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2O jantar decorreu agradavelmente. Todos estavam ao mesmo tempo animados e pensativos: Lizzy pensava como ía contar a Darcy a possivel novidade para poder chamar o médico e tirar todas as duvidas, Emma pensava em Wentworth e em Anne, Wentwoorth pensava no que ainda sentia por Anne (sempre aquele amor no seu coração), Anne pensava como iria lutar pela sua felicidade e onde arranjaria força para enfrentar o seu pai e como convenceria Wentworth, Darcy pensava no olhar diferente que Lizzy tinha e no que poderia significar, Mr Knightley pensava quando Emma se decidiria a casar e se algum dia pensaria nele para tal, Elinor pensava na sua irmã e como a abordaria para fazer o pedido que lhe queria fazer e Edward pensava no seu irmão e no que pretenderia ele com a visita que lhe tinha anunciado. Precisamente por todos terem a cabeça ocupada com os seus segredos e problemas, todos se esforçavam por manter a conversa animada, para assim distrairem os outros para que não reparassem no seu alheamento.
Após o jantar as senhoras ficaram sozinhas durante algum tempo, mas depressa os seus companheiros de serão voltaram. Aí começaram a formar-se pequenos grupos e Anne e o Capitão juntaram-se a conversar. O olhar dele tentava ver algo nos olhos dela e ela sabia muito bem o que queira que eles lhe dissessem. Ele pareceu percebê-la e questionou se ela queria ir apanhar ar fesco até à varanda pois estava uma linda noite. Anne aceitou e quando estendeu a mão para ele a sua mão tremia descontroladamente. Wentworth sorriu-lhe com os olhos cheios de agua. Não tinha forças para vencer aquele amor, mas sabia que ela o iria fazer sofrer outra vez. Ela nunca teria a firmeza de caractér que ele apreciava e que achava essencial na companheira que escolhesse para a vida. Mas o seu coração não ficava indiferente a estas demonstrações de afecto por parte dela. Ele sabia que ela o amava... tinha a certeza disso sempre que estava perante ela e analisava aqueles olhos que aprendera a ler profundamente.
Lizzy sentia tonturas e calor. Nem se atrevia a levantar de onde estava. Darcy olhava-a de onde estava insistentemente.
- Lizzy querida vem para junto de nós. - disse Darcy
- Sim Lizzy vem-me ajudar por favor a convencer Mr Knightley que um grande amor não pode ser esquecido. - disse Emma sorrindo.
Lizzy tentou levantar mas mal elevou o corpo caiu. As tonturas e o calor estavam a deixá-la muito mal disposta e as pernas não se mantinham direitas e fortes para caminhar. Darcy desculpou-se e levou-a para o quarto. Deitou-a na cama e quando ela o olhou ele estava com as faces inundadas de lagrimas.
- O que se passa querido? - disse ela colocando a sua mão naquela face que ela tanto amava - Não é caso para tanto. é só uma indisposição. - Lizzy sorriu e resolveu brincar com a situação - Tens assim tanta pena de abandonar o jantar?
Mas ele não sorriu. Olhava-a com os olhos molhados e a boca cerrada. Levantou-se de repente e disse-lhe:
- Era o que querias não era? Deixar-me?
- Deixar-te? O que queres dizer com isso?- Lizzy sentou-se a custo na cama mas continuava muito indisposta e não conseguiu manter-se sentada.
Ele olhava-a com tristeza. Não acreditava que o amor dele não chegasse para ela ter vontade de viver. Edward fazia falta aos dois, era o bem mais precioso que eles tinham e ele sentia a sua falta todos os dias, mas por amor quer a ele quer a ela mantinha a sua vida. Edward seria sempre o seu filho e as saudades que tinha dele também doiam no seu coração.
- Finalmente conseguiste ficar doente para me deixares e ir para junto de Edward... Não foi o que disseste outro dia: que tinhas de estar com ele? Achas que eu não sinto também a falta dele todos os dias? Mas também sinto a tua... Pensei que me amasses mais, pensei que era o teu apoio como tu és o meu. Se não fosse por te ter perto de mim não teria aguentado a perda de Edward...
Era necessário acalmá-lo. Ele estava desesperado... e muito enganado. Lizzy esforçou-se por se levantar e caminhou até junto dele.
