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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

1º Sessão do Clube de Leitura no Porto

 

 

 

 

Ontem tivemos a primeira sessão do clube de leitura Jane Austen, aqui no Porto.

A sessão começou com uma breve apresentação do nosso blogue e breve referência à vida e obra de Jane Austen. Após a apresentação das moderadoras e dos participantes do clube, a sessão teve inicio verdadeiramente.

 

Este mês o livro em discussão foi Sensibilidade e Bom Senso, o primeiro que Jane Austen publicou, embora não o primeiro que escreveu. A sessão teve a moderação da Cátia e da Marina.

A conversa fluiu de forma bastante agradável e ao longo da mesma foram levantados pontos interessantes e pertinentes. Como seria de esperar também acabamos por mencionar outras obras de Jane Austen, bem como as adaptações de Sensibilidade e Bom Senso.

Elinor, como não podia deixar de ser, foi muito elogiada pela sua forma de ser e pela forma como aguenta tudo de uma forma bastante heróica.

Marianne suscitou o mesmo consenso que parece persegui-la sempre: não passa de uma rapariga romântica e que exagera tudo, embora possa ser admirada pela sua frontalidade.

Uma das participantes considerou que Elinor era a verdadeira protagonista e a força motora do livro e que Marianne apenas servia para realça-la ainda mais.

 

Uma coisa em que concordamos, ainda antes da sessão começar e enquanto conversávamos, foi que Edward era um verdadeiro morcão como se diz aqui no Porto. Em termos mais literários, diríamos que a sua personagem é um tanto ou quanto insossa; se repararem ele apenas fala quando as Dashwood dizem que vão mudar para Barton, toda a sua caracterização é feita de forma indirecta. A verdade é que Edward apenas se decide a fazer alguma coisa por si mesmo, no fim, quando é destituído pela sua mãe da sua fortuna.

 

Lucy e a sua conversa com Elinor, onde revela um segredo tão grande a uma pessoa desconhecida, foi visto como uma forma de marcar território. A Lucy, é uma personagem que tem como o objectivo fazer carreira pelo casamento. Um bom pretexto para falarmos o quanto a mulher dependia do casamento e como este era quase a única carreira disponível. Lembramo-nos de Miss Bates, de Emma e do quanto a sua posição social era delicada e dependia dos outros, por ser solteira.

 

Willoughby apontado como o vilão de Sensibilidade e Bom Senso, acabou por merecer uma leitura de um pequeno trecho do livro, onde se explica todo o seu caracter. Willoughby não pode ser perdoado por aquilo que faz a Eliza, e aqui percebemos como socialmente a mulher parece ser sempre a vítima da sociedade. A perda da honra era algo muito grave naquela altura e este livro parece reflectir isso mesmo, Jane foi ousada ao escrever sobre tal assunto.

Apesar de terem sido apontados como vilões, Lucy e Willoughby são apenas interesseiros e se quisermos um vilão ou melhor uma vilã para este livro, a escolha iria para Fanny Dashwood, que realmente tenta prejudicar as suas cunhadas, o seu marido bem que podia ser melhor se não tivesse casado com ela.

 

O livro não estaria completo sem Mrs. Dashowod, Mrs Jennings, os Middletons, o Coronel Brandon, os Palmers e Margaret.

Mrs. Jennings foi apontada como uma quase segunda mãe para Elinor e Marianne. Mrs Dashwood uma mulher que sofre com a perda do marido e de estatuto e é um pouco negligente com as filhas.

O Coronel um personagem melancólico que sofre com o passado. Mr. Palmer um homem sarcástico, mas que até trata bem as Dashwood e a sua esposa sempre a dizer que ele é muito divertido. Margaret a irmã que parece não ter muita serventia na obra.

Por fim os Middletons, que acolhem a família dando-lhes uma casa para viver e lhe proporcionam muitos divertimentos.

Uma discussão sobre uma obra de Jane Austen nunca estaria completa sem a referência à actualidade da sua obra, ao seu sentido de humor, à ironia que utiliza e a forma como retrata a sociedade e as questões do casamento da importância do dinheiro.

 

Mais que estórias de amor, mais do que uma família que perde o seu estatuto, Sensibilidade e Bom Senso é sobretudo uma estória sobre mulheres. A mulher que busca a estabilidade através do casamento, Lucy Steele; a mulher que casou há pouco tempo e foi mãe recentemente, Mrs. Palmer; a mulher já casada e estabelecida, Lady Middleton; a mulher que já casou as suas filhas e tenta arranjar casamentos para as outras raparigas solteiras, Mrs. Jennings, a mulher que casou, mais ainda é dependente da mãe e não gosta da família do seu marido, Fanny Dashwood; a mulher que ainda não é mulher mas também não é criança, Margaret, a mulher viúva e as adversidades que enfrenta por causa dessa condição, Mrs Dashwood, e por fim as mulheres que procuram o amor e não apenas o casamento de conveniência, Elinor e Marianne.

 

Em meu nome e das minhas colegas do Porto, agradecemos a simpatia e disponibilidade dos funcionários da Betrand do Dolce Vita.

Mildred Pierce em DVD

 

 

 

Informamos os nossos leitores que a mini-série Mildred Pierce, protagonizada pela Kate Winslet, já se encontra à venda nos sítios do costume, pela módica quantia de 19,99€.

 

Sipnose:

Ter tudo vai custar-lhe tudo o que tem. Mas para Mildred Pierce (Kate Winslet, vencedora de Óscar), o sucesso valeu o preço a pagar. Como mãe solteira na era da Depressão em Los Angeles, Mildred está determinada a cumprir os caprichos da sua filha mais velha Veda (Evan Rachel Wood), ultrapassando pelo caminho expectativas comuns da sociedade e traições de amantes. Nesta aclamada minissérie em 5 partes, o cineasta nomeado para Óscar Todd Haynes, transforma o romance original de James M. Cain num evento cinematográfico épico.

 

 

Foto e sipnose: Wook