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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Vamos Pintar as Unhas??

 

No facebook do Dreaming of Jane Austen, surgiu um vídeo para pintar as unhas de forma original. Deixo-vos aqui esse mesmo vídeo, a autora usa folhas de jornal para colocar palavras nas unhas, mas como boa janeite a administradora do Dreaming of Jane Austen sugere usar Orgulho e Preconceito, eu usaria a carta do Capitão Wentwhorth e vocês alguma ideia? O vídeo está em italiano, mas percebe-se razoavelmente bem.

 

 

Comemorações do Bicentenário de Orgulho e Preconceito em 2013


Há alguns meses que a Raquel Sallaberry Brião e eu andamos a fazer o planeamento para a nossa parceria nas Comemorações do Bicentenário de "Orgulho e Preconceito" para 2013. Ando com borboletas na barriga com tanta ansiedade de começar esta nova aventura! 
A Raquel já anunciou no Jane Austen em Português que até ao final do ano iremos anunciar a programação completa e que, mais uma vez, iremos fazer a leitura comparada de "Orgulho e Preconceito" em duas traduções: uma brasileira e outra portuguesa. 
Como disse anteriormente, a maior dificuldade tem sido encontrar livros traduzidos de "Orgulho e Preconceito". Felizmente, esta busca do livro mostrou-se frutífera e estou a ter bons resultados. Assim, em breve irei anunciar qual será a tradução portuguesa que iremos adoptar.
Será uma grande alegria reler integralmente "Orgulho e Preconceito" e reviver todos os episódios que me fez apaixonar por Jane Austen desde a primeira frase.

 

O mundo maravilhoso das adaptações

crédito da imagem: cinema caloni

 

 

Talvez vocês não saibam, mas nesta imagem Keira Knightley estava a ler First Impressions, que como sabem é o título original de Orgulho e Preconceito, antes de Jane Austen ter reescrito parte do texto e enviado para publicação.

Esta é apenas uma curiosidade entre muitas que as adaptações das obras de Jane Austen têm, outras existem que possivelmente nem eu sei. Aqui no Jane Austen Portugal também vamos aprendendo com os nossos leitores, através dos seus comentários, mensagens via facebook e claro está email.

Contudo outra forma de interacção para leitores que vivem em Lisboa, Coimbra e Porto é o nosso Clube de Leitura. Já este mês o clube teve uma sessão em Lisboa onde discutiram Persuasão, eu não estive presente mas acredito que a carta de Capitão deve ter sido muito falada. Um clube de leitura é isso mesmo uma conversa agradavel e que nos traz mais umas ideias novas sobre aquilo que lemos, abrindo assim os nossos horizontes.

 

Mais uma vez o Jane Austen Portugal em parceria com as Livrarias Bertrand convida todos a estarem presentes no próximo dia 21 de Outubro no Dolce Vita do Porto para falar sobre as adaptações de Orgulho e Preconceito.

Para se inscreverem basta irem aqui: Clube de Leitura Bertrand

 

 

 

Os Bad Boys

Este mês, como sabem, o nosso tema são dois dos bad boys mais famosos das obras de Jane Austen, Henry Crawford e Willoughby. A verdade é que os Bad Boys têm um charme muito próprio. Eles podem não ter as melhores intenções, o seu objectivo de vida é seduzir o maior número de mulheres e nós muitas vezes sabemos que eles não nos querem apenas a nós, mas há qualquer coisa neles que os faz irresistíveis. Talvez seja a ideia romântica que os podemos mudar, talvez seja a ideia que oferecem mais emoção que os ditos bons rapazes. Seja como for quem é nunca se sentiu atraída por um deles? A verdade é que quando eles falam há ali qualquer coisa especial que nos faz sentir o coração a bater mais forte. Já algum tempo que acho que a música de Jace Everett - Bad Things uma especie de canção de um Bad Boy, agora parece-me a oportunidade perfeita para a colocar aqui.

 

Dois Meses, Um Tema (Setembro - Outubro 2012)

 

Durante dois meses iremos centrar a nossa análise em dois personagens masculinos: Crawford e Willoughby, procurar parecenças, vasculhar diferenças! Será o primeiro confronto de muitos mais entre os "bad boys" de Jane Austen.


Acompanhem-nos!

 

Contamos também com a vossa participação na próxima edição da Revista JAPT! O tema é o mesmo. Vejam aqui alguns tópicos para se inspirarem.


A independência de uma mulher - Colleen McCullough

Nunca tinha lido nada desta autora, apesar de conhecer e lembrar vagamente a história de 'Pássaros feridos', a obra por ela escrita e que deu origem a uma série com o mesmo nome nos anos oitenta do século passado. Sempre achei que não iria gostar da escrita dela, talvez por pensar que seria uma narrativa cansativa e desinteressante. É daquelas coisas... não se pode dizer que não se gosta até se provar!

