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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Heroína favorita e Heroína menos favorita

Eu optei por comentar sobre uma heroína de cada obra de Jane Austen e construí uma escala de hierarquia para indicar as minha heroínas favoritas e a menos favorita.

 

1) Minha heroína favorita é Elizabeth Bennet. Eu a admiro por sua perspicácia, coragem, independência, altivez e inteligência; seu bom senso é louvável. O modo como ela analisa as pessoas, identifica as qualidades e defeitos de cada uma, apesar de ser dotado de preconceitos (principalmente no início da obra), é coerente com a forma como Jane Austen as descreve. Ao acompanharmos os pensamentos de Lizzy, vamos sendo apresentados as outras personagens e as suas personalidades. É muito rico e prazeroso seguir o seu amadurecimento no decorrer da história, a auto-análise que ela faz de seus erros e julgamentos é um exemplo de como lidar adequadamente com pré-conceitos e diversidades interpessoais. Além disso, ela é encantadora, culta, gentil, justa, ao mesmo tempo em que sabe ser irônica, “respondona”, desafiadora e intolerante. Para mim, é uma das melhores protagonistas criadas em toda a literatura mundial.

 

2) Em seguida, eu fico fascinada com a racionalidade e senso de realidade de Elinor Dashwood.  Que mulher mais prática e perspicaz! E como sabe tomar decisões e enfrentar adversidades. Ela é capaz de abafar e esconder sentimentos intensos como nenhuma outra heroína de Jane Austen. Possui também um bom senso incrível e admirável.

 

3) Anne Elliot, apesar da aparente fragilidade, é uma heroína que vai atrás de seus sonhos. Arrepende-se dos erros do passado, se perdoa por sido persuadida e não permite que as oportunidades dadas pelo destino passem, ela as aproveita e retoma as redás de sua vida lutando por seu grande amor. Atitude inspiradora para todas nós!

 

4) Emma, para mim é a heroína mais controversa criada por Jane Austen, pois ela se distancia das outras em várias características: ela é dotada de fortuna, por isso não depende financeiramente de ninguém; não quer se casar, prefere aproveitar a vida de outro modo; é meio arrogante, pois por diversas vezes gaba-se de suas qualidades e tenta torná-las superiores as das outras mulheres. Porém, apesar de sua imaturidade, ela é doce, gentil, caridosa e inteligente. É comovente o zelo que tem com seu pai! Ela administra sua vida com autonomia, reconhece seus erros (após Mr. Knightley apontá-los) e tenta ajudar seus entes queridos. Uma mulher admirável!

 

5) Fanny Price é muito tímida, discreta, retraída, e, na minha opinião acomodada. A vida não lhe foi favorável em vários aspectos, mas ela soube (com a ajuda e apoio de Edmund) superar muitas dificuldades e situações tristes, em silêncio e, por vezes, isolada. Quieta, em seu canto, ela luta por sua felicidade. Prestativa, boa ouvinte e companheira, ela conquista a família Bertram, inclusive ao seu amor, Edmund. É corajosa em não aceitar a proposta de Henry e se manter resoluta diante dos argumentos e ameaças de todos. Mesmo sendo tão silenciosa e discreta, Fanny soube impor-se e garantir sua felicidade.

 

6) Catarina Morland é a minha heroína menos preferida. Realmente, eu não me identifico com ela. Como é imatura e influenciável! Ela me remete àquelas adolescentes deslumbradas com seus ídolos, inocentes, presunçosas, sugestionáveis por qualquer estória ou “rostinho” bonito. Mas, é muito agradável acompanhar sua evolução ao longo da história. As situações que favorecem o seu amadurecimento são engraçadas e causam constrangimento (como o seu pânico ao ficar no escuro ou mesmo fantasiar sobre a morte da mãe de Henry Tilney), mas as tornam mais esperta, menos influenciável, menos impressionável, mais astuta e madura. Ao fim, é possível admirá-la e ficar satisfeita com sua evolução enquanto mulher e heroína digna da obra de Jane Austen.

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