Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Personagem Feminina Secundária menos preferida

Não gosto de Isabella Thorpe, tanto quanto não gosto do seu irmão, John. Isabella é manipuladora, intriguista, infiel, egoísta e imprevisível; comporta-se de forma escandalosa e descontrolada e demonstra divertir-se a fazê-lo.


Pode considerar-se Isabella como sendo uma mulher de moral duvidosa (quase como Lydia Bennet de "O&P") que só traz problemas à sua amiga Catherine Morland.
 
   

 

Personagem Feminina Secundária preferida

Apesar de não ter ficado grande fã de "Emma", gostei muito da personagem da "poor Miss Taylor", como dizia Mr Woodhouse, referindo-se à sua governanta e depois Mrs Weston.

 

Mrs Weston é uma espécie de figura materna para Emma, a quem esta recorre para todo o tipo de conselhos. Generosa e inteligente, Mrs Weston dá normalmente bons conselhos, embora o seu apego a Emma a faça muitas vezes distorcer as situações em favor da opinião da sua ex-pupila (tal como as mães tantas vezes fazem!).

 

Como madrasta de Frank Churchill, Mrs Weston esforça-se bastante para que Jane Fairfax se sinta bem-vinda depois que eles anunciam o seu noivado. É ela quem evita o escândalo dessa situação, minimizando a tensão antes que esta se tornasse desagradável.

 

Ela é no fundo o elemento que mantém a sociedade de Highbury junta, no final. Sempre preocupada com Emma e com os outros jovens da história (Jane, Frank) e com a família Bates, ela é quase uma mãe-galinha preocupada em proteger aqueles sobre a sua asa.

 

Melhor personagem masculina secundária

Gosto do Coronel Brandon. Sempre gostei. É aquele tipo de homem que me seduz. Maduro, calmo, reservado. Há algo nele, desde o início da história, que nos leva a suspeitar de uma qualquer tragédia na sua vida que o faz sofrer. E, no entanto, é contido e gentil. Dizendo de outra forma: é misterioso. E quem  não gosta dessa qualidade num homem ou até numa mulher?

Depois... aquele amor por Marianne... que, tal como ele, é um amor reservado e calmo; o Coronel Brandon é o tipo de homem que dá espaço à sua amada, que lhe dá tempo , como se soubesse que, no fim, ela acabaria por lhe cair nos braços. Ele apenas soube esperar essa oportunidade com calma e paciência.

Amores desses, que não se desfazem com facilidade, são difíceis de encontrar. Sobretudo se a outra parte age  como Marianne com o Coronel Brandon, quando estava ainda enredada pelo sentimento que nutria por Willoughby.

 

 

Melhor história de amor secundária

Não posso deixar de referir a história existente entre o Coronel Brandon e Marianne de "Sensibilidade e Bom Senso".

Apesar de não ser grande apreciadora da personagem de Marianne, gosto do sentimento que ele nutre por ela desde o primeiro instante e gosto da forma como ele expressa essa paixão por ela: reservado, paciente, dedicado a proporcionar-lhe conforto e bem-estar. O Coronel Brandon soube esperar e foi recompensado com o amor dela. E acredito que tenham sido felizes, apesar do início complicado e apesar da diferença de idades. Confio no carácter do Coronel Brandon, no seu amor por Marianne e confio também no amadurecimento dela, na sua doçura e romantismo para afirmar que foram felizes.

 

  

"O Coronel Brandon era agora tão feliz como todos aqueles que mais o amavam achavam que ele merecia; em Marianne encontrou consolação para todos os seus desgostos passados... o seu afecto e a sua companhia restauraram a vivacidade do seu espírito e a alegria da sua alma; todos os amigos que o observavam viam que Marianne encontrara a sua própria felicidade, promovendo a dele. Marianne nunca poderia amar pela metade, e com o tempo o seu coração tornou-se tão devotado ao seu marido como antes fora em relação a Willoughby."

 

Top Jane Austen

Melhor "Conquistador"

 

Eu escolho George Wickham de “Orgulho e Preconceito”, pois ao longo da trama, ele seduziu com seu charme e astúcia: as irmãs Bennet, principalmente, Lizzy e depois Lydia; Mary King; Georgiana Darcy, além de toda a sociedade local, incluindo o desconfiado Sr. Bennet. Este sim sabe seduzir as pessoas!

