe ver os Crawford como são realmente.

Não gostei especialmente do final porque o Edmund casar com a Fanny soa muito a prémio de consolação. Para além disso Jane Austen perdeu a oportunidade de provar que as pessoas podem mudar ao proporcionar a Henry uma mudança por amor.

Já quando li Sensiblidade e Bom Senso, há alguns anos fiquei com a mesma ideia, a partir do momento da conversa entre ele e Elinor, Willoughby podia ter sido reabilitado. Hoje sendo mais madura percebo que tal era impossivel já que engravidar uma rapariga era uma falha grande demais para ser perdoada pelo leitor e pela própria Marianne e de certa forma isso ajudou-me a gostar do fim dela que eu sei que quase ninguém gosta.

Mas Henry não tinha falhas graves e apenas o facto de cortejar de forma descarada as duas irmãs Bertram proporcionou a Fanny a certeza que ele não é sincero, quando na realidade era, embora não o fosse no inicio. Ela pouco ou nada acredita na sua declaração de amor.

Henry acaba por ser vitima dos seus próprios erros, seria esta a lição que Jane Austen pretendia dar ao leitor, já que não o reabilita?

Para terminar não posso deixar de dizer que muito me surpreendi com a maldade da Sra Norris, não que eu ache que o mundo está cheio de pessoa boas, mas chocou-me por toda a maldade ser direcionada a alguém que não merecia tal coisa e ainda por cima era sua sobrinha de sangue, filha da sua irmã. Se fosse sobrinha de casamento, eu ainda lhe dava alguma desculpa porque entendia que ela pudesse não gostar da cunhada ou cunhado...

 

3 comentários

Comentar post