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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Lydia Bennet: a mudança por amor

Imagem retirada daqui

Lydia Bennet. É difícil encontrar, ou até imaginar, como teria sido o futuro da mais estouvada das irmãs Bennet. Ela que conseguiu casar com o seu príncipe encantado; ela que consegue ser tão cega ao ponto de não perceber o desagrado dele por se ver irremediavelmente preso a ela. Como esposa de um oficial que lhe preparou o futuro?

 

Sabemos que Fitzwilliam Darcy providenciou para que tivessem uma vida economicamente estável. No entanto, quanto tempo terá durado tão estranho enlace? Quanto tempo até George Wickham se perder por outra mulher ou por esquemas dúbios? E o mesmo se aplica para o lado oposto. Quanto tempo até Lydia perceber o desinteresse e desagrado do marido por ela e se lançar noutras aventuras tresloucadas?

 

Eu sei que estou a pensar como uma mulher do século XXI. Naquela época, as mulheres depois de casarem, 'morriam para o mundo' e, salvo raras excepções, ficavam com o marido até à morte. Então atrevo-me a dizer que Lydia terá sido uma dessas raras excepções. Uma estouvada com um pé no século XXI!

 

No entanto, e como sou uma rapariga romântica, uma Jane Bennet que vê sempre o melhor nas pessoas, gosto de imaginar que Lydia muda, que o seu amor por Wickham se torna mesmo genuíno e merecedor da admiração dele. E que também ele muda um pouco, que passa a ver Lydia com outros olhos e que chega mesmo a amá-la. Tudo pode acontecer. Se Jane Austen não nos presenteou com estas informações, a nossa mente austeniana não se importa de o fazer... livremente.

Mary Bennet: o futuro do patinho feio

Não sei porquê mas sempre que penso em Mary Bennet e no que teria sido o seu futuro, não consigo deixar de pensar em Jane Eyre. A história das duas, naquilo que conhecemos de ambas as obras (Orgulho e Preconceito de Jane Austen e Jane Eyre de Charlotte Bronte), nada tem em comum. No entanto, penso que me apraz imaginar que Mary teria tido, depois dos destinos das irmãs, um percurso semelhante ao de Jane Eyre. Sem as tiradas ridículas! 

Imagem retirada daqui

 

Imagino-a a sair de casa dos seus pais, convicta da sua fealdade e acreditando que nunca encontrará um marido, e a começar a trabalhar como perceptora em alguma grande casa. Muito especialmente, imagino que nessa grande casa exista um taciturno e misterioso Mr Rochester que desperte para a beleza escondida de Mary e que a leve finalmente a apaixonar-se e a sentir que nem só de livros e inteligência se pode viver.

 

Comprei recentemente o livro "A independência de uma mulher" da Colleen McCullough, autora de "Pássaros feridos", que retrata um possível percurso para Mary Bennet. Ainda não o li mas pelo que pude perceber do resumo da história e por algumas pequenas partes que fui lendo, Mary terá direito aos seus minutos de fama e será abençoada, não só com uma história de amor, mas também com uma reviravolta na sua personalidade, que a tornará numa heroína, protagonista da sua história e uma mulher forte, interessante e que procura alcançar os seus objectivos.

Imagem retirada da página da Fnac Portugal

O livro encontra-se à venda em Portugal, traduzido, por duas ou três editoras. A edição que adquiri, encontrei-a na Fnac (9 euros) sob a forma de livro de bolso mas com uma estética atractiva. Transcrevo o resumo da contracapa e deixo a promessa de comentar aqui o livro quando o ler.

 

"Toda a gente conhece a história de Elizabeth Bennet, que se casou com o senhor Darcy em Orgulho e Preconceito. Mas o que aconteceu a Mary, a sua irmã do meio? Todas as irmãs Bennet conquistaram o seu destino: Jane tem um casamento feliz e uma grande família; Lizzie e o senhor Darcy ganharam uma extraordinária reputação social; Lydia conquistou uma reputação bem diferente; e Kitty é requisitada pelos salões mais luxuosos de Londres. Mary, por outro lado, é uma mulher transformada, agora independente de obrigações familiares. Inspirada pela prosa inflamada de Argos, do qual ninguém conhece a verdadeira identidade, Mary decide escrever um livro onde põe a nu os males do seu país e o drama dos pobres. Mas as suas viagens de pesquisa irão colocar em risco a sua própria vida - e acabarão por lançá-la nos braços do homem que a inspirou."