Download da BD de Pride and Prejudice e Sense and Sensibility
Fiquem com as versões das obras de Jane Austen em BD. O formato é RAR. Enjoy! :)
Pride and Prejudice (5 de 5 volumes)
Sense and Sensibility (5 de 5 volumes)
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Fiquem com as versões das obras de Jane Austen em BD. O formato é RAR. Enjoy! :)
Pride and Prejudice (5 de 5 volumes)
Sense and Sensibility (5 de 5 volumes)
- Sensibilidade e Bom Senso (2008) | 9 -
- Charity Wakefield #2 –
Eu confesso que tenho esperado pacientemente que chegasse o momento de falar em Charity Wakefield. Tudo a propósito deste vídeo que eu partilho abaixo. Há uns tempos atrás, eu tive de fazer algumas pesquisas sobre o tema "casamento" e "histórias de amor" para um trabalho e encontrei este vídeo. Digo-vos: encantei-me. Eu gostaria que Charity tivesse feito uma Marianne que imprimisse o mesmo ar de deslumbramento que ela fez aqui. Espero que gostem.
Não nada fã deste tipo de livros, e espero bem que esta moda passe depressa...
Outras obras:
- Sensibilidade e Bom Senso (2008) | 8 -
- Charity Wakefield –
Charity Wakefield tem os elementos essenciais para ser a imagem de Marianne Dashwood: aparenta ter 16 anos e tem beleza. Ela confere à personagem alguma frescura, vivacidade e impertinência típica de uma adolescente. Não podemos esquecer isto: quando Jane Austen escreveu sobre Marianne expressões como “she was everything but prudent. (…) the excess of (…) sensibility.” ela, no fundo, definiu uma típica adolescente. Alguém que sente e que defende as suas ideias preconcebidas como verdades absolutas. Charity Wakefield incorpora este aspecto, da adolescente cheia de certezas, com alguma precisão. A meu ver, este é o melhor aspecto da sua prestação.
Pessoalmente, eu decifro Marianne Dashwood como uma jovem cheia de paixão. Tudo o que ela diz, pensa, sente e faz é imbuído de paixão; seja pela positiva, seja pela negativa. Se ela ama, é com intensidade. Se ela despreza, o é também na mesma medida de intensidade. Não lhe encontramos meio termo nem sentimentos mornos. Seguindo esta linha de raciocínio, Charity Wakefield não é uma Marianne plena de paixão e de intensidade. Não consigo lhe captar a faísca que tem a Marianne que eu leio. De igual forma, não a vejo com o ar embevecido para Willoughby como a imagino. Não a vejo desesperada. Por vezes, os sentimentos parecem-lhe soar em palavras pouco convincentes. Acho que este é o termo ideal: pouco convincente. A sua interpretação não me convenceu na totalidade. Eu diria que é razoável.
Ao longo do percurso da história, permanecia em mim uma pequena esperança de que essa classificação se modificasse. A realidade é que isso não aconteceu.
Não chego a ficar decepcionada com a sua interpretação. Apenas acho que ela ficou aquém do que o seu potencial anuncia.
- Sensibilidade e Bom Senso (2008) | 7 -
- pálido –
O tratamento cénico, as locações, o design, a fotografia e o guarda-roupa resultou do trabalho de três pessoas: James Merrifield, Paul Ghirardani e Michele Clapton. Toda a coordenação da imagem leva a predominância de cores neutras, pálidas e cinzentas, o que faz com que toda a fotografia de Sensibilidade e Bom Senso 2008 traduza os sentimentos de melancolia, recolhimento e alguma tristeza. Sobretudo, melancolia.
Inicialmente sente-se alguma estranheza. Esperamos ver campos verdejantes e dias de sol convidativos a passeios e pic-nics. Contrariamente, tanto os cenários exteriores como os interiores são amiúde sombrios; e, algumas vezes, até cinzentos.
Aqui a imagem revela e potencializa sentimentos e sensações; na medida em que a sua combinação substancializa o que o personagem visado está a pensar, a sentir ou a exteriorizar. Pode-se dizer que o tom quase pálido imprime realismo ao ambiente de luto das Dashwood.
Acho que o contraste é ainda mais acentuado quando as Dashwood chegam a Barton Cottage. Que sensação tão desoladora senti, devo confessar, quando vi a cena da família a chegar no seu novo local de morada. Acompanhei o olhar de total desilusão de Mrs. Dashwood a olhar para cada recanto da húmida, vazia e descolorida casa. Entendi-lhe o olhar: “então, ser viúva é isto? então, ser pobre é isto? então, não ser mais senhora de Norland é isto? então, ser alvo de caridade alheia é isto? Que fiz eu para viver nestas condições? que fiz eu, de tão errado, para ver as minhas filhas descerem de nível social desta maneira? que fiz eu…?”.
