Um homem com aquilo que se pode definir como tendo uma extrema falta de personalidade. Um homem que se deixa usar e é uma peça de peão num jogo. Deixa que o usem e que abusem dos seus sentimentos. Maria Bertram casa com ele apenas e somente pela sua fortuna. Para mim é uma personagem que se pode consideram idiota, talvez a espécie de idiota comparado com Mr Collins de Orgulho e Preconceito. Rushworth é um homem que não tem nada que chame a atenção para além da sua riqueza, é um homem sem conteúdo e sem charme e inteligência. No entanto a sua estupidez e idiotices é motivo de alguns momentos bastante engraçados. Por vezes também é bom nos rirmos com a parvoíce alheia e com Rushworth esses momentos estão à partida garantidos. Jane Austen mostra-nos com esta personagem que nem sempre o dinheiro é sinónimo de inteligência e sentido de oportunidade no que diz respeito ao seu papel social. Dinheiro vs Educação. Uma batalha constante em Mr Rushworth. Rushworth torna-se então uma persongem que pouco ou nada comunica, apenas porque não sabe como. É uma personagem socialmente embaraçosa. Isso aplica-se principalmente na parte em que ele desconfia do que se passa entre Maria e Henry mas não sabe como regir e muito menos agir, passando assim para um casamento infeliz e sem futuro. Sendo uma personagem tão sem conteúdo e que não vai mais para além de tudo o que falei, torna-se dificil falar sobre ela e sobre a tua potêncial importância na obra.
Quando encontrei este vídeo fiquei deliciada. Alan Rickman fala da sua experiência em "Sensibilidade e Bom Senso" (1995) e também do trabalho de direcção de Ang Lee. Partilho com todos.
Ilustração: esta é uma área na qual a Raquel nos presenteia sempre com bons conteúdos e informações. A leitura do seu blogue tem feito aumentar consideravelmente o meu conhecimento nesta área e, porque não dizer, os meus olhos sempre brilham mais a cada imagem visualizada. Então, foi com alegria que eu ví o seu anúncio de que, nos próximos tempos, o desafio S&S vai estar centrado na ilustração. A minha alegria aumentou ainda mais quando eu li, no post"Convite para desenhar Jane Austen", que aRaquelconvidou aMariana NewlandsdoInterlúdiopara fazer um desenho para a comemoração doBicentenário de Sense and Sensibility.Tenho certeza que o resultado vai ser sensacional :) Estejam atentos!
De todos os actores, talvez seja este o mais conhecido de todos pelo grande público. Quem nunca ouviu falar de Hugh Grant? Eu já muitos filmes onde ele participou. Quatro Casamentos e Um Funeral, Notting Hill, O Diário de Bridget Jones, O Amor Acontece, Letra e Música, são alguns dos filmes de uma longa lista de filmes que ele protagonizou. Há três filmes dele que eu gosto muito: Quatro Casamentos e um Funeral, O Amor Acontece e About a Boy.
Mas o que dizer de Hugh Grant em Sensibilidade e Bom Senso (1995)? Ele interpretou Edward Ferrars e fez par romântico com Emma Thompson (Elinor Dashwood). Em poucas palavras: eu não gosto dele a fazer de Edward Ferrars. Durante muito tempo eu não sabia dizer se eu não tinha gostado da actuação dele por a achar má ou se eu não tinha gostado por não gostar do personagem de Jane Austen. Actualmente, tenho a minha conclusão: não é nenhuma das duas alternativas anteriores apresentadas. É uma terceira via.
É verdade que já fazem muitos anos que li “Sensibilidade e Bom Senso” e de, na altura, não ter ficado com uma boa impressão de Edward. Pareceu-me muito passivo. Para quem tem como livro de entrada no mundo de Jane Austen o “Orgulho e Preconceito” é quase impossível não comparar Edward com Darcy e pensar “como assim?”. Não consegui compreender como Elinor, uma mulher desenhada por Jane Austen com tanta grandeza, racionalidade e inteligência pôde se interessar por uma pessoa tão sem sal e passiva. Algum tempo depois, assisti o filme ( e isso foi no século passado, nos anos 90… ) e vejo um Hugh Grant ainda mais sem sal, passivo e – a acrescentar - desengonçado. Foi decepcionante.
Hoje compreendo melhor o que não funciona nesta junção de Edward e Hugh. Tenho feito uma interpretação pessoal de Edward que se distancia um pouco da imagem inicial. Edward Ferrars não foi passivo, frio ou distante. Edward foi honrado. Estava preso a uma promessa e foi fiel à promessa até ao fim, até ter sido libertado da mesma. Ao mesmo tempo, foi fiel ao seu sentimento por Elinor e não foi capaz de arrastá-la para um compromisso que não seria capaz de cumprir. Não a quis iludir e enganar. O que faz toda a diferença e o distancia, por exemplo, de um Willoughby (que fez exactamente o oposto).
Hugh Grant parece-me demasiado atrapalhado e desengonçado e não me faz lembrar de todo Edward Ferrars. Por vezes, chega a ser irritante vê-lo a actuar no filme. Já cheguei a dizer que o detestava neste papel, o que chega a ser talvez um exagero da minha parte. Tenho concluído que um dos problemas é não haver química entre ele e Emma Thompson. Há duas cenas em que isto é extremamente evidente: quando Elinor o chama para dizer-lhe que o Col. Brandon lhe concedeu uma paróquia e na cena final em que ele se declara para Elinor. Neste aspecto, a série de 2008 é extremamente superior. Aliás, nesta cena final nem Hugh Grant nem Emma Thompson me convencem.
Acho que Hugh Grant não é “austeniano”. Não sei se estou a inventar um conceito, se ele existirá, mas penso que alguns actores – por muito bons que sejam – não tem o carisma suficiente para transmitir toda a dimensão de um homem idealizado por Jane Austen. Neste sentido, não sei se será correcto dizer que Hugh Grant não concebeu um Edward Ferrars à altura do personagem; ou se, por muito que tentasse, nunca seria capaz de fazê-lo.
Como ainda não li este livro, fiquei para este mês com a obrigação de fazer uma review a esta adaptação.
Creio que mencionei que o meu primeiro contacto com Austen foi através da adaptação de Orgulho e Preconceito feita em 1995 pela BBC, que adorei. De resto, posso-vos dizer que todas as outras obras que já li também vi primeiro alguma adaptação. No fundo, para mim funciona como uma espécie de incentivo e nunca fiquei desiludida ao ler o livro ou ao ver estas adaptações e todas as que vi gostei.
Infelizmente, na vida há sempre uma excepção e para mim, essa será esta adaptação da qual não gostei nada. A dada altura pareceu-me era apenas alguém que tentava imitar Austen e não uma adaptação de um dos seus livros. Faltavam ali os personagens que fascinam, que são enigmáticos, que nos fazem salivar por mais.
A Fanny Price pareceu-me uma irmã mais nova da Anne Elliott, mas sem qualquer brilho pessoal ou nada que a recomende, os outros mal tive tempo de entender quem eram, a única que me despertou um interesse genuíno foi a Mary Crawford.
Eu já vi várias adaptações de livros, umas gostei mais que outras, mas nunca fiquei tão desiludida como desta vez, caramba é a querida Jane, esperamos mais, muito mais, tanto a nível da adaptação como dos actores envolvidos.
Lerei o livro e depois farei a minha review, não acredito que a Jane tenha errado tanto com este livro...