 

Melhor amiga preferida 

 

Eu devo confessar que não gosto da idéia de uma só melhor amiga, eu gosto de várias melhores amigas, pois na minha vida particular eu tenho poucas amigas, mas todas são melhores amigas. Desde modo, eu sugiro que se passearmos pelas obras de Jane Austen poderíamos construir um grupo de amigas preferidas dinâmico, muito rico em diversidade e cumplicidade, que qualquer um de nós gostaria de fazer parte.

 

Eu gosto muito da postura e companheirismo de Lady Russel em “Persuasão”.  Ela é meio rigorosa em relação a convenções sociais, mas é dotada de sensatez e praticidade, qualidades que admiro nas pessoas. Além disso, ela é tão cuidadosa com Anne Elliot, preocupa-se com ela e zela pelo seu bem-estar.

 

Eu admiro muito a relação de Elinor Dashwood e sua irmã Marianne, elas são cúmplices e convivem muito bem com suas diferenças. Eu adoraria ter Elinor como melhor amiga, ela é cuidadosa, empática e excelente conselheira, pois segue o lado racional da questão, condição que me agrada muito e ajuda na resolução de problemas.

 

Outra opção para o nosso grupo seria Charlotte Lucas de “Orgulho e Preconceito”, ela é prática, cúmplice e franca, não esconde nada de sua amiga, justifica todas as suas ações para não haver mal entendido.

 

Não posso me esquecer também de Elinor Tilney de “A Abadia de Northanger” e Mrs. Weston de “Emma”, ambas são tímidas, reservadas, mas boas ouvintes e confidentes.

 

Melhor personagem cômico

 

Mr. Collins de “Orgulho e Preconceito”. Ele é hilário!!! Sua devoção a Lady Catherine é comovente e deprimente, ao mesmo tempo. Como ele consegue ser tão grudento e inoportuno, realmente é um dom admirável, que ele exercita amiúdas vezes.

 

Melhor história de amor secundária 

A história de amor secundária que mais me chamou a atenção foi a de Jane Fairfax e Frank Churchill em “Emma”. Eu acho que a história deles daria uma obra à parte, pois é muito complexa, envolve sentimentos intensos e grandes conflitos que, na minha humilde opinião, poderiam ser mais explorados e garantiriam uma linda história. Jane sofre tanto ao longo da história por este amor secreto, eu sinto pena dela, tão solitária e quieta e ainda com uma tia como Mrs. Bates para ajudar! Coitada! É uma história que me aguçou a curiosidade e esta não foi saciada, ficou a mercê de minha imaginação.

 

Personagem masculina secundária preferida

 

São vários os bons exemplos de personalidades masculinas construídas por Jane Austen em seus romances, não posso deixar de mencionar: Mr. Bennet e Coronel Fitzwilliam de “Orgulho e Preconceito”; Comandante Harville e o Almirante Croft de “Persusão”; William Price de “Mansfield Park”; Mr.Weston de “Emma”.

 

Personagem masculina secundária menos preferida  

 

Há vários personagens secundários masculinos com os quais eu não me simpatizo, mas o mais chato e cansativo é John Thorpe de “A Abadia de Northanger”. Que sujeito mais presunçoso e arrogante! Além de ser enfadonho, ele atrapalha demais a vida de Catherine Morland, tomando decisões por ela e forçando-a ter um relacionamento com ele. Infelizmente, creio eu, nos dias de hoje ainda encontramos vários deste tipo no nosso cotidiano e, definitivamente, não é fácil conviver com eles!

 

Personagem feminina secundária preferida 

 

Eu estou muito dividida neste tópico. Eu prefiro não ser enfática e escolher apenas uma, vou citar várias, assim eu faço justiça a todas: Mary Bennet e Charlotte Lucas de “Orgulho e Preconceito”; Mrs. Jennings de “Razão e Sensibilidade”; Lady Russel de “Persuasão”; Mrs. Weston de “Emma” e Elinor Tilney de “A Abadia de Northanger”. São mulheres simpáticas, suaves, sinceras, bem resolvidas consigo mesmas e sensíveis aos sentimentos e dificuldades de nossas heroínas.