Por outro lado, não se pode negar que o local atribuído à Barton Cottage é idílico e belíssimo. É impossível ser-lhe indiferente. O cenário quase épico reforça a ideia de melancolia, recolhimento, tristeza, luto e alguma solidão.
Achei interessante, na entrevista anteriormente publicada aqui, a produtora, Anne Pivcevic, dizer que esta opção de colocar Barton Cottage numa zona tão diferente da concebida por Jane Austen, teve como fundamento reforçar a ideia do corte ocorrido na vida anterior das mulheres Dashwood. Para além da perda, da descida económico-social, aquele local ressaltaria também todo o distanciamento da vida social.
Não posso dizer que assistir a esta mini-série seja como admirar uma pintura. Mas, a meu ver, há sequências de profunda beleza em Sensibilidade e Bom Senso 2008, que enchem os olhos e traduzem uma série de mensagens.
[Obs. Fotos retiradas daqui mas a montagem é de minha autoria]
No seguimento de alguns artigos da Cátia sobre o assunto, deparei-me hoje com uma pintura de Monet " La Promenade Sur La Falaise" que me fez lembrar algumas cenas de Sensibilidade e Bom Senso versão 2008 - achei sempre fenomenal a ideia de terem colocado a "cottage" perto do mar, por muito que se afaste da obra original, sempre considerei essa alteração fabulosa.
Elinor Dashwood, geralmente associada ao lado de "Bom Senso" do título da obra, é a irmã mais velha de Sensibilidade e Bom Senso. Com apenas 19 anos, Elinor é detentora de uma personalidade terrivelmente sensata, realista e razoável. Por tudo isso, sinto uma forte empatia e admração pelo seu carácter.
"Elinor, this eldest daughter whose advice was so effectual, possessed a strength of understanding, and coolness of judgment, which qualified her, though only nineteen, to be the counsellor of her mother, and enabled her frequently to counteract, to the advantage of them all, that eagerness of mind in Mrs. Dashwood which must generally have led to imprudence. She had an excellent heart; her disposition was affectionate, and her feelings were strong: but she knew how to govern them: it was a knowledge which her mother had yet to learn, and which one of her sisters had resolved never to be taught."
Ao longo da história habituamo-nos à aparente crueza com que lida com tudo. Personagem com pés mais assentes na terra, creio que não existe, pelo menos no universo de Jane Austen. Elinor julga correctamente as acções e atitudes das restantes personagens, possui uma maturidade tremenda e uma consciência abismal. Menospreza-se demasiado. Considera que os seus sentimentos apenas servem para afligir os outros e por isso, cala-os e envolve-os numa redoma de vidro colocando sobre si uma máscara de bem-estar ou de "tudo vai correr bem". Nada parece deitá-la abaixo, nada faz com que fraqueje, Elinor permanece firme contra todas as tormentas e é nela, que todos os outros se abrigam, qual porto seguro. Elinor é sinónimo de segurança, sobre ela parece que nada perfura, tudo se desintegra antes de poder atingi-la. No entanto, sabemos, que não é bem assim...
Elinor, arrisco afirmar, sente muito mais que a irmã Marianne, dou um passo ainda mais em falso e digo que Elinor tem igual porção de Sensibilidade quanto de Bom Senso. Ninguém sofre mais ao longo da história do que ela, ninguém suporta mais tristeza. Tal como diz, ela ama com todas as desvantagens que isso traz sem nunca ter conhecido os benefícios - mais palavra menos palavra, esta é a ideia. De facto, ela não chora feita desalmada como Marianne, ela não caí numa apatia doentia como Marianne, ela não grita aos sete mundos a sua dor como Marianne... não, ela não faz nada disso, ela faz pior... guarda tudo dentro de si na expectativa de que o tempo tudo cure, mas ilude o próprio coração (que julga ser mais forte do que é na realidade) e esquece-se que se a dor não for falada e partilhada consome cada pedaço da alma. E o choro desalmado com que recebe a notícia do não casamento de Edward Ferrars é precisamente a consequência de toda essa reserva, Elinor rebenta, mas ainda bem que é de alívio de alegria... !
Elinor parece-me, apesar da família adorável que tem e que a ama muito, uma personagem incrivelmente solitária, demasiado...