Com certeza que se lembram já aqui abordamos a temática das cartas na obra de Jane Austen. Como sabem, não foram muitas as cartas de Jane que sobreviveram, até à data ainda não consegui ler nenhuma, apenas excertos deixados em páginas na internet ou citados em alguns programas sobre Jane Austen que já tive oportunidade de ver. Há dias encontrei a leitura de uma das suas cartas no youtube. Ouvir esta carta é perceber que Jane Austen captou muito bem aquilo que acontecia na sociedade do seu tempo e a forma como ela pensava transparece nos livros que escreveu. Eu já suspeitava disso, mas esta carta deu-me mais certezas. Mais no fim da carta, Jane menciona, um Mr. Palmer, não sei se ele será igual ao de Sensibilidade e Bom Senso. E refere ainda um Mr. Knight e um Mr. Edward Knight, serão eles a inspiração para os Knightleys de Ema?
O meu primeiro contacto com Jane Austen foi, como já referi noutras ocasiões, através da serie da BBC Orgulho e Preconceito... Apaixonei-me pela história, pelos personagens, pelas paisagens... Por Mr.Darcy! Enquanto não li o livro não descansei... e o livro ainda me fez gostar mais e "aguçou" o meu interesse pelas obras de Jane Austen.
O meu segundo contacto com Jane Austen foi com o filme e o livro Sensibilidade e Bom Senso. Não vou dizer que fiquei desiludida mas, com esta obra, tenho uma dualidade de sentimentos: gosto da história em si, mas não gosto dos personagens principais. Acho Elinor demasiado racional e controlada e Edward demasiado "sem cor", sem "luz". Poderia ser Marianne a salvar a situação mas também não: acho o seu sofrimento demasiado teatral, embora adore esta faceta dela na história (não sei se me faço entender!). Acho que a história é das mais dinamicas de Jane Austen: sempre com uma mudança, seja uma mudança completa de cenário, seja de rumo da história, seja um novo personagem que nos é apresentado e que altera a nossa visão dos factos.
A história de Elinor, Mãe e Irmãs é rica em "movimento" mas nenhuma das suas personagens me "atrai". Todos demasiado "acomodados" à sua condição e situação, todos pouco energicos mas sempre em movimento de cenário ou de "entrada" de novas personagens...
Resolvi responder suncitamente às questões colocadas:
Tristes com o reencontro de Elinor e Edward, estiveram ambos à altura? (Cap. 40) - Encontros ou reencontros entre Edward e Elinor deixam-me sempre um "amargo na boca" porque os acho demasiado conformados e racionais. Mesmo quando ela se deixa levar pela emoção, quando descobre que não foi ele que casou, falta mais paixão ao "reencontro" (embora concorde que seja essa a forma de ser de ambos)
O que sentiram com a situação de Edward, o deserdado? - Senti que finalmente ele tinha tido uma atitude...
Alguma vez acharam que Marianne não ia superar a doença? (Cap. 42) - Não... Sempre achei que ela estava a agir em conformidade com o papel que ela achava que era o seu, como "traida" pelo seu amor.
Perdoaram Willoguby? Porque razão acham que Jane Austen sentiu necessidade de perdoar Willoughby? (Cap. 43 e 44) - Acho que todos acabamos por perdoá-lo porque acabamos por desculpar a sua fraqueza. Ela demonstra que ama Marianne mas outras questões influenciam a sua decisão e condicionam a sua acção, fazendo-o "esquecer" o amor que sente em nome do bem estar e da fortuna. Todos sabemos que naquele tempo esta era uma questão muito importante.
A convalescença de Marianne pode ser encarada como uma renovação da sua maneira de pensar? - Pelo menos ela percebeu e sentiu que a realidade é diferente do sonho e que o amor não é a condição para se ser feliz... mas sim uma das condições e naquele tempo muitas vezes um bonus em qualquer casamento.
Sorriram de felicidade e de extrema alegria quando descobriram que Edward estava livre?(Cap. 49) - Sorri de felicidade
Como acham que teria sido o casamento de Edward se este se tivesse casado com Lucy? - Acho que Edward iria facilmente sentir indiferença por Lucy.
Como encaram a reviravolta de sentimentos de Mrs. Ferrars para com as noras? (Cap. 50) - Mrs. Ferrars é no minimo uma "criatura muito egoista"
Alguma vez se questionaram em relação ao futuro de Margaret Dashwood? - Por acaso penso o que terá sido de Margaret. Ela que viveu todas estas "vicissitudes" da vida através das histórias de sua Mãe e Irmãs, certamente que aprendeu a ver a vida de forma diferente: nem com a racionalidade de Elinor nem com a paixão de Marianne...
Já está disponível (finalmente) a 8ª edição da Revista JAPT.
Para participar na próxima edição, basta enviar um mail com o artigo para o nosso email: janeaustenpt@sapo.pt, o único requisito é cingir-se ao tema. No próximo número, o tema será Educação e Boas Maneiras. Quem desejar pode enviar os textos até dia 30 de Outubro. Para mais informações visite o nosso site.
Clique na imagem para fazer o download gratuito da 8ª edição. Espero que gostem e divulguem!
Para quem gosta de seguir as carreiras dos actores que participaram em adaptações das obras de Jane Austen esta é uma altura propícia para uma ida ao cinema. Rosamund Pike (Jane Bennet de OP 2005) está no novo filme de Johnny English, Kate Winslet (Marianne de SS 1995) participa no filme 'Contágio' e Matthew Macfadyen (Mr. Darcy de OP 2005) interpreta Athos em 'Os Três Mosqueteiros'.
Além disso, vi o filme 'Virtude Fácil' , que recomendo, no qual participa Colin Firth , num papel interessantissimo, completamente diferente do de Mr. Darcy.
Deixo-vos o link para um artigo de um site chamado HelloGiggles que acompanho via Facebook, onde está um artigo engraçado sobre a nossa Jane e tem ainda dois cartoons sobre ela.