Shortstory 2 - Parte 32
Na realidade, Emma não tinha conseguido falar calmamente com Wentworth depois do baile. Mas tendo em conta a sua maneira animada de falar, e um brilho nos olhos que já não via há muito tempo no seu amigo, a “casamenteira” Emma ficara a pensar que o seu plano tinha sido bem-sucedido. Anne, sempre calma e comedida, depois do seu pequeno encontro com o seu amado, tagarelara pela noite fora com as suas novas amigas. Tudo indicava para um compromisso entre os dois.
No entanto, parecia que tudo não passara de uma ilusão. Anne afinal não se havia rebelado como dera a entender, continuava de rédea curta em relação a seu pai e sempre a seguir a sua opinião.
No final desse dia, logo que se encontrou sozinha nos seus aposentos, pegou em papel e na sua pena e começou a escrever uma longa carta a Frederick Wentworth. Não foi totalmente directa sobre o real motivo da sua carta, mas Emma tinha um jeito especial para conseguir as informações que ambicionava sem ser inteiramente explícita. E escreveu até muito depois de toda as pessoas que habitavam naquela casa se erem retirado.
*
A manhã surgiu resplandecente, como há muito não se via. Os residentes de Pemberley acordaram como uma disposição renovada, depois de dias de chuva intensa e desanimadora. O dia previa algo de muito bom.
Mas os moradores não estavam à espera do que se passaria a seguir. Mrs Portman, uma das governantas dos Darcy, entrou esbaforida pela porta de entrada sem conseguir pronunciar uma única palavra.
Não foi preciso esperar muito tempo para se perceber o que tinha acontecido: Anne Elliot surgira na luz com uma mala de mão, vestido rasgado e quase a desfalecer.