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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Shortstory - parte 12

2O jantar decorreu agradavelmente. Todos estavam ao mesmo tempo animados e pensativos: Lizzy pensava como ía contar a Darcy a possivel novidade para poder chamar o médico e tirar todas as duvidas, Emma pensava em Wentworth e em Anne, Wentwoorth pensava no que ainda sentia por Anne (sempre aquele amor no seu coração), Anne pensava como iria lutar pela sua felicidade e onde arranjaria força para enfrentar o seu pai e como convenceria Wentworth, Darcy pensava no olhar diferente que Lizzy tinha e no que poderia significar, Mr Knightley pensava quando Emma se decidiria a casar e se algum dia pensaria nele para tal, Elinor pensava na sua irmã e como a abordaria para fazer o pedido que lhe queria fazer e Edward pensava no seu irmão e no que pretenderia ele com a visita que lhe tinha anunciado. Precisamente por todos terem a cabeça ocupada com os seus segredos e problemas, todos se esforçavam por manter a conversa animada, para assim distrairem os outros para que não reparassem no seu alheamento.

 

Após o jantar as senhoras ficaram sozinhas durante algum tempo, mas depressa os seus companheiros de serão voltaram. Aí começaram a formar-se pequenos grupos e Anne e o Capitão juntaram-se a conversar. O olhar dele tentava ver algo nos olhos dela e ela sabia muito bem o que queira que eles lhe dissessem. Ele pareceu percebê-la e questionou se ela queria ir apanhar ar fesco até à varanda pois estava uma linda noite. Anne aceitou e quando estendeu a mão para ele a sua mão tremia descontroladamente. Wentworth sorriu-lhe com os olhos cheios de agua. Não tinha forças para vencer aquele amor, mas sabia que ela o iria fazer sofrer outra vez. Ela nunca teria a firmeza de caractér que ele apreciava e que achava essencial na companheira que escolhesse para a vida. Mas o seu coração não ficava indiferente a estas demonstrações de afecto por parte dela. Ele sabia que ela o amava... tinha a certeza disso sempre que estava perante ela e analisava aqueles olhos que aprendera a ler profundamente.

 

Lizzy sentia tonturas e calor. Nem se atrevia a levantar de onde estava. Darcy olhava-a de onde estava insistentemente.

- Lizzy querida vem para junto de nós. - disse Darcy

- Sim Lizzy vem-me ajudar por favor a convencer Mr Knightley que um grande amor não pode ser esquecido. - disse Emma sorrindo.

 

Lizzy tentou levantar mas mal elevou o corpo caiu. As tonturas e o calor estavam a deixá-la muito mal disposta e as pernas não se mantinham direitas e fortes para caminhar. Darcy desculpou-se e levou-a para o quarto. Deitou-a na cama e quando ela o olhou ele estava com as faces inundadas de lagrimas.

 

- O que se passa querido? - disse ela colocando a sua mão naquela face que ela tanto amava - Não é caso para tanto. é só uma indisposição. - Lizzy sorriu e resolveu brincar com a situação - Tens assim tanta pena de abandonar o jantar?

Mas ele não sorriu. Olhava-a com os olhos molhados e a boca cerrada. Levantou-se de repente e disse-lhe:

- Era o que querias não era? Deixar-me?

- Deixar-te? O que queres dizer com isso?- Lizzy sentou-se a custo na cama mas continuava muito indisposta e não conseguiu manter-se sentada.

Ele olhava-a com tristeza. Não acreditava que o amor dele não chegasse para ela ter vontade de viver. Edward fazia falta aos dois, era o bem mais precioso que eles tinham e ele sentia a sua falta todos os dias, mas por amor quer a ele quer a ela mantinha a sua vida. Edward seria sempre o seu filho e as saudades que tinha dele também doiam no seu coração.

- Finalmente conseguiste ficar doente para me deixares e ir para junto de Edward... Não foi o que disseste outro dia: que tinhas de estar com ele? Achas que eu não sinto também a falta dele todos os dias? Mas também sinto a tua... Pensei que me amasses mais, pensei que era o teu apoio como tu és o meu. Se não fosse por te ter perto de mim não teria aguentado a perda de Edward...

 

Era necessário acalmá-lo. Ele estava desesperado... e muito enganado. Lizzy esforçou-se por se levantar e caminhou até junto dele.

