Encontrei no blogue Jane Austen Today um post sobre um livro que fala sobre a vida dos criados na epoca victoriana e edwardiana. Uma leitura que será certamente interessante fazer, depois do visionamento da série Dowton Abbey. Fica aqui o link para um artigo que mostra algumas imagens do livro: http://nttreasurehunt.wordpress.com/2011/09/26/life-below-stairs/
O livro custa cerca de 11,42 libras na amazon e duvido que venha a ser editado cá... Fica a sugestão para eventuais interessados.
Eu já tenho me queixado várias vezes no meu blogue que parece não haver interesse por parte dos canais de televisão em emitir séries de época, as minhas preferidas. Mas isso parece estar a mudar, já que a FoxLife criou um espaço para estas séries na sua programação. Assim no dia 10 de Outubro estreará, Mildred Pierce, às 21h25m, à qual se seguirá Downton Abbey.
Ainda não vi a primeira, mas sei que a Kate Winslent ( a nossa Marieanne) venceu um Emmy graças ao seu papel de protagonista da série. Mildred tem lugar na época da grande Depressão norte-americana e Winslet interepreta uma mãe solteira que luta contra as adversidades.
Sobre Downton Abbey haveria muito a dizer, desde logo a presença de vários atores ligados ao mundo de Jane Austen como Dan Stevens ( o Edward Ferrars, em S&S 2008), mas acho que basta apenas dizer que venceu 4 Emmys e está no Guiness por ser a série mais aclamada pela critica.
Em 1912, o Lord Gratham perde o seu único herdeiro masculino ( um parente dele) com o afundamento do Titanic, a sua fortuna não pode ser herdada por nenhuma das suas 3 filhas. Agora a sua propriedade irá ser herdada por Matthew Crawley um advogado e primo distante da família.
O Julian Felowes deve ter lido muito Jane Austen :-) Mas a série não é cópia dos nossos adorados livros, mostra também o mundo dos criados, de resto algo que Felowes já nos habitou no seu filme Gosford Park. É uma série a não perder, apontem nas vossas agendas.
Para quem é fã do Captain Wentworth da versão de 2007 aqui vai um videoclipe que dá para rir bastante, principalmente a primeira parte (atenção aos minutos 1,40 a 1,53; escangalhei-me a rir).
Virtual Sexuality é um filme de 1999 que conta a história de uma mulher que cria o seu homem ideal através de um programa informático virtual e que, devido a um acidente, o torna humano e real. Ainda não o vi, apesar de já o ter (como fã que sou de RPJ); mas estes pequenos excertos do filme, despertaram-me ainda mais a atenção. Sei que me vou divertir muito a vê-lo. Depois digo aqui o que achei.
A Editora HarperCollins está a desenvolver um projecto de abordagem contemporânea sobre a obra de Jane Austen. A ideia consiste em convidar uma série de escritores consagrados - um para cada obra de Austen - que criariam uma espécie de diálogo contemporâneo com a obra de Jane Austen.
A primeira escritora a ser desafiada foi Joanna Trollope. O desafio proposto foi o de escrever um livro inspirado em Sensibilidade e Bom Senso, com publicação prevista para o outono de 2013. Diante deste desafio e convite, ela declara que será "not an emulation, but a tribute". O que deixa entrever a vontade de render uma homenagem à Jane Austen.
Joanna Trollope é uma escritora muito conhecida no Reino Unido por se dedicar à escrita de romances históricos e também contemporâneos. No site da Porto Editora, que tem um livro dela editado, encontra-se uma breve biografia de Joanna Trollope: "Autora de catorze romances que abordam sobretudo aspetos da vida na Inglaterra contemporânea, Joanna Trollope escreveu também uma série de novelas históricas e Britannia's Daughters, um estudo sobre as mulheres no Império Britânico. Os seus livros venderam mais de oito milhões de exemplares e encontram-se traduzidos em vinte e nove idiomas.".
Pelo que refere a Editora HaperCollins, eles têm em vista Stephen King (que trabalharia sobre "Northanger Abbey") e Ian Rankin (para abordar "Emma"); mas ainda sobre estes nomes ainda não há confirmações.
Eu conheci a colunista Eliane Brum da Revista Época através da leitura do blogue da querida Cássia Pires e, desde então, sigo religiosamente. Aprecio a maneira simples e humana com que ela trata as temáticas que aborda. Esta semana, como de costume, Eliane Brum escreveu um artigo extraordinário e partilho com todos um trecho dele. Está relacionado com a nossa querida Jane Austen e de como a literatura pode mudar a vida de uma pessoa. Aqui está também o link para o artigo completo, para quem quiser ler. Garanto-vos: vale a pena. (Observação: as frases em negrito são seleccionadas por mim).