- Meu amor... não te quero deixar nem estou a tentar fazê-lo. Depois do que aconteceu com Edward, só por ti me mantive viva.
Respirou fundo e agarrando a cara dele para o obrigar a olhá-la nos olhos ela disse:
- Querido lembras-te da ultima vez que tive tonturas e más disposições frequentes? Lembras-te?
O coração dele acelerou.
- Tens a certeza Lizzy? Isso é certo?
Era a vez dela de chorar e de aliviar o seu coração.
- Queria dizer-te primeiro para poder chamar o médico e tirar a duvida.
Darcy abraçou-a e ela sentiu-se tão segura... e sentiu que a vida voltou ao seu coração... não completamente porque iria haver sempre uma parte muito escura no seu coração, mas sentiu que algo renascia na sua vida.
Era urgente verem um medico.
Elinor estava na sua sala sentada a olhar o jardim. Edward estava em negócios na cidade vizinha mas deveria estar a chegar e Ela gostava sempre de o avistar ao fundo da alameda. Iam jantar com Emma nessa noite. Não que Elinor e Emma fossem muito amigas mas Elinor sabia ver a bondade de Emma e reconhecê-la, mas considerava Emma um pouco inconsequente por vezes, além de se achar superior. Mas Edward necessitava destes contactos para a sua vida profissional, precisava de estar bem relacionado. Enfim, seria pelo menos uma noite agradavel.
Ao fundo da alameda começou a desenhar-se uma carruagem em direcção a sua casa. Quem seria áquela hora? Edward tinha saido a cavalo. Elinor deixou-se estar na sala a aguardar: poderia ser engano. Acontecia por vezes entrarem na sua propriedade. Edward insistia em ter sempre os portões abertos para que todos se sentissem bem vindos em sua casa. De repente ouviu grande algazarra no vestibulo. Levantou-se... escutou com atenção e pareceu-lhe distinguir as vozes de Catherine e Marianne. Ouviu passos a aproximar-se da porta e apareceram Marianne e Catherine. Elinor sorriu... Só mesmo aquelas duas para se porem a caminho e passar 3 horas na carruagem para a visitarem, sem avisar.
- Querida Elinor, tinha tantas saudades tuas! - Marianne abraçou-a com carinho. - Brandon e Thorpe chegarão mais tarde.
Catherine também a abraçou. Elinor estava feliz por ter ali a sua irmã e a sua amiga a também doce e romantica Catherine. talvez por isso ela e Marianne se dessem tão bem. Vizinhas desde o casamento de Marianne e sendo Brandon padrinho de baptismo de Thorpe logo travaram conhecimento e a amizade entre ambas cresceu dia após dia. Elinor gostava das visitas dela pois a conversa delas era sempre intensa e acesa e Elinor sempre tinha o tempo ocupado a colocar bom senso nas suas ideias.
De repente ouviu-se o barulho de um cavalo: era edward que regressava. Quando entrou na sala não disfarçou a sua surpresa. Lá ía por água abaixo o fim de tarde calmo que tinha imaginado com Elinor. Com aquelas duas na sala sossego não existiria.
Estava a chegar a hora de sairem para o jantar. Brandon e Thorpe já tinham chegado. Elinor deu as suas ordens na cozinha e lá se foi preparar para o jantar. No quarto com Edward falavam das visitas e não conseguiam deixar de rir do facto de aparecerem sem avisar. Com outras pessoas poderiam ficar chateados mas com estes era impossivel tal coisa. Daí foram para o assunto que mais os exasperava: a prometida visita do irmão de Edward e sua esposa Lucy. Era um grande sacrificio para Elinor estas visitas. Sempre com cerimonias, sempre formais e "tensos". Mas era o irmão de edward e tal tinha de acontecer. Elinor teve uma ideia: pedir a Marianne e a Catherine e aos seus maridos que permanecessem com eles com essas visitas. tinham onde alojar todos e seriam uma grande ajuda para receber essas formais visitas. sim... faria esse pedido à irmã. Edward não se opunha à ideia e para ela era uma grande ajuda.
Sairam felizes para o jantar. Na carruagem falaram de negócios e a viagem até Hartfield pareceu mais rápida que o costume.
Emma aguardava-os sorridente na porta e por trás estava Mr.Knightley. Elinor sempre que os via pensava: "Quanto tempo demorarão a assumir o que sentem um pelo outro?"
