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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

DESAFIO | Bicentenário "Sense and Sensibility" #BR

Deixo-vos com os links dos posts da Raquel Sallaberry do Jane Austen em Português, a propósito do Bicentenário de Sensibilidade e  Bom Senso.
Um post muito interessante escrito por uma leitora do blogue "Jane Austen em Português" e alguns inspirados em Willoughby. 

Carta de Frank Churchill a Mrs. Weston e a Emma

 

A Carta De Frank Churchill é na minha opinião uma carta de pedido de perdão e um modo de ao justificar o seu comportamento manter a boa opinião que as pessoas faziam de si.

Frank Churchill não é uma pessoa má, contudo não tem a superioridade de caráter de Jane Fairfax, assim durantea maior parte do tempo que decorre a acção do romance Frank é uma pessoa sedutora, que usa a boa opinião que as pessoas para se esconder na sua singularidade e genuinidade. Este torna-se amigo de Emma, e apesar destes laçoes fraternos que foram estabelecidos, abusa da proximidade com Emma cortejando-a apenas para que se mantenha escondido o seu romance com Jane. Emma, não fica indiferente a Frank, mas também não se apaixona. Nisto tudo apenas o seu orgulho se eleva para a seguir ser diminuido, sentindo até um pouco de vergonha por toda a antipatia que sentia por Jane. Através desta carta entende-se que tal como Emma sentia uma pontinha de inveja e ciúmes a miss Jane Farifax, pela admiração (exposta de forma exagerada) por Mr Knightley, esta sentia de Emma, pela proximidade com Frank.

Frank usa a carta para explicar que a amizade que sentia por Emma e a sua aparente indiferença e bom humor às suas respostas justificam o seu comportamento.

Esta carta serve não só como justificativo do comportamento de Frank, mas também nos dá a conhecer Jane, Um personagem reservada que ao longo de toda a História conhecemos muito mais através dos olhos e ouvidos dos outros personagens que dela mesma. Quem é a verdadeira Jane? Talvez seja esta que nos é apresentada pelos olhos do amado Frank.

Uma união diferente em fortuna entre Frank e Jane é na realidade mais desigual entre a nobreza de carácter de Jane e Frank. As censuras que poderiam ser evitadas com uma reserva natural que servia no fundo de protecção do seu caráter aconteceram pelo comportamento exibicionista de Frank. Jane não sabia mesmo que o piano que lhe foi oferecido o havida sido por Frank, sendo esta revelação feita aos leitores na mesma carta.

You’ve got mail e a internet – uma outra forma de troca de correspondência


“Kathleen Kelly: [in an email to Joe Fox] The odd thing about this form of communication is that you're more likely to talk about nothing than something. But I just want to say that all this nothing has meant more to me than so many somethings. “ 

 

 

You’ve got mail é um filme de 1998. Insere-se na última década do século XX, quando a utilização da internet e do correio electrónico começou a ser uma ferramenta do utilizador comum. Ainda não era um instrumento de massas mas já era bastante conhecido e utilizado.

 

Entendo perfeitamente o fascínio de Joe Fox e Kathleen Kelly. Nesta altura, a questão do chat era uma fonte de novos horizontes. Lembro-me de, em 1998, estar na universidade e ser totalmente viciada em chats. Havia páginas na Web de chats, canais de conversação em tempo real, em que podíamos conversar com pessoas de vários países. Isto era fascinante. Cheguei a conhecer algumas pessoas e a me corresponder com elas. Claro que sempre se coloca a questão da veracidade. Contudo, parece-me que naquele início de utilização da internet tudo era ainda muito inocente. Depois, surgiram os chats temáticos e de seguida a moda do msn. Hoje em dia, as redes sociais comandam: myspace, facebook, twitter, etc.

 

Enviar uma mensagem tem a ver com partilha. Pequenos gestos do quotidianos ditos de maneira informal talvez fale mais sobre a nossa visão da vida e do mundo do que um extenso discurso. É nisto que a troca de mensagens em You’ve got mail ressalta. A realidade do desuso das cartas escritas é outras das mensagens que o filme expõe. Podemos fazer uma comparação e dizer que assim como as grandes livrarias vieram causar a queda das pequenas livrarias (Fox books-The shop around the corner) também a internet veio causar uma queda na escrita e envio de cartas. Acho que não é uma comparação descabida. Mas, de igual forma, podemos afirmar que apesar do instrumento físico de envio de mensagens ter mudado, a necessidade de partilha não deixou de existir. Pelo contrário, é cada mais reforçada e fazemo-la de diversas formas.

 

Aqui, neste momento, a meia luz na minha sala em casa, estou a partilhar convosco estes pensamentos, estes “pequenos nadas” e com isto revelo um pouco de mim, da minha alma. Escrever num blogue tem esta dimensão: um conjunto de “pequenos nadas” que podem significar um todo consistente. Toda a vez que eu vou ler um blogue ou um email penso: o que ele me dirá hoje?

 

 

What will NY152 say today, I wonder. I turn on my computer. I wait impatiently as it connects. I go online, and my breath catches in my chest until I hear three little words: You've got mail. I hear nothing. Not even a sound on the streets of New York, just the beating of my own heart. I have mail. From you. 


[ Kathleen Kelly, You’ve got mail ]