Estou aqui a "folhear" o tumblr (eu sou uma grande aficcionada) e encontrei algo que achei bastante interessante: uma banda desenhada com o querido Mr. Darcy, vejam:
A indicação é visualizarem todas as sextas-feiras - para quem tiver facebook - o I Heart Classics. Lá poderão ver as tirinhas de banda desenhada. Por isso, sigam este link, façam um "like" e divertam-se. Eu me diverti.
Ao ouvir esta frase a ser pronunciada pela Bernadette/Katy Baker do filme "Clube de Leitura Jane Austen" dei por mim a pensar na sua veracidade. A frase surge enquanto ela conversava com Daniel/Jimmy Smits (ex-marido de Sylvia/Amy Brenneman) sobre o livro "Persuasão". Fiquei a pensar em toda a extensão desta afirmação. Talvez ela apenas estivesse a referir-se às cartas de amor. Contudo, podemos expandir o seu alcance e entender que uma carta bem escrita realmente tem muito poder de acção: diminui distâncias, atenua saudades, aproxima famílias e amizades. A letra manuscrita, o papel escolhido e o conteúdo da mensagem, conferem um significado e um valor sem preço ao recebimento de uma carta. Talvez porque em algumas situações consigamos expor melhor os nossos sentimentos e pensamentos através da escrita. Se excluirmos a hipótesde da carta ser portadora de uma má notícia, ela fará alguém em algum lado sorrir.
A carta, na época de Jane Austen (e provavelmente até ao séc. XX) era a forma fundamental de comunicação entre as pessoas separadas pela distância. Desta forma, é natural encontrarmos em abundância referências à escrita, ao envio e ao recebimento de missivas. Na obra de Jane Austen, encontramos muitos personagens a protagonizarem a escrita de cartas; algumas delas fundamentais para o rumo da própria trama. Homens e mulheres surgem a escreverem cartas, mas a verdade é que a liderança parece ser masculina. O que quer dizer que Jane Austen colocou com maior frequência os seus heróis a escreverem cartas. Acho interessante a exclamação de Bernadette, em um dos encontros do Clube de Leitura, sobre este facto; ela diz: "Eu gosto da forma como Austen faz com que os homens se expliquem a si próprios". Assim é. Se repararmos bem, a voz dos heróis não são muito audíveis na sua obra. Vemos o que dizem, os seus gestos e acções; mas raramente aquilo que realmente pensam e sentem. A história parte sempre da voz da heroína. Por isso, é interessante ver os homens exporem-se através das cartas. Por vezes, questiono-me se Jane Austen terá feito assim porque ela própria gostaria que os homens escrevessem cartas com o mesmo nível que ela as imaginava ou se realmente assim usualmente acontecia. Será que os homens expunham tanto assim os seus sentimentos? Será que podemos abraçar a afirmação de Bernadette e acreditar que os homens do tempo de Jane Austen desciam do seu orgulho e da sua posição privilegiada para explicarem-se, sentimentos e pensamentos? Talvez não fossem a maioria. Provavelmente escreveriam cartas, já que era algo usual na sociedade letrada, mas talvez fossem poucos os que o fizessem para revelar afecto.
Eu acredito que, ainda hoje, há "Wentworths", "Darcys", "Tilneys" que se expõem e que são capazes de amar através de linhas e de entrelinhas. Eles andam por aí...tenho certeza.
Guardo comigo a frase de Bernadette e acredito profundamente nela: nunca devemos subestimar o poder de uma carta bem escrita. É um formidável combustível para a alma.
Janeites e fãs do filme "O Diário de Bridget Jones":
Parece que está confirmado que a Universal Pictures deu "sinal verde" para o terceiro filme da heroína Bridget Jones. Muito se falou sobre isto e rumores andavam no ar, mas agora está confirmado.