 

"A independência de uma mulher", tal como diz na capa desta edição que li, 'retoma um dos grandes clássicos de sempre, Orgulho e Preconceito, de Jane Austen'. Retoma que é como quem diz; afinal retomou a história mas passados quase vinte anos e muita, muita coisa aconteceu entretanto. No entanto, esta obra pretende dar a conhecer ao leitor um dos possíveis futuros de Mary Bennet, a patinho-feio da família Bennet, a mocinha insuportavelmente metida a erudita que todos pareciam abominar e cujo destino, diz-nos Colleen McCullough, foi o de cuidar sozinha da mãe até à morte desta. Ou seja foram mais dezassete anos de reclusão numa casa apenas rodeada por livros e pela sua própria solidão. Ora, isso parece tê-la mudado pois, assim que a mãe falece tranquilamente (aquilo dos nervos afinal deu-lhe uma morte santa...), Mary Bennet é-nos mostrada como uma mulher intensamente mudada, com uma personalidade forte e, (prepararem-se...) linda! Tão linda que é comparada à irmã Elizabeth! No entanto, lá para o fim do livro ainda é caracterizada pelo seu amado (sim, ela vai ter essa sorte...) como tendo 'uma propensão natural para o desastre'. E a verdade é que ela meteu-se em cada uma!

 

O que mais me surpreendeu neste livro foi encontrar alguns dos meus queridos personagens de Orgulho e Preconceito completamente transfigurados, não tanto ao nível físico (claro que envelheceram!) mas com uma vida que nunca imaginaríamos depois de terminar de ler a obra de Jane Austen. Alguns exemplos são os que transcrevo a seguir, aos quais nem vou fazer comentários, mas que por si sós bastam para se fazer uma pequena ideia daquilo que é o livro:

 

"Com um franzir de cenho, Darcy levantou-se e ficou por um momento com os olhos vítreos presos nas fileiras de registos parlamentares encadrenados a pele. Finalmente, a velha abantesma estava morta. Por maior que fosse o amor, ou por mais atormentadora a necessidade de consumar esse amor, pensou, era vil ter de casar abaixo do seu nível. E ainda por cima não valera o esforço. A minha bela e régia Elizabeth é tão execrável como a irmã Mary. Tenho um rapaz frágil e efeminado e quatro malfadadas raparigas. Um ponto para si, senhora Bennet! Que o diabo a carregue a si e às suas gloriosas filhas pois o preço que paguei foi demasiado alto!"

 

"- É claro que as tuas críticas à minha pessoa não são um fenómeno novo, sei bem disso. Ao início, há vinte anos, adoravas chamar-me de... presumido, arrogante, orgulhoso e incorrecto. Os meus parabéns por teres encontrado um novo conjunto de epítetos. Mas isso não me atinge...Não gosto dos humores  e das lágrimas femininas. O nosso casamento não assenta numa rocha, minha senhora, desloca-se sobre areias movediças. Uma base criada por ti. Não me obedeces, embora isso faça parte dos teus votos matrimoniais. Falta-te o temperamento adequado, e a tua linguagem raia a indecência. E o que é pior, a tua conduta tem vindo a agravar-se rapidamente. Já não tenho a certeza de que sejas capaz de te comportar de forma mais decente do que a tua irmã Lydia" - palavras de um Darcy cinquentão para uma Lizzie quarentona.

  

(Que tal isto para desvalorizar a imagem de galã de Fitzwilliam Darcy??!!)

 

Eu não resisto. São spoilers, claro. Mas não consigo resistir ao facto de contar que a relação entre Darcy e Charles Bingley é a certa altura caracterizada pela autora como uma relação quase homossexual ou que Bingley tem uma amante na jamaica com quem tem já vários filhos, além da dúzia que tem com Jane; ou que Mary, logo no início da história, em conversa com uma abismada Lizzie, sugere que Charles coloque uma rolha no dito cujo de forma a deixar de engravidar constantemente a esposa Jane.

 

E mais não digo, senão estrago a surpresa a quem quiser ler! Desengane-se, no entanto, quem espera uma história de amor bem ao jeito austeniano. Há histórias de amor mas são abordadas quase fugazmente. O resto é tudo uma grande aventura, com bandidos, assassínios e viagens pelo interior de Inglaterra. Para um bom admirador de Orgulho e Preconceito e para que este não fique muito desapontado, conto um pequeno segredo:...all ends well! Very well! 

 

 

Gostava ainda de destacar a edição que li, cuja figura coloco acima, retirada do site da Fnac. Trata-se de uma edição de bolso recente da Bertrand. Normalmente não compro edições de bolso porque o seu manuseamento é muito difícil e acaba por prejudicar a leitura e o interesse na história. Todavia, esta agradou-me bastante. Primeiro, porque a capa é bonita e quase nos confunde pois não parece um livro de bolso; depois, ter o livro nas mãos é agradável, não só pela suavidade do papel mas também pelo bom manuseamento que nos proporciona e que nos incentiva a continuar a leitura. Mesmo quando as páginas começam a pesar na mão esquerda, a leitura não fica dificultada e garanto que o livro que li encontra-se como se estivesse novo, sem aquelas rugas inestéticas que os outros livros de bolso apresentam quando acabámos a leitura e de tanto que forçamos a sua abertura.

 

Quanto à tradução do texto para português, encontrei algumas gralhas. Contudo, não devem ser gralhas a sério. Eu é que tenho de me actualizar nisto do Novo Acordo Ortográfico. Creio que observei mais 'erros' não na correcta escrita das palavras mas mais em termos de formação e pontuação de frases, de sintaxe.

 

But... Nota dez!... Aconselho, sem dúvida!

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