Orgulho e Preconceito 1995

É sempre mais difícil falar das adaptações que não gostei do que daquelas que gostei, ao falar daquilo que não gosto facilmente consigo apontar os defeitos, aquilo que menos me agradou, etc. Quando gosto tenho uma certa dificuldade em apontar o porquê desse apreço.
Esta série foi o meu primeiro contacto com a obra da Jane Austen, por isso mesmo por muitos defeitos que tivesse eu nunca conseguiria apontá-los, o afecto que sinto por este produção é tão grande que dificilmente veria esses defeitos. Felizmente, esta é a adaptação tida por todos os fãs como aquela que mais conseguiu se aproximar das personagens e da estória.
Não me lembro da primeira impressão que tive ao ver o Mr. Darcy, mas se me conheço bem creio que devo ter achado que era um arrogante e quanto mais depressa ele desaparecesse do ecrã melhor. Calculo que devo ter torcido por um casamento entre a Lizzie e o Wickam e com certeza fiquei desapontada quando este revelou a verdadeira natureza do seu carácter.
Tudo isto para vos dizer que muitas vezes ficamos desapontados quando vemos primeiro a série ou filme e só depois lemos o livro, mas isso não acontece aqui, temos a perfeita comunhão entre aquilo que a Jane escreveu e as imagens, algo que cada vez mais se torna dificil de encontrar nas adaptações. Não seria honesto não dizer que algumas cenas não fazem parte do livro, como a famosa cena de um Colin Firth, a mergulhar num lago e a sair de lá muito molhado, mas também não são essas cenas que alteram a estória, são um mero complemento a uma das melhores adaptações de uma obra de Jane Austen.
Eu podia-vos falar ainda do guarda-roupa, dos actores, dos cenários, da música, mas acho que já é uma verdade universalmente conhecida que esta adaptação é uma das melhores de todos os tempos. Esta verdade está tão fixada na cabeça dos fãs que dificilmente outra versão que seja igualmente perfeita poderá roubar-lhe o lugar.