"No momento em que o talibã agarrou com rudeza o braço do fisioterapeuta Alberto Cairo, no centro ortopédico da cidade afegã de Cabul, ele pensou: “Jane Austen não aprovaria”. (...)
Alberto Cairo, um fisioterapeuta com uma aparência monástica que há mais de 20 anos vive em Cabul, no Afeganistão, trabalhando na Cruz Vermelha para dar novas pernas e braços a homens, mulheres e crianças que tiveram partes de seu corpo estilhaçadas na explosão de minas e bombardeios.(...)
(...)Alberto Cairo, um fisioterapeuta italiano mais parecido com a figura imortalizada de Dom Quixote do que com um personagem do Decamerão. Este homem com perfil de vírgula desembarcou no Afeganistão em 1989, com duas valises em que carregava os sete volumes do “Em busca do tempo perdido”, de Marcel Proust. Uma amiga sempre insistia para que ele os lesse e Alberto pensou que, finalmente, nas noites solitárias de Cabul, teria tempo para empreender esta pequena epopeia literária.
Proust é raro, mas ler seu romance não é uma tarefa muito fácil. Nem mesmo para alguém que estava ali para dar dignidade em forma de próteses de pernas e braços a uma população devastada até hoje por habitar uma geografia que é ao mesmo tempo “riqueza e maldição”. Quem controla o Afeganistão, controla uma posição geopolítica estratégica. E Alberto já sabia o que os russos e depois os americanos descobriram a um custo incalculável de vidas: “Conquistar o Afeganistão não é difícil, controlá-lo é impossível”.
Enquanto tentava ler Proust, Alberto conheceu Mamud, um afegão que perdera as duas pernas e um braço sem jamais ter empunhado uma arma, como sempre acontece nestas guerras em que a população civil é a vítima de ambos os lados. E a perda de suas vidas é catalogada com um eufemismo: “danos colaterais”. Ah, como é preciso ter cuidado com palavras como estas, que se revelam mais ao mentir.
Todo dia Mamud atravessava o front sobre um carrinho, num malabarismo quase miraculoso na medida em que o empurrava com apenas um braço, o mesmo que dava a mão ao seu filho pequeno. Enquanto tentava devolver a Mamud o impossível em forma de duas pernas e um braço sem carne, Alberto descobriu Jane Austen. E se apaixonou perdidamente por ela, porque naquele mundo em que as pessoas falavam tão de perto, em que o inquiriam sem rodeios sobre tudo, em que não havia centímetros entre a pele do outro e a sua, em que o sangue, o suor e o cheiro de corpos arrebentados colavam no seu próprio, Jane Austen o carregava para uma Inglaterra onde o mal era consumado em frases cheias de voltas sem um único toque.
Depois de passar o dia lidando com feridos de uma guerra interminável, Alberto se refugiava na sutileza ao mesmo tempo precisa e asséptica de Jane Austen. E nem se importou quando sua casa foi assaltada, e um ladrão improvável levou dois dos sete volumes de Proust. Que ladrão seria este que roubou dois livros em outra língua, mas deixou outros cinco para que sua vítima não ficasse à deriva?
No dia em que um poderoso talibã o agarrou pelo braço com violência no centro ortopédico, Alberto achou que devia isso a Jane Austen. Com o braço livre, empunhou um dedo acusador e pronunciou com firmeza: “Que vergonha! Não vê meus cabelos brancos? Por acaso trataria assim o seu próprio pai? Vergonha!”. E viu o hirsuto talibã encolher-se diante dele, enquanto agradecia mentalmente a Jane Austen. (...)
Assim é a palavra escrita. Uma geografia onde a memória é aprisionada para que o homem possa se libertar."
Deixo alguns tópicos para iniciarem a discussão, mas podem discutir sobre outro tópico qualquer.
O que sentiram com a visita de C. Brandon a Londres? (Cap. 27)
O Baile de Londres deixou-vos em desespero? (Cap. 28)
Qual a vossa reacção quando leram a carta de Willoguby? (Cap. 29)
Qual a reacção que tiveram quando C. Brandon desvendou a história de Willoguby? (Cap. 30 e 31)
O que acharam da tentativa de Mr. John Dashwood juntar C. Brandon com Elinor? Alguma vez tentaram imaginar qual a sua cara quando descobriu que este se casaria com Marianne? (Cap. 33)
O jantar com Mrs. Ferrars foi ou não insuportável, tiveram ou não vontade de "esganar" aquela mulher?(Cap. 34)
O desconforto da visita de Edward, deixou-vos ansiosas? (Cap. 35)
Como ficaram depois do segredo de Edward e Lucy ser revelado? (Cap. 37)