- Meu amor... não te quero deixar nem estou a tentar fazê-lo. Depois do que aconteceu com Edward, só por ti me mantive viva.

Respirou fundo e agarrando a cara dele para o obrigar a olhá-la nos olhos ela disse:

- Querido lembras-te da ultima vez que tive tonturas e más disposições frequentes? Lembras-te? 

O coração dele acelerou.

- Tens a certeza Lizzy? Isso é certo?

Era a vez dela de chorar e de aliviar o seu coração.

- Queria dizer-te primeiro para poder chamar o médico e tirar a duvida.

Darcy abraçou-a e ela sentiu-se tão segura... e sentiu que a vida voltou ao seu coração... não completamente porque iria haver sempre uma parte muito escura no seu coração, mas sentiu que algo renascia na sua vida.

 

Era urgente verem um medico.

   

Shortstory - parte 11

Elinor estava na sua sala sentada a olhar o jardim. Edward estava em negócios na cidade vizinha mas deveria estar a chegar e Ela gostava sempre de o avistar ao fundo da alameda. Iam jantar com Emma nessa noite. Não que Elinor e Emma fossem muito amigas mas Elinor sabia ver a bondade de Emma e reconhecê-la, mas considerava Emma um pouco inconsequente por vezes, além de se achar superior. Mas Edward necessitava destes contactos para a sua vida profissional, precisava de estar bem relacionado. Enfim, seria pelo menos uma noite agradavel.

 

Ao fundo da alameda começou a desenhar-se uma carruagem em direcção a sua casa. Quem seria áquela hora? Edward tinha saido a cavalo. Elinor deixou-se estar na sala a aguardar: poderia ser engano. Acontecia por vezes entrarem na sua propriedade. Edward insistia em ter sempre os portões abertos para que todos se sentissem bem vindos em sua casa. De repente ouviu grande algazarra no vestibulo. Levantou-se... escutou com atenção e pareceu-lhe distinguir as vozes de Catherine e Marianne. Ouviu passos a aproximar-se da porta e apareceram Marianne e Catherine. Elinor sorriu... Só mesmo aquelas duas para se porem a caminho e passar 3 horas na carruagem para a visitarem, sem avisar.

- Querida Elinor, tinha tantas saudades tuas! - Marianne abraçou-a com carinho. - Brandon e Thorpe chegarão mais tarde.

Catherine também a abraçou. Elinor estava feliz por ter ali a sua irmã e a sua amiga a também doce e romantica Catherine. talvez por isso ela e Marianne se dessem tão bem. Vizinhas desde o casamento de Marianne e sendo Brandon padrinho de baptismo de Thorpe logo travaram conhecimento e a amizade entre ambas cresceu dia após dia. Elinor gostava das visitas dela pois a conversa delas era sempre intensa e acesa e Elinor sempre tinha o tempo ocupado a colocar bom senso nas suas ideias.

 

De repente ouviu-se o barulho de um cavalo: era edward que regressava. Quando entrou na sala não disfarçou a sua surpresa. Lá ía por água abaixo o fim de tarde calmo que tinha imaginado com Elinor. Com aquelas duas na sala sossego não existiria.

 

Estava a chegar a hora de sairem para o jantar. Brandon e Thorpe já tinham chegado. Elinor deu as suas ordens na cozinha e lá se foi preparar para o jantar. No quarto com Edward falavam das visitas e não conseguiam deixar de rir do facto de aparecerem sem avisar. Com outras pessoas poderiam ficar chateados mas com estes era impossivel tal coisa. Daí foram para o assunto que mais os exasperava: a prometida visita do irmão de Edward e sua esposa Lucy. Era um grande sacrificio para Elinor estas visitas. Sempre com cerimonias, sempre formais e "tensos". Mas era o irmão de edward e tal tinha de acontecer. Elinor teve uma ideia: pedir a Marianne e a Catherine e aos seus maridos que permanecessem com eles com essas visitas. tinham onde alojar todos e seriam uma grande ajuda para receber essas formais visitas. sim... faria esse pedido à irmã. Edward não se opunha à ideia e para ela era uma grande ajuda.

 

Sairam felizes para o jantar. Na carruagem falaram de negócios e a viagem até Hartfield pareceu mais rápida que o costume.

 

Emma aguardava-os sorridente na porta e por trás estava Mr.Knightley. Elinor sempre que os via pensava: "Quanto tempo demorarão a assumir o que sentem um pelo outro?"