Da mesma forma que o Capitão Wentworth olhou Anne e achou que ela estava diferente, também Darcy percebeu nos olhos da sua Lizzy que algo nela estava mudado. Algo mudara no olhar dela e ele não achava que fosse para pior mas também não via naqueles olhos o brilho pelo qual se apaixonara e que o desaparecimento de Edward tinha roubado. Abordou-a:
- Como estás minha querida? Foi agradavel a visita?
Nesta altura Emma, com a sua habitual solicitude, sorriu e disse:
- A visita acabou por se revelar um encontro entre Mães... Realmente quando se encontram nada as demove de falarem nos seus rebentos.
Emma tinha colocado um tom carinhoso na forma como tinha dito estas frase, que transparecia conhecimento do que tinha acontecido com Edward e "algo mais". Darcy estremeceu ao ouvir isto... Lizzy tinha assumido que era Mãe...
- Hoje à noite iremos ter visitas para jantar. Uma grande amiga minha, Mrs Elinor Ferrars e seu marido. Vai ser um agradavel serão... - acrescentou Emma.
Lizzy mantinha-se junto de Anne de cabeça erguida e olhar perdido no horizonte... A suspeita de gravidez que Mrs Weston tinha levantado estava agora a fazer eco na sua cabeça. Tinha contado a Anne e a Emma, muito superficialmente, acerca do desaparecimento do seu querido filho, mas não tinha tocado na suspeita de gravidez. Realemente quando comentara com elas as suas indisposições não pensara nessa hipotese. Mas agora que estava a pensar seriamente no assunto tinha de admitir que era provavel. Darcy acercara-se dela novamente e olhava-a com ansiedade.
- Bem... - disse Lizzy colocando a sua mão sobre a de Darcy e olhando todos com um sorriso - se não se importam vou subir um pouco para o quarto. Esta caminhada fatigou-me um pouco.
De facto, começava a sentir tonturas, embora nem soubesse bem se eram do calor e da caminhada ou de estar com a sua cabeça a mil à hora com a possibilidade de estar gravida novamente.
Ao chegar ao quarto olhou-se ao espelho. Realmente estava com a cara mais inchada... e colocou a mão na sua barriga. Ao ver a barriga ao espelho reparou que estava saliente. Meu Deus! seria tudo da sua imaginação?
Anne ficou sentada no exterior. Emma tinha-lhe falado no Capitão com tanto carinho. Como podia sequer pensar em casar com Mr Elliot? Que lhe importava o que o Pai e a irmã poderiam perder? Era a sua felicidade que estava em jogo... Sentia que tinha acordado. Que a verdadeira Anne tinha estado adormecida e que agora acordara. Nunca se devia ter deixado convencer daquela forma, mais uma vez.
A série Downton Abbey veio levantar a ponta do véu sobre a forma como viviam os criados no inicio do século vinte, dando-nos a conhecer os seus dramas e as suas próprias lutas. Esta não foi a primeira série a fazer isso. Contudo, na maioria dos livros clássicos que lemos os criados tem apenas um efeito decorativo, não dando qualquer contributo para o avanço da narrativa.
Na obra de Jane Austen encontramos algumas referencias a estes seres invisíveis, como em Orgulho e Preconceito, aquando da visita do Mr. Collins em que ele quer cumprimentar a prima que cozinhou e Mrs. Bennet mostra-se algo ofendida ao responder que têm dinheiro para manter uma cozinheira. Mas já pensaram quantos criados podia uma família como os Bennet ter? Ou mesmo Lizzy após o casamento com Darcy?
Se já pensaram nisso, vejam este texto que encontrei referenciado no blog Jane Austen Today e que mostra quantos criados tinha uma casa de acordo com o rendimento que auferiam anualmente. O texto explica ainda a complicada hierarquia a que os criados estavam sujeitos. Podem ler aqui
Na segunda sessão do Clube de Leitura Jane Austen, uma parceria entre o nosso blogue e as Livrarias Bertrand, vamos discutir o livro mais conhecido de Jane Austen, falo claro de Orgulho e Preconceito.
Relembramos a todos as datas:
Lisboa - 1 de Abril
Coimbra - 22 de Abril
Porto - 29 de Abril
Já imaginaram um mash-up entre Orgulho e Preconceito e Harry Potter? Então vejam este vídeo feito com imagens dos vários filmes e o som do trailer da adaptação de 2005.
