Em vão lutei, mas de nada serviu. Os meus sentimentos não podem ser reprimidos e permitam-me dizer-lhes que....
.... não posso mudar aquilo que sinto. Tentei pensar em muitos outros momentos que aprecio bastante nos livros da Jane Austen mas nenhum deles consegue suplantar o momento em que a carta do Cap. Wenthwort nos é dada a ler. Sei que não sou muito original mas realmente não posso ir contra a minha grande paixão por essa parte do livro 'Persuasão'.
Caío até na mimice de transcrever a dita carta, em inglês, porque nada como o original; soa melhor e mais romântica:
"I can listen no longer in silence. I must speak to you by such means as are within my reach. You pierce my soul. I am half agony, half hope. Tell me not that I am too late, that such precious feelings are gone for ever. I offer myself to you again with a heart even more your own than when you almost broke it, eight years and a half...ago. Dare not say that man forgets sooner than woman, that his love has an earlier death. I have loved none but you. Unjust I may have been, weak and resentful I have been, but never inconstant. You alone have brought me to Bath. For you alone, I think and plan. Have you not seen this? Can you fail to have understood my wishes? I had not waited even these ten days, could I have read your feelings, as I think you must have penetrated mine. I can hardly write. I am every instant hearing something which overpowers me. You sink your voice, but I can distinguish the tones of that voice when they would be lost on others. Too good, too excellent creature! You do us justice, indeed. You do believe that there is true attachment and constancy among men. Believe it to be most fervent, most undeviating, in
F. W.
"I must go, uncertain of my fate; but I shall return hither, or follow your party, as soon as possible. A word, a look, will be enough to decide whether I enter your father's house this evening or never."
Quem pode resistir à melhor carta de amor jamais escrita?!
"The more I know of the world, the more I am convinced that I shall never see a man whom I can really love." - Marianne Dashwood para a irmã Elinor.
"I can listen no longer in silence. I must speak to you by such means as are within my reach. You pierce my soul. I am half agony, half hope. Tell me not that I am too late, that such precious feelings are gone for ever..." - Não preciso de dizer de onde vem este texto, pois não?
"There could have been no two hearts so open, no tastes so similar, no feelings so in unison, no countenances so beloved. Now they were as strangers; nay, worse than strangers, for they could never become acquainted. It was a perpetual estrangement.” - Persuasão, cap.8
É complicado escolher, dado que, por uma razão ou por outra, gosto de todas as obras da Jane Austen.
No entanto, partindo do princípio que terei de fazer uma seleção, colocá-la-eis por ordem de preferência na minha mente e dir-vos-ei a minha última escolha.
Ora bem... será... Emma!!! Provavelmente serei a única pessoa a assinalar esta obra como menos preferida, mas... é a verdade. Já aqui demonstrei que não morro de amores pela Emma Woodhouse e a história em si também não me seduz, nem sequer as histórias secundárias como as da Jane Fairfax com o Mr Churchill. No entanto, não devo deixar de acrescentar que é uma história da Jane Austen e, que, por isso lhe admiro a escrita, o entrelaçar das personagens, dos diálogos, das descrições.
Aconselho mas não é a minha favorita. Não é o livro que levaria para um fim de semana sozinha numa ilha deserta (desde que tivesse outras escolhas apreciáveis, claro!)
Com o devido apreço por "Persuasão" que será o segundo, mas isto depois de pensar longamente no assunto e só porque penso que a história de Anne Elliot e do Cap. Wenthwort deveria ter sido mais explorada.
Decidi-me por "Pride and Prejudice" pela história que tem uma trama perfeita, pelos personagens que estão magnificamente bem criados, por haver humor, inveja, amor, paixão e sobretudo porque acho que tem uma das melhores personagens masculinas da literatura mundial.
Considero esta obra como uma das mais belas histórias de amor jamais criadas...
Esta escolha vai no sentido do post anterior sobre a heroína menos preferida. É-me impossível imaginar a impulsiva Marianne Dashwood feliz e realizada junto de um homem tão sereno e amargurado como Coronel Brandon.
Este casal não me preenche de maneira alguma... acho que o mal está mais em mim, pois nunca entendi muito bem nem Marianne nem Brandon, mas a verdade é que o final destes dois parece-me uma alternativa a um final feliz. Não O final feliz, mas o final possível...
Começo por dizer o meu preferido dentre os três actores que deram vida ao Mr. Knightley: Jeremy Northam, versão 1996.
Na interpretação de Mark Strong, versão 1997, predominou a faceta paternalista de Mr. Knightley. Ele surge, aos meus olhos, demasiadamente servero e sério. No caso de Jonny Lee Miller - que é um actor de quem eu eu gosto bastante - eu não consigo ver nele Mr. Knightley. Quando digo isto, não estou sequer recriminar a actuação dele. É uma boa interpretação. Não sei explicar bem... As falas de Mr. Knightley têm um misto de firmeza com um certo humor. Ele tem um humor peculiar e, em relação à Emma, ele usa o seu humor para, muitas vezes, espicaçá-la. Algo que não encontrei em Jonny Lee Miller. Ele incorpora mais o lado racional de Mr. Knightley.
Com Jeremy Northam, eu confesso, não lhe consigo encontrar defeitos. Acho-o divinal. Acho-o a encarnação humana de Mr. Knightley. Ele conjuga o lado racional e disciplinador com o humor e a ironia. Aliás, penso que ele e Gwyneth Paltrow encarnam os dois o melhor casal Mr. Knightley/Emma, ambos transmitem muita química e a questão da diferença de idades é credível. Na versão 2009, penso que Romola e Jonny parecem ter a mesma idade, não se nota muito a diferença. E, finalmente, no casal 1997, Mark Strong e Kate Beckinsale, a diferença é demasiadamente acentuada.
Se há casal por quem eu tenha uma enorme estima é precisamente este. Talvez por ser um casal tão jovem. Sim, talvez seja isso. Mas também por considerar que se completam muito bem, a ingenuidade dela juntamente com o espírito crítico dele, deliciam-me.
Não é que não goste de Marianne... aliás, admiro muitas das suas atitudes. Todavia, há algo que me separa dela e me provoca um certo distanciamento, a sua enorme intolerância.
Não sei explicar isto muito bem, mas a forma como ela tem tanta certeza de tudo deixam-me deveras enfastiada. E uma certa tendência que tem para achar que todo o mal do mundo apenas cai sobre ela, criam dentro de mim alguma revolta. É certo que ela recupera e cresce bastante - o final de Sensibilidade e Bom Senso mostra-nos isso.
Mas é também esse final que me deixa insatisfeita... Marianne Dashwood cria uma série de sensações contraditórias dentro de mim (!?). Não compreendo como seria ela feliz junto de alguém como Coronel Brandon (e olhem que tenho imensa estima por ele), mas não sei... parece-me sempre uma conformação e não um final feliz igual aos que Jane nos habituou.