Uma série que acabei de ver ontem e de que gostei muito.
Anexo vídeo com cenas finais da quarta e última temporada. A banda sonora é do melhor e a história não foge muito daquilo que foi na realidade a vida de Henrique VIII, das suas seis esposas, dos seus filhos, do seu reinado tempestuoso, da instauração da igreja anglicana, da relação com os membros do seu Conselho político e com outros países.
Destaco a interpretação de Jonathan Rhys Meyers como Henry, the eight; uma interpretação muito boa, intensa e com uma evolução bem estruturada e quase fiel.
Aconselho vivamente a quem gostar de história e de boas séries.
Tenho muitas, na realidade. Mas tenho de destacar esta pois vi-a vezes sem conta e não posso deixar de achar esta sequência de imagens finais de"Persuasão" (2007) muito apelativa e bonita.
Saliento que a minha opinião em relação à escolha de Sally Hawkins como Anne Elliot é muito ambígua. Por vezes, acho-a demasiado apagada, especialmente quando comparada com a escolha de Rupert Penry-Jones como Frederick Wentworth que acho ser das mais perfeitas escolhas nas adaptações de Jane Austen. No entanto, ela é uma grande actriz, disso não me restam dúvidas e, quando em cena com o seu Cap. Wentworth, cativa-nos e mostra-nos mesmo os sentimentos e pensamentos de Anne Elliot.
Depois, esta sequência contém a leitura da carta pela voz de Rupert Penry-Jones que acho muito boa e expressiva. Também a música que acompanha Anne quando ela corre atrás de Frederick é muito intensa e adequada à sua ansiedade e medo de o perder novamente.
Mas, decididamente, a expressão dela pode estar um pouco exagerada e esta é uma cena que não faz parte da obra original, mas aquele beijo entre os dois é do mais romântico que já vi. A maneira como ele espera que seja ela a procurar o beijo, enquanto ela verte umas lágrimas silenciosas, e a forma como ele lhe captura os lábios quando a sente tocar nos dele é mesmo muito intensa e bonita. A música ajuda, claro, a dar mais sentimento e interesse à cena.
Não conheço todas as adaptações existentes das obras de Jane Austen. Por isso, de entre as que já vi destaco talvez Orgulho e Preconceito de 1940 com Greer Garson e Lawrence Olivier.
Acho o guarda-roupa demasiado exagerado e fora de época; Vêem-se lá vestidos que davam verdadeiras tendas de campismo e as mangas são tão exageradas que parece que as mulheres vão levantar voo a qualquer instante. Sei que são roupas que foram reaproveitadas do filme "E tudo o vento levou", filmado mais ou menos na mesma altura, dado que este O&P era um filme de baixo orçamento. Mas, mesmo assim, não gostei. Podiam ter adaptado as roupas para dar mais realismo e fidelidade à história original. Costureiras não deviam faltar por lá.
As idades dos actores também não me parecem adequadas. Todas as personagens aparecem como muito mais velhas e maduras do que são originalmente no livro. Mas penso que isso é uma característica dos filmes mais antigos.
Depois, são as interpretações. Sei que, nos filmes mais antigos, as interpretações tendem a ser mais teatrais especialmente se tem actores com formação e experiência maioritariamente teatral; todavia, acho exagerado; Os diálogos, as posturas,... e então aquela primeira declaração de Mr Darcy a Lizzy! Credo, que coisa tão sem sal, tão pouco romântica, tão pouco emocional...
Badly done, very badly donne... (como diria Mr Knightley).
Pode até não ser das mais fiéis à obra original (a adaptação de 1995 está mais de acordo com o livro) mas é definitivamente a adaptação que eu prefiro dentro das que foram feitas às histórias de Jane Austen. "Orgulho e Preconceito" de 2005 com Keira Knightley e Matthew MacFadyen, filme franco-britânico realizado por Joe Wright que foi nomeado para quatro óscares (melhor actriz, melhor banda sonora, melhor figurino e melhor direcção de arte).