 

Personagem feminina secundária menos preferida 

 

Eu também tenho várias escolhas para personagem secundária menos preferida, não me simpatizo nenhum pouco com: Caroline Bingley de “Orgulho e Preconceito”; Mary Crawford e Mary Bertram de “Mansfield Park”; Fanny Dashwood (odeio!) e Lucy Steele de “Razão e Sensibilidade”; Elisabeth Elliot de “Persuasão”; Isabela Thorpe de “A Abadia de Northanger”; Mrs. Elton de “Emma”. São todas invejosas, mesquinhas, manipuladoras, vislumbradas com status social e fortuna, arrogantes. Eca!  

 

Relação de família  preferida

 

Eu adoro ler e acompanhar as relações entre as irmãs Bennet de “Orgulho e Preconceito”, pois são muito alegres e divertidas; e também a relação entre as irmãs Dashwood em “Razão e Sensibilidade”, que é marcada pelo companheirismo e cumplicidade.

 

Mais frustrante relação de família

 

A relação de Anne Elliot com seu pai e sua irmã Elisabeth em “Persuasão”. É terrível “presenciar” a forma como eles a tratam e são insensíveis as suas necessidades e sentimentos.

 

Melhor proposta recusada

 

Com certeza,  a recusa de Elisabeth Bennet à proposta de casamento feita por Mr. Collins em “Orgulho e Preconceito”. É muito engraçado as justificativas dele para ela aceitar seu pedido e as desculpas que ele inventa por ela não aceitar esta proposta irresistível de casamento. Eu me diverti muito!

Adaptação preferida

  • Emma 2009

 

Não foi uma decisão fácil, mas consegui escolher apenas uma adaptação.

Emma versão 2009 é aquela que enche melhor as minhas medidas. Vejo, revejo e não me canso. O facto de ser a mais moderna em relação a todas as outras adaptações das obras de Jane, não é irrelevante. 

 

Os cenários encantam-me, o guarda-roupa é lindíssimo e grande parte dos actores desempenham optimamente os seus papéis. Mas acima de tudo, Romola Garai mostra muito daquilo que é Emma na minha mente. E além disso, é uma adaptação que me faz rir bastante, e eu não poso ficar indiferente a isso!

 

É certo que alguns diálogos estão alterados, algumas cenas não coincidem nem de longe com aquelas criadas por Jane Austen, todavia, nem as cenas me parecem "hereges" nem os diálogos estão assim tão profundamente alterados que modifiquem a traça de Jane Austen.

Não é também de esquecer que Sandy Welch, que escreveu o guião, é a mesma guionista de Jane Eyre 2006, North and South, entre outros.

Melhor mãe

Esta foi fácil até porque em duas das obras que li as heróinas são órfãs de mãe. Assim entre a Mrs. Bennet e a Mrs Dashwood, eu escolho a segunda. Ela parece-me não ser o tipo de mãe que pretende apenas casar as filhas com o primeiro que aparece. O seu temperamento é parecido com o da sua filha Marianne, embora com a idade que tem já devia ter mais algum senso. Ela é uma mãe que deseja o melhor para as suas filhas e o seu desejo é que casem por amor e não com o primeiro homem de posses que aparece.

Herói Favorito

Em duas palavras: Fiztwilliam Darcy! É o meu herói favorito, certo que se apresenta como um homem arrogante e orgulhoso, mas quem lhe pode resistir após ver os lindíssimos jardins de Pemberley??? Quem não gostava de ser dona daquilo tudo? Não é por isso que ele é o meu preferido, julgo que ele é dos heróis de Austen aquele que mais muda, ao longo da obra. Começa orgulhoso, mas à medida que a trama se desenrola, ele acaba por tornar-se um homem melhor.

Além disso, ele luta contra si mesmo, primeiro reprimindo os seus sentimentos por Elizabeth, depois tentando mudar a sua forma de agir e mostrar aquilo que ele é realmente, mas que na presença de desconhecidos reprime. Há aqui muitas nuances de carácter que Jane Austen explorou muito bem dando vida aquele que é, para mim, o melhor dos heróis.