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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Mr. Bingley e suas irmãs

Acho Mr Bingley o "homem doce" da história. Sempre disposto a aceitar as diferenças de todos, sempre com um sorriso na cara... Jane Austen apresenta-o como uma boa pessoa, que atura todas as esquisitices e "manias" de superioridade das suas irmãs e do seu amigo. Considero-o, contudo, demasiado passivo... pouco energico na batalha das suas convicções. Eu gostava que ele tivesse resolvido mais cedo a sua questão com Jane, que tivesse lutado pela mulher que amava... aquele abandono de Netherfield repentino e apenas porque as suas irmãs e amigo o tinham "convencido" da falta de sentimentos por parte da sua amada demonstra insegurança, agravada, considero eu, por um "espirito bondoso" que apenas vê o "lado bom" das coisas. Acima de tudo acho que ele era credulo em relação à amizade do seu amigo e ao amor das suas irmãs, não tendo em conta nesta equação o preconceito... um sentimento tão forte nas suas irmãs e no seu amigo.

 

Mr Bingley vivia a sua vida despreocupado, sem ver maldade e aceitando todos como são... mesmo as inconveniencias eram, não desculpadas, mas ignoradas por ele. Sabia reconhecer uma inconveniencia mas não lhe dava importancia, não eram essas inconveniencias que condicionavam a sua relação com os outros, nomeadamente a sua relação com os Bennet. Já as suas irmãs consideravam-se superiores a todos, poucos eram considerados seus iguais, poucos eram dignos da sua confiança e merecedores de um sorriso. Aliás são três irmãos em que a diferença se faz pelo sexo: o homem despreocupado e de coração "mole, as irmãs altivas e preconceituosas.

 

Bingley não é um personagem que nos cative pela sua energia na história: ele deixa-se conduzir. Mesmo quando assume a sua paixão por Jane e faz o tão esperado pedido, fá-lo porque o seu amigo lhe dá um "empurrão" para ele assumir o que há muito ele queria fazer... Mas consegue ser coerente na forma como trata todos: sempre com simpatia e bondade, mesmo em situações mais inconvenientes ele consegue sorrir e tolera a forma de ser dos outros, como quando tolerou o que Darcy lhe diz quando ele o incentiva a dançar com Lizzy, ou os "exibicionismos" de Mary.