Nesta adaptação foram mudadas várias cenas para locais mais românticos que os do livro. Por exemplo, no filme, Darcy pede Elizabeth em casamento pela primeira vez num local ao ar livre, perto de um lago e com muita chuva. No livro, essa cena tem lugar num presbitério. No filme, o segundo pedido ocorre numa charneca ao amanhecer enquanto que, no livro Darcy e Elizabeth caminham juntos num campo, à luz do dia. Não posso dizer que desgostei destas alterações. Pelo contrário. Apesar de continuar a gostar do enredo do livro, estas alterações trouxeram uma grande mais valia ao filme dado que são cenas extremamente românticas e com uma intensidade emocional muito grande.
A edição americana do filme inclui uma cena final (que não está presente no livro) que mostra os dois casados, em Pemberley. Esse final não foi bem aceite pelo público britânico e, por isso foi cortado da edição do Reino Unido e da edição internacional. Essa versão termina com o consentimento do Sr. Bennet ao casamento de Darcy e Elizabeth, cortando então o último capítulo do livro, que resume a vida de Darcy e dos outros personagens principais durante os anos seguintes.
Não morro de amores por Mansfield Park 2007, todavia, considero que essa adaptação representa uma certa maneira de encarar esta tão complicada obra de Jane Austen. Ainda assim, não posso deixar de partilhar convosco algum mal-estar que sinto quando revejo esta versão. Billie Piper não perfaz a minha visão de "Fanny Price", está bem longe disso, faz dela uma rapariga um tanto ou quanto infantil, imatura, indecisa e muito ágil. Fanny Price não é infantil, tem uma consciência muito madura, também não é indecisa, pois sabe o que quer, e tem um lado frágil, propenso à doença e nenhuma destas características Billie Piper preenche. Não creio que seja um total erro de casting, todavia, os 90 minutos do filme não permitem grande desenvolvimento e Mansfield Park e Fanny Price, requerem igual porção de tempo e paciência, pois só assim aprendemos a apreciar esta heroína.
Dario Marianelli é o responsável pela banda sonora de Pride and Prejudice de Joe Wright. Não sou a única a achar que esta é uma grande banda sonora, foi nomeado e nalguns galardoado com prémios por isso mesmo.
Além disso, Dario Marianelli tem sido responsável pela banda sonora de vários filmes que eu adoro, Atonement é o melhor exemplo, mas posso também referir Jane Eyre (2011) ou Everybody's Fine, um filme que assentou que nem uma luva quando o vi, pois tinha acabado de perder o meu irmão.
Por tudo isto, nomeio esta banda sonora como a melhor de todas as adaptações de Jane Austen, não só por estar lindamente sincronizada com a história, mas também pelo lado "afectivo" que me faz gostar muito do trabalho de Dario Marianelli.
Não é por ter eleito a adaptação de 1986 de Northanger Abbey que escolho Peter Firth como pior interpretação masculina. Já vi duas vezes esta adaptação (como foi possível!?) e confesso que houve claramente um erro de casting - o Henry Tilney desta adaptação podia perfeitamente desempenhar o papel de Frederick Tilney pois muitas das suas expressões vão nesse sentido. Henry Tilney não diz que não a um "flirt" mas daí a fazer dele um namoradeiro, vai um grande passo. Nesta adaptação fico sempre com a sensação de que Henry Tilney se está (descaradamente) a "atirar" a Miss Morland, e é por isso que o considero a pior escolha masculina de sempre para uma adaptação da obra de Jane Austen.
O Baile de Neterfield é um dos momentos importantes de Orgulho e Preconceito, não só pelos diversos acontecimentos, que confirmam a família Bennet como pouco desejável para se manter relações de amizade, como pela dança de Lizzie e Darcy, que definitivamente marca a relação antagónica dos dois.
No geral ambas adaptações de 1995 e 2005 fizeram um bom trabalho, mas na altura de escolher o momento em que Lizzie e Darcy dançam é na versão de 2005 que o momento foi melhor criado. Pela música, pelas expressões faciais dos actores, mas principalmente por aqueles 5 segundos em que Darcy e Lizzie parecem estar sozinhos na sala, achei que este pormenor diz ao espectador: eles foram feitos um para o outro, mas são demasiado orgulhosos para verem isso.