dons e talentos #2
- a questão da mulher prendada -
requisitos básicos
No livro "The Jane Austen Handbook: A Sensible Yet Elegant Guide to Her World", Margaret C. Sullivan fornece uma visão panorâmica sobre a sociedade, as maneiras e os costumes da época de Jane Austen - a Regência. Um dos capítulos intitula-se "Become an acomplished Lady" cujo o conteúdo dá uma visão resumida, mas esclarecedora, dos predicados que uma jovem deveria ter e desenvolver para se tornar aos olhos dos pretendentes e de suas famílias uma atractiva possibilidade.
Os requisitos eram elevados e, portanto, mesmo possuindo um talento natural a jovem deveria trabalhar arduamente para alcançar a excelência. Possuir dons e talentos inatos não bastava. Era indispensável o empenho e a dedicação.
As áreas a serem" trabalhadas" seriam:
-Aprender e estudar várias línguas;
-Ter conhecimento fundamentado de história e geografia;
-Ser exímia em canto e a tocar instrumentos musicais: pianoforte e, melhor ainda, harpa. Relembrem Mary Crawford a encantar todos de Mansfield Park (inclusive Fanny) a tocar harpa, bem como Marianne Dashwood a transbordar de talento no pianoforte. O curioso, neste aspecto, é que Margaret Sullivan refere que ter excelência em canto e a tocar um instrumento seria um factor positivo para entreter os convidados do marido em futuras reuniões…
-Saber desenhar e pintar;
-Dominar a arte de bordar;
-Saber dançar com graciosidade.
Mr. Darcy acrescentaria que também seria fundamental que a jovem cultivasse a leitura e tivesse um vasto conhecimento de literatura.
Ser mulher, jovem , solteira e atractiva na época da Regência não era tarefa fácil.
(Ilustração retirada do livro, da autoria de Kathryn Rathke)