DESAFIO | Bicentenário "Sense and Sensibility" #BR
A Raquel do Jane Austen em Português nos premeia com dois novos post do Bicentenário "Sense and Sensibility":
Sense and Sensibility nas cartas de Jane Austen
Razão e Sentimento à moda Faroeste
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A Raquel do Jane Austen em Português nos premeia com dois novos post do Bicentenário "Sense and Sensibility":
Sense and Sensibility nas cartas de Jane Austen
Razão e Sentimento à moda Faroeste
- uma visão pessoal -
Não é o livro mais famoso de Jane Austen. Aliás, poucas pessoas poderão dizer que este foi o primeiro livro que tenham lido dela. Aqui, em Portugal, ainda é mais difícil que isto aconteça já que achar alguma edição dele para ler é quase como descobrir um tesouro. [Li-o em formato ebook mas vou comprar uma edição do Brasil, não vou ficar à espera que as Edições Europa-América se lembrem de voltar a editá-lo]
Eu pensava que quando o lesse iria detestá-lo. Ouvia dizer que o livro era chato, enfadonho e sem sal. Lembro-me que ao ler as primeiras páginas não me soava a uma escrita de Jane Austen. Parecia-me extremamente diferente de todos os outros livros. Foi uma leitura apaixonante. Amei cada linha desta história. Do meu ponto de vista, este é - sem dúvida - o livro mais adulto de Jane. Fiquei muito impressionada com o percurso não só de Fanny Price, mas também de todos os outros personagens. Apesar do final ser previsível e de ser um “final feliz” (embora para mim, o final feliz seria outro…) a forma como Jane Austen trabalhou é bem diferente de todos os outros livros. Eu vejo Mansfield Park não como um livro de protagonistas marcantes. É um livro de vários temas e estes mesmos temas tornam-se os protagonistas da história: pobreza, orgulho, posição social, escravatura, elitismo, casamento, adultério, solidão, ciúme, virtude, bondade… e assim por diante.
A parte inicial é lenta, descritiva, onde as personalidades são desenhadas com perspicácia e detalhe. Somente, com algumas páginas avançadas a história encontra um ritmo mais dinâmico, quando chega a altura em que os personagens organizam uma peça de teatro. Posteriormente, quando Fanny volta para a casa de seus pais, o livro retoma o ritmo lento para depois voltar novamente a ganhar ritmo. Há esta dança entre lentidão e fluidez. E este ritmo gera em que lê uma ansiedade de saber o que virá a seguir.
Li com muito prazer este livro. Lembro-me que discordei totalmente com o fim que, sendo previsível, não era aquele que eu queria; mas achei fascinante cada personagem, cada fala, cada silêncio, cada passo, cada cenário descrito.
A meu ver, uma grande obra.
- Sensibilidade e Bom Senso 1995 | 9 –
Fotografia ou Pintura?
Anteriormente eu partilhei a sensação que eu sempre tive de que assistir a este filme era muitas vezes como olhar para uma série de pinturas. Exemplifiquei esta minha sensação referindo aquela cena em que Coronel Brandon (Alan Rickman) vê Marianne (Kate Winslet) pela primeira vez quando ela está a tocar piano. Nesta cena, ela termina inclinando a cabeça para o lado. Neste específico momento, nestes breves segundos, parece que visualizamos um quadro. São inúmeras as cenas em que isto acontece, esta sensação. Há pouco tempo descobri, ao ler no site Eras of Elegance, que Ang Lee teria se inspirado na obra do pintor holandês Johannes Vermeer. Então, tudo fez sentido para mim. O jogo entre luz e sombra é bastante acentuado em várias cenas.
Por causa disto, farei algumas comparações entre quadros deste pintor e algumas cenas do filme.
Quem não conhece o famoso quadro “Rapariga com brinco de pérola”?