Mr.Bennet
Há um assunto, no âmbito do tema deste mês, que eu não podia deixar de comentar.
A relação de Mr. Bennet com a família é, no mínimo, interessante.
A sua filha favorita é, sem dúvida, Elizabeth. Depois, acredito, Jane.
Correndo o risco de irritar alguns fãs do chefe da família, não posso considerar Mr. Bennet um bom pai, pois, sabendo a personalidade da esposa, não se impôs na educação das filhas.
Reconheço-lhe como qualidade nunca culpar a esposa ou negligenciar as filhas pelo facto de não ter um filho (para perceber esta questão ver o post de 5/11/11 que explica a questão da herança de Longbourn de forma excelente).
Já pensei se a afinidade pelas filhas mais velhas não estará relacionada com o facto de à medida que as meninas iam nascendo, lhe parecesse cada vez mais improvável o nascimento de um rapaz e isso o levasse a um desinteresse crescente pela orientação das crianças.
Mr. Bennet é um homem com gosto pela cultura. Quem lhe tira os seus livros e o isolamento da sua biblioteca, tira-lhe tudo.
Deixando a educação das filhas apenas a Mrs. Bennet não espanta que Mary, Kitty e principalmente Lydia, tenham feitios tão… difíceis. Acho que ele só se arrepende disso aquando da fuga de Lydia (embora o seu arrependimento não dure muito tempo).
Por diversas vezes Mr. Bennet mostra que as maneiras indecorosas e a falta de senso das Bennet mais novas o entretêm muitíssimo. Tenho que lhe reconhecer o espírito leve porque até quando as repreende, fá-lo sempre de forma bastante engraçada e até sarcástica.
Podemos concordar ou não com as acções de Mr. Bennet mas ele é uma das personagens mais interessantes de Orgulho e Preconceito.