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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Os Cães nas Adaptações de Jane Austen (II)

O post anterior sobre este título foi dedicado aos figurantes caninos das adaptações de Orgulho e Preconceito. Hoje, trago-vos estes actores de quatro patas que apareceram nas adaptações de "Emma".

 

 

(Quando Emma e Mrs. Taylor questionam Knightley sobre o seu eventual interesse em Jane Fairfax - BBC 2009)

 

 

(Quando Emma e Knightley falam sobre o pedido de casamento de Mr. Martin a Harriet e Mr. Knightey sai-se com a célebre frase "Emma, try not to kill my dogs" - Miramax 1996)

 

 

 

The 39 Steps (2008)

 

Vou ser sincera, apenas prestei alguma atenção a esta série porque entrava o nosso querido Capitão Wentworth, Rupert Penry-Jones. Confesso que gostei imenso da série, até porque é bastante divertida, pelo menos até determinada altura... chega a um ponto que se torna demasiado "cliché".

 

Richard Hannay, é um engenheiro mineiro que regressa a Londres depois de uma temporada nas colónias africanas. Completamente aborrecido pela vida social da metrópole, vê-se, repentinamente envolvido num grande mistério com Scudder, um agente secreto que o encarrega de guardar um bloco de notas com informações preciosas sobre as razões que poderiam levar a uma Grande Guerra (neste caso, a I Guerra Mundial). Hannay fica incumbido de entregar esse bloco de notas a um oficial de alta patente e na sua busca, vê-se envolvido nas situações mais caricatas...

 

Site oficial

 

A educação de Mrs.Goddard

Fonte: rawr-caps.net

Vou ser sincera: se este mês não me tivesse sido atribuída tal personagem, era bem capaz de nem dar por ela! Mrs.Goddard é a “preceptora” de Harriet Smith, a jovem amiga de Emma cuja misteriosa origem faz omitir qualquer indagação nesse sentido. Ao princípio considerei esta mulher como alguém de reputação algo duvidosa, uma espécie de fiel depositária de um(a) nobre, que a troco de dinheiro transaccionou a vida de uma inocente rapariga, cuja reputação poderia ficar manchada para sempre.

 

Porém, ao longo do livro mudei de ideias, em primeiro lugar porque acho que a relação entre ela e a sua pupila é bastante correcta e cordial. Depois porque considero Harriet uma jovem bem-educada e bem formada, com bons sentimentos, não só fruto do seu carácter/temperamento, mas de certo por influência do meio em que vive, e em que Mrs.Goddard é a principal responsável. No fundo talvez tivesse livrado a sua pupila de uma vida verdadeiramente malograda. Se fosse uma mulher sem escrúpulos, era provável que estivesse a receber a pensão mensal paga pelo “pai/mãe” de Harriet, sem lhe dedicar a devida atenção. Acho que Harriet teve muita sorte em ser criada por Mrs.Goddard!

Lost in Austen portugal # 9

 

 

A tia de Cecília tinha uma autêntica adoração por Luluzinho, um aristocrata meio falido que frequentava os meios mais reputados da região. Lucrécio José Marinho de Sousa Alves e Telles de Mendonça ostentava o brasão de família no seu dedo anelar, enquanto enrolava o bigode com a outra mão. Isto se não tivesse na sua frente comida, pois aí esquecia todos os pergaminhos, embora fosse melhor que assim estivesse, pois qualquer tipo de conversa acabava sempre com a intelectual piada “… mas ele não tem personalidade jurídica”. Isto sem contar com a falta de cultura geral, com as discussões completamente ignorantes. Demasiado mau para ser verdade! A tia queria que Cecília o conhecesse melhor, pois dizia que “dois jovens como vocês não devem estar privados de uma certa intimidade”. Às vezes pensava se seria melhor ir pelo caminho mais fácil...

 

Fora há uns anos pretendente de Júlia, mas alguma coisa se tinha passado. Algo muito grave. A tia e D.Rata bem tinham indagado, mas nada conseguiram descobrir. Tanto que se cansaram e desviaram os seus alvos de coscuvilhice noutras direcções. Diga-se grave porque era algo que destabilizava completamente Luluzinho, ao ponto deste fugir a meio de uma refeição, só porque soube que Júlia iria entrar na sala. Cecília notara na irmã algo estranho, um secretismo que as afastava, que as deixava constrangidas na mesma casa.

 

Haveria alguma relação com o telefonema misteriosos que ela recebia, impreterivelmente, às 17:00?

 

 

Lost in Austen portugal # 8

 

 

Cecília e Henrique eram, aos olhos dos outros, o par provável. Dos outros e deles próprios, embora Cecília tentasse a todo o custo, mentindo a si mesma, alimentar justificações puramente especulativas, que no fundo não tinham base de verdade. De facto faziam um casal perfeito, um belo conjunto quer em termos físicos, quer na questão do carácter e da sensibilidade.

 

A decisão de abandonar a relação tinha sido ela a impor. E sabia que ele nunca se iria conformar. Porém um certo silêncio fazia-a vacilar nesta convicção, acreditando aos poucos que de facto tudo estava consumado e jamais se voltariam a encontrar. Teria ficado eternamente no silêncio, não fosse a visita à sua tia, à sua irmã e a convivência social com D.Rata. Mas há coisas que não se podem evitar, especialmente quando se estabelecem relações familiares e de amizade com determinadas pessoas.

 

Pudera ela evitar, e talvez nunca tivesse sido alvo da tremenda maldade que lhe estava a destruir por completo todas as suas esperanças. Naquela tarde, quando Eduardo a procurara, Cecília não pôde imaginar o motivo que o leva a estabelecer tal contacto. Na verdade só se tinham falado brevemente, uma só vez, quando lhe foi apresentado como irmão de Henrique. De facto eram idênticos, muito bem parecidos no rosto e em termos físicos, porém completamente diferentes em termos de carácter. O bom e o mau, o preto e o branco, a claridade e a escuridão, afastando dois irmãos que, tendo em os mesmos pais, eram em tudo diferentes.

 

Naquele fatídico fim de dia,em que Eduardoa procurou no parque, usou todas as armas da sedução para lhe captar a atenção, utilizando para isso palavras enganadoras contra o seu próprio irmão. Vendo que não conseguira o intento, e apercebendo-se do pavor que causava a Cecília, abriu o jogo e, com toda a frieza que se consiga imaginar, assegurou-lhe que eliminaria o irmão se o casamento se consumasse. Havia alguém que pretendia Henrique, alguém poderoso e com influência, que persuadira Eduardo a afastar Cecília do caminho para poder conquistar Henrique. Com isso, o irmão traidor ganharia uma fortuna, que era tudo aquilo que lhe interessava na vida. Ela sabia que a ameaça era séria e que ele faria o que fosse preciso para conseguir o intento.

 

Perante o perigo, como podia Cecília não sacrificar o seu amor?

 

 

"Badly Done, Emma!"

Esta é uma das minhas cenas preferidas de sempre. Já aqui falei sobre isso uma vez.

Em Emma o que mais me fascina são as discussões de igual para igual entre Emma e Knightley... não sei, adoro ler e ver a luta de argumentos de um e outro... é precisamente aí que mais gosto de Knightley e onde mais respeito Emma (pela sua inteligência, nem sempre bem canalizada, é verdade). Cliquem nas imagens para verem em tamanho maior.