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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Marianne Dashwood

Há quem não hesite em apelidar Marianne de tola romântica, mas quem aos dezassete anos, nunca o foi que atire a primeira pedra. Dizia, o Camilo Castelo Branco que o primeiro amor sentido por uma mulher é ainda uma manifestação do amor às bonecas, contudo ele acredita que Teresa, a sua heroína em Amor de Perdição, amou Simão com mais seriedade e sinceridade do que outras da mesma idade o teriam feito.

Eu também eu acredito que o amor de Marianne por Willoughby está longe de ser uma manifestação do amor às bonecas, mas sim uma verdadeira afeição. Olhando a estória dos dois de uma forma impessoal, é quase impossível que ela não se apaixonasse, conhecem-se de uma forma muito romântica, haverá algo mais romântico que um homem que surge do meio de nevoeiro e salva a donzela em perigo?? Depois, os seus modos, maneira de ser e gostos comuns aos dela, acabam por vencer qualquer resistência caso ela ainda existisse.

 

Infelizmente, Willoughby engana Marianne e todos os leitores quando mais tarde revela ser o bom sacana que é.

 

Mas se Marianne tem uma natureza romântica, ela é também das poucas personagens que não disfarça aquilo que sente, seja o amor por Willoughby, seja a indiferença pelo Coronel Brandon e é aqui que a personagem se torna digna de ser amada, por ser absolutamente sincera, outro tanto não se pode dizer de outras personagens e corajosa, muito corajosa, acho que ninguém se atreveria a dizer a Mrs. Ferrars aquilo que ela disse.

Marianne cresce ao longo do livro e no fim já não será tão romântica e terá percebido que afinal pode-se amar mais que uma vez, entre outras lições igualmente importantes.

 

A primeira vez que vi a adaptação de 1995 pensei que Marianne não iria resistir e acabaria por morrer, esse seria o grande momento romântico que ela própria gostaria de ter, morrer por amor, porque aquela morte seria vista por ela como isso. Mas não é um balde de água fria, pelo menos para mim, que ela se recupere. Jane Austen já demonstrou por diversas vezes que acredita em novas oportunidades e Marianne ao viver percebe como as suas ideias eram erradas e depois como diz o Mr. Bennet, toda a rapariga precisa de um desgosto amoroso, o homem na sua sabedoria, faz-nos ver que são esses dissabores, o bater com a cabeça na parede que nos fazem crescer.

Há quem questione o amor pelo Brandon, afinal ela não era TÃo apaixonada por Willoughby? Pessoalmente acredito que ela ame o Coronel e que o seu amor seja sincero, afinal já não tenho dezassete anos, já não sou uma tola romântica e já descobri que se pode voltar amar, basta darmos uma oportunidade ao amor....

 

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