A Raquel fez um levantamento dos posts feitos desde Janeiro até Março sobre o Bicentenário S&S e também apresenta opiniões de leitores convidados. Muito bom!
Podemos contar com mais de uma década de intervalo entre a produção cinematográfica de Ang Lee e a adaptação televisiva de "Sense and Sensibility" pela BBC. Destaque-se que a última adaptação da BBC é de 1981, o que gera quase trinta de anos de intervalo - no que diz respeito à BBC - e, por consequência, gera também um elevado grau de curiosidade pelo resultado final. Portanto, a fasquia era alta.
Grande expectativa - esta é a expressão correcta para traduzir o que milhares de fãs de Jane Austen sentiram enquanto a mini-série não estreava. Eu tive a curiosidade de fazer uma breve pesquisa de artigos da época anterior à estreia e nos dias seguintes. Propositadamente, não aprofundei a leitura destes mesmos artigos para não condicionar a minha própria opinião. Contudo, este sentimento de expectativa é latente. De igual forma, notava-se que todos tinham curiosidade de ver como Andrew Davies teria desenvolvido o roteiro. O que pude concluir é que as opiniões dividem-se e não são de maneira nenhuma consensuais. Há os que não gostaram, os que gostaram, os que não gostaram mas apreciaram certos pontos, os que gostaram mas desgostaram de muita coisa. Enfim, uma amálgama de opiniões.
Ao longo deste mês, eu vou expressar a minha opinião sobre esta produção. E também não é consensual.
Ao longo destes dois meses, Fevereiro e Março, a minha atenção esteve muito concentrada em Sensibilidade e Bom Senso (1995). Inicialmente foi difícil encontrar uma linha condutora. Uma ideia subjacente que me conduzisse. Ao rever o filme veio-me à cabeça que este filme é quase um poema. Todos os âmbitos do filme constroem-se e interligam-se de uma forma tão harmoniosa que só posso pensar num poema. Um poema visual. Sinto que o meu amor por este filme aumentou.
Não posso afirmar que seja perfeito. Tens alguns aspectos menos positivos, tais como: a supressão de alguns personagens ( Miss Steele e Lady Middleton, por ex.) e de alguns episódios do livro (o mais flagrante é a ausência da aparição de Willoughby quando Marianne fica doente, por ex.); mas isto não desmerece o filme em si.
Esta adaptação cinematográfica de Ang Lee, com roteiro de Emma Thompson, continua a encantar e continua também a ser actual. É uma produção que dignifica a obra de Jane Austen. Creio que ela aprovaria.