O resto do serão foi passado de forma agradável para quase todos. Emma, não cabia em si de contente com a visita dos seus novos amigos e com a feliz ocasião de esta coincidir com o regresso de Mr. Knightley. Anne, por seu lado, lutava contra o receio e a angústia que tal convívio, em parte, lhe iria trazer. O seu pai, tal como previra, ficara radiante com o convite de Miss Woodhouse. Só lamentou que tal atenção não tivesse sido antes dada à sua outra filha que tinha melhor figura que Anne. A beleza desta, segundo ele, não combinava com o requinte de Miss Woodhouse. Lizzie, estava mais tranquila depois de Mr. Darcy ter aceite de imediato o convite que Emma tão entusiasticamente lhe dirigira. Tal como a sua mulher, achava que uma nova companhia e mais uns dias fora de Pemberley a iria beneficiar. No fim, trocaram-se cartões de visita e confirmou-se o dia da chegada a Hartfield, embora Emma só partisse na semana seguinte.
O dia amanheceu soalheiro, mas Lizzie não se sentia bem e atribuiu a sua indisposição aos excessos da noite anterior. Olhou pela janela e decidiu que um passeio a recomporia. Darcy, vendo-a assim, dispôs-se imediatamente a acompanhá-la, pois não gostava de a deixar sozinha. Estavam a passar na artéria principal de Bath, quando encontraram Anne. Convidaram-na de imediato para os acompanhar, o que ela prontamente aceitou. A conversa do pequeno grupo desenrolou-se de forma agradável. De facto, Darcy achava que Miss Anne era um boa companhia para a sua mulher. A sensatez e a calma de Anne inspiravam grande confiança. De tal forma assim era que este a convidou para os acompanhar na viagem até Hartfield. Anne, aceitou e logo de imediato o desconforto e a tristeza tomaram conta de si. Todavia, fez um esforço para que os seus novos amigos nada notassem.
Chegou o dia da partida para Hartfield e, tal como haviam combinado, Anne companhou Mr. e Mrs Darcy. Não podiam ter melhor companhia. Lizzie sentia-se muito bem junto de Anne e isso confortava Darcy. Por seu lado, Anne apreciava muito o espírito de Lizzie, que embora estivesse agora parcialmente quebrado, algo que Anne desconhecia, mantinha ainda alguma vivacidade de outrora.
Emma, recebeu os seus amigos com grande alegria. Apresentou-os imediatamente a Mr. Knightley que regressara com dois dias de antecedência para sua grande surpresa. Depois de instalados os convidados, juntaram-se todos no jardim enquanto aguardavam que o jantar fosse servido. Anne, ficou surpresa ao notar que o capitão Wentworth já estava em Hartfield. Tentou agir de forma tranquila quando o encontrou na sala que antecedia o jardim, evitando, com algum esforço, deixar transparecer o seu nervosismo.
- Miss Elliot - cumprimentou o capitão Wentworth de forma demasiado formal - espero que a sua viagem tenho corrido bem - acrescentou com alguma frieza.
Anne respondeu ao cumprimento e acrescentou:
- Sim, muito obrigada.
Viu-se, contudo, na obrigação de acrescentar algo mais, uma vez que Wentworth continuava a fitá-la.
- Mr. e Mrs Darcy são uma excelente companhia. - disse - Tive muito gosto em acompanhá-los. E como correu a sua viagem?
- Correu muito bem, obrigada. Vim de Londres, pois recebi uma carta inesperada que me obrigou a deixar Bath de imediato e ir para a capital. Tal como Miss Elliot, fui afortunado com a excelente companhia do meu bom amigo, Mr. Knightley.
Anne, ficou surpresa com os detalhes que ele agora lhe apresentava. Tinha saudades das conversas tão ricas e agradáveis que costumavam ter antes da sua separação. Continuaram a conversar mais um pouco, até que foram interrompidos por Emma que anunciava que o jantar ia ser servido.
