Parabéns a Colin Firth
Gostaria de desejar aqui os parabéns a Colin Firth, o nosso eterno Mr Darcy pela vitória do Oscar para melhor actor no filme O Discurso do Rei.
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Gostaria de desejar aqui os parabéns a Colin Firth, o nosso eterno Mr Darcy pela vitória do Oscar para melhor actor no filme O Discurso do Rei.
A visitar o blogue da Raquel leio mais três posts sobre o desafio S&S:
Alan Rickman, Greg Wise e Kate Winslet
Queen Mab em Razão e sentimento
Sense and Sensibility – Marguerite Series - mais uma capa linda... adoro livros antigos!
- Sensibilidade e Bom Senso (1995) | 5 -
Emma Thompson
Emma Thompson é daquelas actrizes que pode representar qualquer papel que eu irei sempre pensar o melhor dela. À semelhança do que aconteceu com Patrick Doyle, foi "Much ado about nothing" o primeiro filme em que eu a vi representar. Achei-a maravilhosa. Lembro da abertura do filme em que ela recita a música "Sigh no more ladies" e da impressão marcante que ela fez em mim. Desde aí, sempre estive atenta ao seu percurso no cinema.
O seu talento é inegável. Ela é uma actriz que nos faz viver os seus personagens. Em "Sensibilidade e Bom Senso" (1995) é ela quem interpreta Elinor Dashwood. Ela nos guia e nós seguimos os seus passos ao longo da história: a forma como lidera a família na tomada de decisões práticas, a maneira como ama e sofre em silêncio, a honra da sua palavra e a forte ligação que tem com a sua irmã Marianne. A sua Elinor não é somente constituída de racionalidade e rectidão, é também plena de força, perseverança e integridade. Emma Thompson conseguiu atribuir quase que um traço de sabedoria à Elinor.
Há várias cenas marcantes de Emma Thompson neste filme. Gostaria de destacar a cena em que ela cuida de Marianne quando ela fica doente. Acho a angústia tão latente que sofremos com ela e ansiámos pela recuperação da irmã.
- Sensibilidade e Bom Senso (1995) | 4 -
Ele é, sem dúvida, a imagem da pessoa artificial, bajuladora e com complexo de inferioridade. Mr. Collins é, muitas vezes, ridículo, absurdo e patético. Os seus gestos e as suas palavras são previamente ensaiadas e estudadas o que revela a sua superficialidade. Ele louva a forma em detrimento do conteúdo. E ele valoriza, sobretudo, a posição social. É verdade que ele é um simples pároco, mas o estar dentro das boas graças de Lady Catherine de Bourgh constitui - na sua mente - uma elevação social. E ele é incansável a descrever todas as palavras, conselhos, gestos, propriedades, tudo o que tenha a ver com Lady Catherine de Bourgh. Não tendo o mesmo nível social, ao falar com familiaridade dela está a querer elevar-se ao mesmo nível e a beneficiar das vantagens que este conhecimento pode lhe proporcionar. Mr. Collins, sem querer, chama para si uma inferioridade ao afirmar a superioridade da pessoa a quem serve; mas isto é algo que ele não se dá conta. Para ele é um grande privilégio e torna-o um grande partido ser o pároco de Rosings e poder dizer que tem uma convivência constante com Lady Catherine. Neste aspecto, a sua simplicidade o trai: ele quer aparentar uma humildade que só o torna presunçoso. A sua presunção o torna, muitas vezes, motivo de riso.
Neste sentido, devo confessar que Mr. Collins é um dos personagens de que eu mais gosto no livro. É através dele que Jane Austen me faz rir desmedidamente. Ele protagoniza as situações mais embaraçosas e divertidas do livro. Gosto de Mr. Collins não pelas suas virtudes - e ele deve ter algumas - mas pelo seu lado absurdo e patético.
Embora eu tenha um misto de compaixão/simpatia por Caroline Bingley, eu reconheço que se ela não domasse a sua arrogância e elitismo, ela poderia vir a ser um futura substituta de Lady Catherine de Bourgh.
Para já, ela não é tão arrogante quanto Lady Catherine, mas a continuar assim, talvez iria ser pior. Ambas são as que depositavam esperanças em Darcy. Ambas antipatizavam com Lizzy. Ambas saíram frustradas. Muitas semelhanças e coincidências.
"Lady Catherine era uma senhora alta e forte, de feições bem vincadas que, em tempos, poderiam ter sido bonitas. O seu ar não era acolhedor e a maneira como os recebeu tampouco permitiu às suas visitas esquecerem-se da sua inferioridade. Quando em silêncio, nada tinha de terrível, mas tudo o que dizia era pronunciado num tom autoritário que denotava a sua presunção"
Nesta descrição de Lady Catherine de Bourgh, Jane Austen nos previne quanto à personalidade desta personagem. Ela é autoritária e pouco simpática. Lady Catherine é a imagem da pessoa que tendo título, bens e posição social acha-se acima de todas as outras pessoas. A sua frieza de modos não a torna mal educada mas torna-a, inúmeras vezes, indelicada. Cada frase sua parece destacar a sua relevância em detrimento de qualquer outra pessoa. Na famosa cena em que questiona Lizzy sobre a sua família, vemo-la criticar abertamente as opções de Mrs. Bennet sobre a educação de suas filhas. A sua insistência em dar conselhos sobre tudo e sobre como todos devem gerir as suas vidas demonstra a presunção de que aquilo que pensa é o correcto e que os seus pensamentos estão acima de qualquer tipo de crítica.
Mas, apesar de tudo isto, Lady Catherine mostra-se uma peça chave no enredo. Ao visitar a amiga Charlotte em Rosings, propriedade de Lady Catherine, Lizzy voltou a contactar com Mr. Darcy, ouviu-lhe a declaração de amor, recebeu a fantástica carta em que Darcy admite que aconselhou o amigo Bingley a partir de Netherfield (e afastar-se de Jane) e onde também revela toda a verdade sobre Mr. Wickham. Muitas revelações aconteceram em Rosings. Considero este um dos pontos fulcrais da história. Se Lizzy fica revoltada com o facto de Darcy admitir o seu papel em relação ao amigo, por outro lado, é a partir daqui que as primeiras - erróneas - impressões começam a serem desfeitas.
Também é Lady Catherine de Bourgh quem dá o mote para a aproximação final entre Lizzy e Darcy. Quando Lady Catherine vai até Longbourn procurar Lizzy para esclarecer se ela estaria noiva do seu sobrinho, a sua intenção era nitidamente evitar que isso acontecesse. Aos olhos de Lady Catherine, Darcy era noivo de sua filha e somente à ela estaria destinado. Mas ao fazer isso, ao procurar Lizzy, o efeito foi exactamente o contrário: acabou por uni-los e tornou-se um cupido involuntário. Lizzy tornou-se mais convicta do que nunca dos seus sentimentos e Darcy ganhou esperanças para (re)conquistar Lizzy. Este diálogo entre Lady Catherine e Lizzy é um dos trechos de que mais gosto e onde Lady Catherine, sem a capa de uma superficial civilidade revela toda a sua arrogância e autoritarismo.
O Parque de Mansfield será a obra que nos acompanhará ao longo deste mês Março a caminho da Primavera.