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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

escrever nas entrelinhas #3

 

 

 

(imagem retirada daqui, e lá tem mais imagens lindas...)  

 

Design, artesanato, ilustração, trabalhos manuais - estas são áreas que despertam a minha atenção e gosto. Tem sido um tendência, nos últimos anos, um reviver do estilo vintage e de trabalhos inspirados em outros séculos; mas com uma roupagem contemporânea. É do conhecimento geral que o lacre tem sido bastante utilizado para fechar convites de casamento, com as iniciais dos noivos.  Mas tive curiosidade de ver se encontrava uma carta bem austeniana: escrita numa folha, dobrada e lacrada.


Foi num dos meus blogues preferidos de design - o Design Sponge - que eu encontrei um post inspirado na troca de cartas no estilo Jane Austen. Não é linda?

 

Por uma carta assim, eu não me importaria nada de pagar para receber :)


 

 

escrever nas entrelinhas #2

No meu imaginário cinematográfico relembro cenas em que visualizo personagens a escreverem cartas utilizando aparos e penas embebidas em tinta, em folhas rugosas e a lacrarem-nas com uma espécie de cera amolecida à chama de uma vela.   Mas, a realidade, é que eu nunca apreciei o pormenor deste processo.

 

No The Jane Austen Centre encontramos uma breve abordagem sobre o estilo de vida da época de Jane Austen e lá tem um artigo "Regency Letter Writing"  que explica a forma como uma carta era feita na época da Regência. A carta era redigida em um dos lados da folha de papel. Depois a folha era dobrada de forma a que o texto ficasse virado para dentro e o lado em branco ficasse para fora para ser preenchido pelo selo e pelos dados do destinatário.  Sendo adicionada mais alguma folha de papel, a ser dobrada junto com a outra, isto aumentaria o peso total da carta e elevaria o valor a ser pago pela mesma. Na realidade, o custo seria duplicado.  Este custo também variava conforme a distância do envio. Por isso que, neste vídeo, vemos que Jane Austen aproveitava cada espaço da folha e inclusive escrevia nas entrelinhas com a folha virada ao contrário, para não ter que adicionar outra página. 

 

"The letter itself differed from its modern form.  The letter usually comprised a single sheet (sometimes folded once in the middle to make a booklet-like page).  This was folded in thirds, then the ends were folded together, with one end tucked inside another.  Hot wax dripped onto the joining ends sealed the letter.  The address or direction would be written on the front and rarely went beyond Name, Town (or house name), County– occasionally, in London, a street might be indicated.

 

To save money, correspondents often wrote down the page, then turned it and wrote across their previous writing– thrifty souls would turn it yet again and write diagonally across everything else, producing a nearly illegible mess.  This was called crossing and recrossing one’s lines.  The postmaster receiving the letter would write on the envelope the postage due by whoever received the letter."

 

Retirado daqui 

 

Achei interessante o facto de que a despesa da carta ficava por conta do destinatário e não do remetente. Ou seja, quem recebesse a carta teria de pagar por ela e não a pessoa que a enviou.