Escuta (Sensibilidade e Bom Senso)
Banda Sonora Sensibilidade e Bom Senso 2008
Por Martin Phipps
"At Norland"
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Banda Sonora Sensibilidade e Bom Senso 2008
Por Martin Phipps
"At Norland"
Uma das coisas que me chocou aquando da primeira leitura de Sensibilidade e Bom Senso foi o facto das Dashwood ficarem praticamente sem um tostão. Jane Austen ajuda-nos a perceber alguma coisa, no entanto, não explica nos explica a razão de ser deste Direito de Propriedade na Inglaterra do século XIX. Pois bem, decidi puxar dos meus louros, sim, porque isto de andar há dois anos a ler calhamaços de Direito traz as suas vantagens, arregacei as mangas e tentei ir perceber qual a razão para que as filhas de Mr. Dashwood ficassem sem herança.
Jane Austen é clara, Mr. Dashwood foi, ele próprio, um herdeiro. Norland foi-lhe deixada em certos termos:
“The old Gentleman died; his will was read, and like almost every other will, gave as much disappointment as pleasure. He was neither so unjust, nor so ungrateful, as to leave his estate from his nephew; but he left it to him on such terms as destroyed half the value of the bequest. Mr. Dashwood had wished for it more for the sake of his wife and daughters than for himself or his son; but to his son, and his son’s son, a child of four years old, it was secured, in such a way, as to leave to himself no power of providing for those who were most dear to him, and who most needed a provision, by any charge on the estate, or by any sale of its valuable woods. The whole was tied up for the benefit of this child…”
No século XIX, o direito de propriedade inglês priveligiava o 1º filho na herança, sendo-lhe atribuída toda a propriedade - sistema do primogénito. Isto tinha uma lógica: evitar a divisão das propriedades, tornando-as mais fortes. Aos outros filhos, estavam destinadas profissões na Igreja, Marinha, Armada, Direito... Jane Austen mostra-nos isso claramente em Mansfield Park, podiam também herdar dinheiro. Quanto às filhas, estavam à total mercê do herdeiro, a quem cabia a decisão de ajudar ou não as irmãs - segundo percebi, não havia lei que as defendesse.
Todavia, no tempo de Jane Austen uma mulher podia herdar (desde que não houvesse herdeiros masculinos directos ou indirectos), no entanto não tinha poderes para dispor livremente da sua propriedade nem capacidade para fazer contratos - isto apenas se aplicava a mulheres casadas. Mulheres solteiras, ao atingirem a maioridade, aparentemente teriam os mesmos direitos que os homens no que toca a gerir propriedades - no entanto, pelo que percebi, não havia nada na lei que contemplasse esta posição, era uma analogia que se fazia.
Este sistema foi abolido em 1925.
Fontes: Puzzling Legal Nonsense in Austen's Sense and Sensibility (Laurel Ann) e Land, Law and Love (Luanne Redmond)
Este filme é a continuação do filme de 1998 "Elizabeth" que conta com a excelente interpretação de Cate Blanchett.
"Elizabeth já governa a Inglaterra há quase três décadas e, agora, depara com um grande inimigo: o Rei Felipe II da Espanha, que, sendo fiel à Igreja Católica, pretende derrubar a protestante Elizabeth e germinar o catolicismo no povo inglês de uma vez por todas. Entretanto, para atacar, Felipe precisa de um pretexto. Mantida prisioneira pelo trono inglês, a Rainha Mary Stuart da Escócia ajuda o rei espanhol e, em meio à intrigas e traições, trama uma emboscada para Elizabeth. Durante esses meses, a Rainha inglesa deixa-se impressionar pelas conquistas e aventuras do pirata Walter Raleigh"
É certo que "nuestros hermanos" são um tanto ou quanto ridicularizados, tanto pela fé radical no Catolicismo, enevoados pela sombra da Inquisição, como pela derrota. Os ingleses, nestas adaptações históricas, têm sempre tendência para se enaltecerem exageradamente, dignificando pouco a outra parte - lembro-me da série "The Tudors" em que a corte Portuguesa foi terrivelmente caracterizada em relação à beleza extraórdinária da corte Inglesa, cujos actores eram quase todos modelos de revista... enfim, é apenas um reparo e sim, talvez me sinta um pouquinho despeitada. No entanto, para quem viu o filme de 1998, que eu ainda vi em VHS (ihihih!), está é uma boa sequela para assistir num fim de tarde.
