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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Cartas em Jane Austen #1

I can listen no longer in silence. I must speak to you by such means as are within my reach. You pierce my soul. I am half agony, half hope. Tell me not that I am too late, that such precious feelings are gone for ever. I offer myself to you again with a heart even more your own than when you almost broke it, eight years and a half ago. Dare not say that man forgets sooner than woman, that his love has an earlier death. I have loved none but you. Unjust I may have been, weak and resentful I have been, but never inconstant. You alone have brought me to Bath. For you alone, I think and plan. Have you not seen this? Can you fail to have understood my wishes? I had not waited even these ten days, could I have read your feelings, as I think you must have penetrated mine. I can hardly write. I am every instant hearing something which overpowers me. You sink your voice, but I can distinguish the tones of that voice when they would be lost on others. Too good, too excellent creature! You do us justice, indeed. You do believe that there is true attachment and constancy among men. Believe it to be most fervent, most undeviating, in F. W.

 

 

Não consigo mais permanecer em silêncio. Tenho de falar contigo pelos meios de que agora disponho. Trespassaste a minha alma. Sou metade agonia, metade esperança. Não me digas que é demasiado tarde e que sentimentos tão preciosos desapareceram para sempre. Ofereço-me novamente à tua pessoa com um coração ainda mais teu do que quando quase o partiste há oito anos e meio. Não digas que um homem esquece mais depressa do que uma mulher, que o seu amor morre mais cedo. Eu somente te amei a ti. Posso ter sido injusto, fraco e ressentido, fui, mas nunca inconstante. Somente a tua pessoa me trouxe a Bath. Por ti apenas, eu penso e ajo. Não viste isso? Falhaste a entender os meus desejos? Não teria esperado nem estes dez dias se pudesse ler os teus sentimentos, como penso que penetraste nos meus. Mal consigo escrever. A cada instante oiço algo que me oprime. Baixas a voz mas eu sei distinguir os tons dessa voz mesmo quando ela se perde para os outros. Demasiado bondosa, excelente criatura! Tu fazes-nos justiça, de facto. Acreditas no verdadeiro afecto e constância entre os homens. Acredita nisto, mais fervoroso e constante, F.W.

 

Parto, incerto sobre a minha sorte, mas voltarei aqui ou para a tua festa. Uma palavra, um olhar será suficiente para que eu entre em casa do teu pai esta noite ou jamais o faça.

 

Persuasão, Jane Austen - tradução, Clara Ferreira

 


 

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