No dia seguinte, os cavalheiros acompanharam Mr. Knightley até à sua propriedade, enquanto as senhoras se dirigiram à residência de Mrs Weston. Emma estava ansiosa por apresentar os seus novos amigos à sua boa amiga. Mrs Weston recebeu esta comitiva com o entusiasmo sóbrio que a caracterizava. Ficou feliz por Emma ter encontrado tão boa companhia em Bath. Vira que as suas cores tinham melhorado e soubera que Mr. Woodhouse também tinha beneficiado com os ares da estância, pois segundo lhe contara a sua amiga por carta, já não se queixava tanto das correntes de ar e sentia-se mais disposto a dar um passeio depois do almoço. Eram boas notícias, de facto.
Mrs Weston notou de imediato a tristeza no olhar de Lizzie quando a pequena Susan, que contava agora com 8 meses, foi trazida à sala para ser apresentada. Lizzie, vendo-a, pediu imediatamente para lhe pegar ao colo, o que Mrs Weston carinhosamente condescendeu. As duas iniciaram então uma conversa sobre a criança e sobre as virtudes de ser mãe. Neste momento, tanto Emma como Anne sentiram que deviam deixar as duas senhoras a conversar e a primeira desculpou-se dizendo que iria mostrar a maravilhosa estufa de Mr. Weston a Anne. Ansiava, no fundo, ficar a sós com ela para lhe falar do capitão Wentworth e perceber a sua reacção. No interior da casa, a conversa decorria de forma fluida entre as duas senhoras. Lizzie, contra todas as suas expectativas, conversava abertamente com Mrs Weston sobre a alegria de ser mãe. Sentia, sem conseguir perceber como ou porquê, que podia confiar em Mrs Weston e mencionou a tragédia com o seu pequeno Edward, fazendo um esforço para controlar as lágrimas. Esta ouvia-a com atenção, compreensão e carinho. Deu-lhe conselhos para ela poder ultrapassar este momento difícil e fê-la ver que a culpa não tinha sido sua; que o que lhe acontecera, era passível de acontecer a qualquer mãe. Por muito cuidado que se tivesse, uma criança travessa arranja sempre forma de fugir ou iludir os adultos e que para uma desgraça acontecer, eram precisos apenas alguns instantes. Por fim, disse-lhe que ela estava tão mergulhada na sua dor que não vira que tinha sido novamente abençoada.
- Minha querida, certamente que notou alguma coisa. Uma mulher sabe quando traz vida dentro de si. Minha querida Mrs Darcy - acrescentou carinhosamente Mrs Weston pegando-lhe nas mãos - não notou mesmo nada? O seu rosto diz tudo.
- Mas... quer dizer... não... - balbuciou Lizzie de forma atrapalhada e confusa.
De facto, não associara as indisposições a nada mais do que ao cansaço das sucessivas viagens que fizera nos últimos dois meses e ao desgosto que carregava.
Enquanto isso, na estufa, Emma iniciava a sua abordagem aos atributos do capitão Wentworth, mencionando que Mr. Knightley o tinha em grande conta e estima, pois era um verdadeiro cavalheiro. Anne ficou ainda a saber que, para além de Mr. Knightley, Wentworth conhecia também Mr. Simmons, um vizinho solteirão e sem família que tinha falecido havia seis meses e que tinha uma grande propriedade nos arredores de Highbury.
- Miss Elliot, tenho a certeza de que o capitão Wentworth aprecia muito a sua companhia. Ouvi-o mencionar isso a Mr. Knightley, ontem, ao serão. Tenho a certeza de que vai gostar de passar estes dias em nossa companhia. Fico muito feliz por tê-la em Hartfield. Aaah!... - suspirou de Emma de alegria - está um tempo maravilhoso... creio que amanhã será um dia excelente para fazermos um piquenique. O que acha?
- Sim, parece-me uma excelente ideia, Miss Woodhouse. - concordou Anne.
- Óptimo! Informarei os cavalheiros assim que regressem do seu passeio. - disse Emma - O capitão Wentworth gosta muito de passear e de fazer piqueniques. Creio que é o seu espírito de marinheiro que o puxa para o exterior. É uma excelente companhia, o capitão.
Anne concordou, mas nada mais adiantou, deixando a sua anfitriã ainda mais decidida em fazer este casamento. Tinha a certeza de que eram feitos um para o outro. O único obstáculo chamava-se Mr. Elliot. Mas a sua determinação não se deixou abalar.
A visita terminou e as senhoras regressaram a Hartfield, onde encontraram os cavalheiros a conversar animadamente no jardim. Wentworth, olhou para Anne e verificou que esta lhe devolveu o olhar.
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