Comecei a ver este filme na televisão na altura em que ia desligar a mesma para ir dormir... impossível. Sentei-me e acabei por ficar presa a uma história com um argumento curioso e cativante, baseado na obra de Colette que toma acção na "Belle Époque".
Léa (Michelle Pfeiffer) e Chérie (Rupert Friend, de Orgulho e Preconceito) são dois amantes, no mínimo, estranhos, dada a posição de Léa e a tenra idade e inexperiência de Chérie. Só tarde de mais percebem quão profunda era a sua relação. E no meio de tudo isto está o grande dilema de Chérie entre Léa e Edmée (Felicity Jones, de Abadia de Northanger) a sua noiva e mulher; e também a "idade" de Léa que começa a perder o aspecto da sua gloriosa juventude e começa a ficar "velha"...
Fonte: Internet
Como já devem ter percebido, o filme “Sensibilidade e Bom Senso” de 1995 é para mim especial. Foi com ele que descobri a maravilhosa obra de Jane Austen, mas também é nele que me baseio para interpretar as suas personagens.
Lucy Steel, a protegida por caridade, uma espécie de Jane Eyre mas em versão “sabida”, é uma das minhas favoritas. Embora a sua instrução e cultura deixem muito a desejar, é astuta, rápida e manipuladora, uma autêntica “raposa” que actua segundo os seus interesses. Mas não serão assim grande parte das personagens de Austen? Às vezes penso que estão divididas entre dois grupos: as aproveitadoras, que tudo fazem pensando em si; as abnegadas, que olham à ética e ao coração antes de tudo e principalmente de si próprias.
Lucy pertence ao primeiro grupo. Criada por um tio, conhece nesse ambiente Edward Ferras, que seduz (e se deixa seduzir, claro!) e do qual fica noiva. Um compromisso secreto que não agrada à família do jovem, já que trataria de ligar uma rapariga sem fortuna a um homem com bons rendimentos anuais e possível herdeiro.
Edward arrepender-se-á amargamente deste ímpeto de juventude, mas Lucy rapidamente resolve a situação, transferindo os afectos para o outro irmão, Robert Ferras. Mas isto só depois de Edward ser deserdado para benefício de Robert! Mesmo sendo considerado um acto de manipulação, acho que Lucy e o marido devem ter bastantes coisas em comum, pois reparem na cena do baile, em que ambos “coscuvilham” sobre a relação de Marianne e Willougbhy. Serão felizes para sempre (?).
É já no próximo dia 1 de Maio que a RTP irá estrear esta mini-série, depois da versão cinematográfica, eis que a série chega ao pequeno ecrã. Mais informações no blogue Split Screen.
Fonte: Internet
Podem achar algo bizarro, mas eu adoro este casal! Charlotte, filha de Mrs.Jennings e irmã mais nova de Lady Middleton é a personificação da tolice, do exagero, da excentricidade. Recordo-a no filme de 1995, em que o seu temperamento extremo rapidamente passa do entusiasmo (por exemplo, quando se combina a estadia do grupo em Londres) ao desespero (na cena em que Marianne desenvolve uma febre contagiosa). Tanto ela como a irmã, que ostenta inclusive o título de “lady”, são duas personagens em que Jane critica de forma incisiva a ordem social vigente. É que apesar da fortuna e do título, de cumprirem esses predicados materiais e imateriais exigidas pela boa sociedade, no fundo são duas mulheres sem maneiras e com ausência total de juízo!
E Thomas Palmer, medíocre aspirante a político, parece detestar a mulher, pois passa o tempo a criticá-la através do sarcasmo. E ela acha graça, tendo o marido por uma pessoa com espírito de humor! Perguntamos: como poderá contribuir este homem para a sociedade? Que tipo de capacidades políticas terá para tomar boas decisões?
Mas eu apesar de tudo adoro este casal, se calhar muito influenciada pela versão cinematográfica de 1995, e até acho que eles, lá no fundo, se amam. Pois não são feitos da mesma massa – a tolice?
Já que temos andado numa fase de novidades cinematográficas. Anuncio hoje aqui no blogue que em 2011 teremos uma nova versão de Wuthering Heights.
Terá formato de filme e a directora é Andrea Arnold. No elenco teremos Kaya Scodelario como Catherine Earnshaw e James Howson como Heathcliff.